A era atual está marcada pelo crescente impacto das mudanças climáticas com efeitos cada vez mais pronunciados e o aumento das consequências dos desastres em nível global, com América Latina e no Caribe entre as regiões mais impactadas, a capacidade de prevenir, mitigar, preparar, responder e se recuperar torna-se essencial para garantir a continuidade e a sustentabilidade dos projetos.
Integrar medidas que fortaleçam a resiliência desde as primeiras etapas do projeto não apenas protege os investimentos e os recursos envolvidos, apoiando sua sustentabilidade a longo prazo, mas também contribui para a proteção de vidas humanas, a conservação do meio ambiente e o progresso social e econômico nas comunidades mais expostas e vulneráveis. Para isso, é necessário abordar esses desafios evitando exacerbar o risco existente, adotando abordagens de baixo arrependimento (medidas flexíveis que se adaptam à incerteza futura e/ou não exacerbam danos em caso de falha) baseadas na compreensão dos processos de desenvolvimento do risco.
Ao considerar esses aspectos desde o início nas etapas de planejamento e desenho, os projetos conseguem melhorar significativamente sua capacidade de se adaptar ao seu contexto e lidar com a incerteza futura, aumentando assim sua resiliência e o retorno em forma de benefícios a longo prazo.
Como o Banco Interamericano de Desenvolvimento aborda o risco de desastre e mudanças climáticas?
No BID, estamos fortemente comprometidos em construir resiliência aos desastres e mudanças climáticas. O Banco desempenha um papel fundamental na região da ALC na identificação de oportunidades de Redução de Risco de Desastres (RRD), concentrando esforços no fortalecimento da capacidade de seus clientes para implementar medidas de fortalecimento da gestão de riscos de desastres (GRD) por meio dos projetos que financia.
Além disso, por meio da implementação do nosso Marco de Políticas Ambientais e Sociais (MPAS), especificamente o Padrão de Desempenho 4 (PDAS 4), e nossa Metodologia de Avaliação do Risco de Desastres e Mudanças Climáticas (DCCRAM, por suas siglas em inglês) promovemos a identificação, avaliação e gestão do risco em projetos de infraestrutura com um enfoque por fases que atribui recursos proporcionais à classificação de risco e complexidade do projeto. A Metodologia do BID é organizada em cinco etapas progressivas:
- 1. identificar a exposição a ameaças,
- 2. complementar a identificação de ameaças com uma avaliação da criticidade e vulnerabilidade – para conceder uma classificação de risco,
- 3. realizar uma análise qualitativa simplificada – narrativa de risco de desastres -,
- 4. realizar uma análise qualitativa detalhada, se necessário – determinado pela narrativa – e
- 5. realizar uma análise quantitativa, se necessário – determinado pela narrativa e pela etapa 4.
O objetivo final desse processo é conhecer o risco para identificar os aspectos-chave a incluir durante o ciclo de vida do projeto por meio do respectivo Plano de Gestão de Riscos de Desastres (PGRD ou DRMP, por suas siglas em inglês) requerido para todas as operações com uma classificação de risco de desastre e mudanças climáticas Moderada ou Alta.
O PGRD é o instrumento fundamental porque fornece uma estrutura sólida e ordenada que estabelece as medidas estruturais e não estruturais preventivas e preparatórias, bem como de resposta e recuperação em caso de emergência, que nos permitem antecipar proativamente eventos próprios do contexto em que se desenvolve o projeto.
Explore nosso novo website da Metodologia de Avaliação do Risco de Desastre e Mudanças Climáticas!
O BID tem entre seus pilares estratégicos o impulso do conhecimento para potenciar a efetividade no desenvolvimento, o acesso transparente à informação e a criação de comunidades de prática. Nesse sentido, aproximamos a Metodologia não apenas de nossos clientes, mas também do público em geral de forma didática e interativa no novo site externo da Metodologia do BID, (pelo momento, disponível só em inglês), facilitando o acesso a esse recurso chave para o desenvolvimento de infraestrutura resiliente, que já conta com cerca de 25.000 downloads desde sua publicação em 2019.
A gente pode usar esta Metodologia para outros projetos?
Nossa Metodologia não se limita exclusivamente aos projetos do BID; é aplicável e eficaz para qualquer tipo de projeto de infraestrutura. Desde projetos de engenharia complexos até iniciativas comunitárias, oferece ferramentas com um enfoque flexível para promover a resiliência e gerenciar o risco, independentemente do contexto ou setor.
Convidamo-lo a conhecer mais sobre a metodologia DCCRAM, seus passos, suas técnicas-chave, suas recomendações e seu material complementar, juntamente com exemplos de projetos onde foi aplicada com sucesso.
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