O que aconteceria se, ao invés de estarem disputando o torneio de futebol mais importante do mundo, as seleções classificadas para a Copa no Brasil estivessem numa batalha pelo título de campeão mundial da educação em categorias como matemática, ciências e leitura? O Brasil, vencedor de cinco torneios, teria chances de sagrar-se campeão? E Argentina e Uruguai, os outros dois campeões latino-americanos com duas conquistas cada?
Se no futebol países da América Latina aparecem em igualdade com os da Europa – são 9 títulos para os latino-americanos contra dez dos europeus, divididos entre Itália (4), Alemanha (3) e Espanha, França e Inglaterra, cada um com um mundial -, na educação, o placar é totalmente desfavorável para nós latino-americanos.
Com base nos últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), uma série de testes promovido a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), se as seleções que vieram ao Brasil para a Copa disputassem um mundial de Educação, a grande campeã seria o Japão, quase empatado com a Coreia do Sul; em seguida viriam a Alemanha e Holanda. Já se considerássemos apenas os classificados para as quartas de final, a campeã no torneio de educação seria a Holanda, pais que apesar do bom futebol jamais conquistou a Copa do Mundo.
No gráfico acima mostramos os desempenhos dos países que participam tanto do Pisa quanto da Copa, por isso os japoneses, que oscilaram entre a quarta e a sétima posição na avaliação na OCDE, seriam os vencedores do nosso torneio de educação. Nos testes da OCDE, os verdadeiros campeões foram os estudantes de Xangai, na China, que ocuparam as primeiras posições nos três quesitos avaliados. O último PISA avaliou 65 países; Honduras e Equador, que jogam a Copa no Brasil, não foram testados.
Já os latino-americanos amargariam as últimas posições. O melhor colocado seria o Chile (eliminado pelo Brasil em partida válida pelas oitavas), cujo melhor desempenho de acordo com o Pisa foi em Ciências, no qual o país andino alcançou a 46ª colocação. O Brasil, quase na lanterna, passa muito longe das glórias conquistadas nos campos. Para virar esse jogo e ser tão bem sucedido nos gramados como nas salas de aula, caso da Alemanha, o país precisa, ente outras coisas, lidar melhor com os alunos de baixo desempenho e com os que repetem de ano, recomenda a OCDE.
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