O ano de 2021 será decisivo para a pauta das mudanças climáticas, já que em novembro deste ano vai acontecer a Conferência das Nações Unidas sobre o tema, a COP26, que muitos já estão dizendo ser a “última grande chance que o mundo terá para conseguir controlar as mudanças do clima”. Mas o que isso tem a ver com turismo?
Tem tudo a ver. O setor de turismo pode contribuir para aumentar a geração de gases de efeito estufa, já que pressupõe o deslocamento de pessoas e o uso intensivo de energia, mas também pode ser impactado negativamente pelos efeitos das mudanças climáticas – os casos mais emblemáticos são de áreas insulares ou costeiras que podem literalmente desaparecer do mapa. Para além disso, o turismo pode ser também um aliado na implementação de uma agenda propositiva frente às mudanças do clima, integrando em suas políticas e estratégias ações que permitam reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação dos destinos, pauta fundamental e urgente no mundo de hoje.
Para conversar sobre esse tema e suas variadas vertentes, este episódio traz a Diretora da Takoa Resiliência e Clima Consultoria, Adriana Campelo, e a Diretora de Meio Ambiente na Organização da Aviação Civil Internacional, a ICAO, Jane Hupe.
Confira aqui alguns dos principais temas dessa conversa e não deixe de ouvir o episódio completo em
Capacitação e disseminação de informação
Ter acesso a dados, à informação e disseminá-la são fundamentais para avançar na pauta climática. Tanto no âmbito público, como no privado, é necessário que os stakeholders – tanto os que atuam diretamente no setor, como os próprios turistas – estejam capacitados e tenham em mãos informação para que ao invés de “não fazer” determinada atividade, a façam de forma mais sustentável.
As soluções devem ser adequadas às distintas realidades
Não existe o “one size fits all” ou “receita de bolo” quando se fala em medidas de adaptação e mitigação, tanto nade aviação civil, como em outros setores e até mesmo territórios. Por isso é muito importante que as soluções pensadas sejam adequadas para aqueles territórios em que serão aplicadas. Como menciona Jane Hupe, da ICAO, “não adianta (a solução) funcionar só em uma das pontas, afinal, o que é sustentável no Brasil, pode não ser sustentável na França”.
Quantificar o impacto financeiro
Atualmente existem modelos para criação de indicadores que permitem medir ou estimar os impactos financeiros no curto, médio e longo prazo, se nada for feito em relação às mudanças do clima. Esses impactos podem ser ferramenta poderosa para agremiar atores – sejam do setor privado ou do público – em ações, estratégias e compromissos em busca de ampliar a capacidade de adaptação e mitigação dos territórios. Adriana Campello traz um exemplo sobre a cidade de Salvador, que conseguiu demonstrar que a perda de receitas municipais pode ser de 26% até 2032 se nada for feito.
Inovação como grande aliada
A gama de combustíveis alternativos que vêm sendo desenvolvidos a partir de iniciativas inovadoras e de matérias-primas específicas de territórios pode ser um caminho para o futuro de setores como a aviação civil, ainda que a escalabilidade ainda seja um desafio. Mas é importante também romper com o paradigma de que inovação só se relaciona com tecnologia ou projetos grandiosos. Mudanças na forma de se executar processos ou facilitar a colaboração entre atores podem também ser igualmente inovadoras e impactantes.
Abaixo estão alguns links para acessar as referências mencionadas no episódio:
Plano de Ação Climática de Salvador
Iniciativas ICAO – Mudança Climática
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