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Trabalhando como negra: mulheres afrodescendentes no mercado de trabalho

06/01/2021 por Judith Morrison Deixe um comentário


As mulheres afrodescendentes conquistaram avanços significativos na educação. Em países como Costa Rica e Panamá, superam a média de anos de estudo de homens brancos e, na Nicarágua, são as que têm mais chances de chegar à universidade dentre as pessoas com idade entre 18 e 24 anos. Entretanto, apesar destes avanços, as mulheres negras ganham substancialmente menos e têm mais probabilidade de enfrentar períodos prolongados de desemprego que as pessoas de outras raças. Em poucas palavras, as mulheres afrodescendentes permanecem marginalizadas nos mercados de trabalho da América Latina e Caribe. O que pode ser feito para acelerar e melhorar suas condições e oportunidades?

A situação das mulheres negras no mercado de trabalho deixa muito a desejar. As afro-brasileiras ganham 44.4% do que ganham os homens brancos, e apesar de terem, em média, um ano a mais de educação, as afro-panamenhas são as mais mal remuneradas entre todos os grupos raciais do seu país. Além disso, as mulheres negras têm mais probabilidade de enfrentar o desemprego que os homens e que outras mulheres: as afro-brasileiras têm taxas de desemprego de 16,6%, em comparação com 10,7% entre os homens, enquanto as afro-uruguaias têm taxas de desemprego de 15,1%, em comparação com 7,3% entre os homens.

Renda baixa e participação limitada no setor formal

As mulheres negras têm mais probabilidade de enfrentar o desemprego que os homens brancos e que outras mulheres

Nos melhores trabalhos do setor privado, as mulheres negras são praticamente invisíveis. No Brasil, onde os afro-brasileiros são aproximadamente metade da população, um estudo recente aponta que as mulheres negras representam apenas 10,6% da força de trabalho total das 500 empresas mais importantes, e estão altamente concentradas nos níveis mais baixos da hierarquia corporativa. Somente 8,2% das afro-brasileiras ocupam o papel de supervisora, 1,6% o de gerente e 0,4% o de executiva. No nível executivo, apenas duas mulheres afro-brasileiras foram identificadas entre os 548 diretores executivos incluídos no estudo.

Sobrerrepresentação entre trabalhadoras domésticas

Enquanto as mulheres negras estão praticamente ausentes dos postos corporativos melhor remunerados, estão significativamente sobrerrepresentadas como empregadas domésticas. Isto não se limita a somente um país ou contexto local: segundo dados da CEPAL para oito países da região, dos sete milhões de pessoas que trabalham como empregadas domésticas na América Latina, cerca de 4,5 milhões são mulheres afrodescendentes. No Equador, uma em cada cinco mulheres negras é trabalhadora doméstica. No Uruguai, onde as mulheres afrodescendentes representam apenas 2,2% da população, uma em cada quatro desempenha este trabalho. Historicamente, as meninas afrodescendentes têm sido particularmente vulneráveis ao trabalho doméstico: 93% de todas as crianças e adolescentes que trabalham como empregados domésticos no Brasil são meninas negras.

Dos sete milhões de pessoas que trabalham como empregadas domésticas na América Latina, cerca de 4,5 milhões são mulheres afrodescendentes.

Ainda que tenha havido uma tendência de que as mulheres abandonem o trabalho doméstico, e cada vez mais cresce a percepção entre as mulheres jovens de que este trabalho não é desejável, o nível crescente de informalidade devido à pandemia da COVID-19 levanta um risco significativo para as mulheres negras, que têm menos alternativas de trabalho.

