Neste episódio, Caminhos para o Turismo traz reflexões sobre como o setor pode contribuir, para a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em questões relacionadas a promover trabalhos de maior qualidade no setor de turismo, permitindo um crescimento econômico sustentável e inclusivo. O setor de turismo é muito reconhecido por gerar empregos em variados segmentos e por demandar de mão de obra intensivamente, sendo muitas vezes a porta de entrada de muitos trabalhadores para o mercado de trabalho. No entanto, há reflexões a serem feitas em relação à qualidade dos empregos que o setor gera. Temas fundamentais como dignidade dos empregos gerados pelo turismo, formalização, competências necessárias, ações afirmativas e o papel das políticas públicas são pautas importantes nesse sentido.
Os convidados desse episódio compartilharam informações e perspectivas muito perspicazes e práticas sobre como podemos pensar caminhos possíveis para gerar mais e melhores empregos. Os convidados Livia Gouvea, especialista em mercado de trabalho do BID, e Guilherme Dietze, economista da Fecomércio de São Paulo, alertam que há questões estruturais que deveriam ser tratadas com prioridade, como por exemplo, a informalidade, alta rotatividade e baixa produtividade.
Um aspecto comum que afeta essas questões é a competitividade. Fica claro que para avançar em competitividade, o setor precisa olhar para os temas relacionados ao mercado de trabalho, tanto quanto olha para infraestrutura, segurança, promoção, e, sustentabilidade. Segundo indica o ranking de competitividade no turismo do World Economic Forum, o Brasil figura no posto 93 entre 136 países quando analisado o pilar de recursos humanos e mercado de trabalho. As razões que levam o Brasil a esta posição precisam ser discutidas.
O World Travel and Tourism Council (WTTC) estima que a pandemia da covid-19 tenha causado a perda de 62 milhões de empregos em 2020, entre diretos e indiretos. No âmbito nacional, segundo as estatísticas mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2020 foram eliminados 397 mil postos formais de trabalho no setor – o equivalente a um encolhimento de 12,8% da força de trabalho.
Com o aumento das taxas de imunização mundialmente, o setor começa a dar sinais de recuperação –– levando a crer, como afirmam nossos convidados, de que as viagens voltarão nos próximos anos ao patamar anterior, pré-pandemia. Com essa movimentação, a força de trabalho volta a ser demandada, muitas vezes com novas formas e em ritmos talvez desconhecidos. Está aí mais um sinal que coloca em evidência a importância de se pensar nas questões relacionadas ao mercado de trabalho.
Para que a retomada pós-pandemia seja efetivamente direcionada para um cenário melhor, é fundamental que as políticas públicas sejam pensadas de modo a promover de fato o trabalho decente no setor de turismo, o que passa pela modernização dos marcos regulatórios trabalhistas, por políticas afirmativas para diminuir gaps de gênero, aumentar a diversidade e inclusão; e, capacitar para emprego pleno e produtivo
Se você ainda não ouviu o podcast, acesse o Caminhos para o Turismo. Se já ouviu, aproveite para se aprofundar neste tema no link abaixo:
The Future of Work in Latin America and the Caribbean | IADB
Fecomercio São Paulo – Turismo
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Objetivo 8: Emprego decente e crescimento econômicoMarco Setorial de Turismo do BID 2017-2020 (em inglês)
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