Sustentar e acelerar as oportunidades

No contexto da COVID-19, é necessário priorizar as seguintes ações para mudar a realidade das mulheres afrodescendentes nos mercados de trabalho da América Latina e Caribe:

  • Assegurar que o emprego no nível de aprendiz e os programas de emprego subsidiados pelo governo sejam inclusivos e representativos da população por gênero e raça. No Brasil, onde há estatísticas mais confiáveis sobre programas de aprendizes para o primeiro emprego subsidiados pelo setor público, conseguiu-se uma representação inclusiva nas maiores empresas. Os afro-brasileiros e as mulheres representaram, respectivamente, 58,2% e 55,9% da participação de aprendizes nas principais empresas. Neste momento, há grandes corporações que têm desenhado políticas para melhorar a diversidade. É o caso da PWC, que informou que seu programa de capacitação de elite no país aumentou da inclusão de 8% de afro-brasileiros em 2018 para 35% em 2019. Este exemplo ilustra a importância de priorizar as mulheres afrodescendentes no desenho de programas de promoção do emprego na região.
  • Melhorar o acesso à Internet para mulheres negras. A falta de acesso a uma conexão confiável de Internet em suas residências restringe a capacidade das mulheres negras de capturar oportunidades de trabalho e educação. Em países como Peru e Uruguai, a desigualdade de acesso à Internet entre homens brancos e mulheres afrodescendentes se aproxima de 20%. Neste sentido, se faz necessário com urgência realizar investimento público em infraestrutura tecnológica para comunidades sem cobertura. Da mesma forma, devem ser prioridade programas do setor privado para proporcionar uma compensação de emergência aos empregados de salários mais baixos que necessitam melhorar sua conexão de Internet para acessar o teletrabalho durante o coronavírus.
  • Ampliar as proteções e alternativas para as trabalhadoras domésticas vulneráveis. O trabalho doméstico durante a COVID-19 é ainda mais desafiante e limitante devido às restrições de mobilidade e distanciamento social. As trabalhadoras domésticas descrevem suas condições como una nova forma de escravidão, porque cada vez mais lhes é exigido que se separem de suas próprias famílias para poder manter seus empregos. É essencial assegurar um diálogo com organizações de trabalhadoras domésticas como a União de Trabalhadoras Afro do Serviço Doméstico, da Colômbia, e a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, do Brasil; priorizando a formulação de leis neste âmbito e o desenvolvimento de novas formas de proporcionar serviços de cuidado para garantir a proteção destes trabalhadores.

As mulheres afrodescendentes têm alcançado um progresso na melhoria de suas condições e das condições de suas comunidades desde a chegada de seus antepassados às Américas. Do mesmo modo, sua resistência e comprometimento têm levado a alguns avanços recentes dentro do mercado de trabalho.

Em um momento de transição e mudança como este, onde as sociedades enfrentam numerosos desafios e precisam de novas perspectivas para promover a inovação, as mulheres afrodescendentes podem impulsionar o crescimento em toda América Latina e Caribe. Nem os países, nem as empresas, podem desperdiçar o seu talento e potencial, marcado por sua capacidade de superação e resiliência. É urgente desenhar políticas inclusivas no setor público e privado para manter e expandir estes avanços. Essa é a melhor maneira de valorizar e reconhecer as contribuições das mulheres afrodescendentes.


Arquivado em:Gênero, Trabalho Marcado com:afrodescendentes, equidadedegenero, mercado de trabalho, mulheres, negras

Judith Morrison

Asesora Principal de la División de Género y Diversidad del BID. Con más de 20 años de experiencia en desarrollo internacional, ha sido Directora del Diálogo Interamericano, Directora Regional de la Fundación Interamericana y Directora Ejecutiva de la Consulta Interagencial sobre Raza en América Latina. Su trabajo se ha centrado en los mejores enfoques de orientación a las comunidades pobres y vulnerables de Latinoamérica, con énfasis en el desarrollo económico de los pueblos indígenas y los afrodescendientes. Tiene una amplia experiencia como intermediaria en inversiones entre el sector privado y las comunidades en toda Latinoamérica y desarrolló el primer fondo de eco-desarrollo del sector privado en Brasil. Cuenta con un Máster en mitigación de la pobreza y la distribución de los ingresos del MIT, donde recibió el Premio de investigación internacional Carroll Wilson y la Beca Woodrow Wilson.

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