Antonio Moneo*
A Revolução dos Dados, como alguns chamam, está gerando um turbilhão no mercado de trabalho. Cada vez mais se solicitam perfis para trabalhar na gestão, interpretação e comercialização dos dados. A seguir, resumimos os perfis com maior demanda:
Data Evangelist
Nos Estados Unidos está crescendo rapidamente o perfil de “Data Evangelist” para descrever as funções daqueles que promovem a transição para um modelo organizacional baseado em dados. Aplica-se a muitos casos, incluindo o “Big Data” e o “Open Data”.
Seu objetivo principal é gerar uma corrente de pensamento favorável à adoção de tecnologias para a reutilização de dados. Têm uma função quase comercial, tendo em vista que identificam “early-adopters” dentro das organizações que estejam dispostas a adotar novas tecnologias. Para isso, necessitam de um forte conhecimento do negócio da instituição e conhecimento avançado em tecnologia.
Para realizar seu trabalho, interagem com clientes potenciais, ajudando-lhes a definir suas necessidades, documentam casos de êxito, participam de conferências de sensibilização e eventos de capacitação, explicando os fatores críticos de êxito, e colaboram com o desenvolvimento de ferramentas para a reutilização de dados.
Data Scientist
O cientista de dados é um dos perfis mais demandados na atualidade. Entende-se este perfil como uma evolução do perfil do analista de dados, porque combina as técnicas de análise estatística tradicional com novas técnicas para a reobtenção e análise de grandes volumes de dados abertos.
Os cientistas de dados estão a meio caminho entre a parte operacional e a parte corporativa e tratam de reutilizar a informação disponível para gerar novas oportunidades de negócios. Desenvolvem algoritmos que permitem automatizar o processamento de diferentes fontes de dados e colaboram no desenvolvimento de ferramentas de “machine learning” que permitem melhorar os resultados da análise.
As ofertas de trabalho geralmente solicitam candidatos com curiosidade, independentes, entusiasmados e direcionados para a ação; idealistas capazes de pensamentos inovadores, que não aceitam a inércia que perfaz as grandes organizações. É uma área nova para muitas empresas e, por isso, se espera que os cientistas de dados sejam capazes de guiar as organizações para uma nova maneira de trabalhar.
Conheça aqui os sete melhores cientistas do mundo, segundo a revista Forbes.
Data Menager
Os gestores de dados são os responsáveis pelo planejamento, manutenção e reutilização dos dados de uma organização. Poderia considerar-se como uma evolução do perfil dos gestores documentais e arquivistas uma vez que seu trabalho é mais especializado, porque, além de definir protocolos e padrões para garantir a qualidade e interoperabilidade dos dados, desenvolvem ferramentas para facilitar a captura de novas fontes de informação não-estruturadas, como o conteúdo das redes sociais, e aplicam novas tecnologias para facilitar a visualização da informação.
Interagem com os departamentos de tecnologia e com os departamentos de operação e se encarregam da qualidade, exatidão e solidez das bases de dados. Buscam, de maneira proativa, que a informação armazenada seja reutilizada. Para isso realizam estudos periódicos do conteúdo da base de dados e ajudam os colaboradores das organizações a encontrarem a informação necessária.
Estes perfis necessitam de conhecimento avançado em informática sobre a gestão da informação, ontologia e tecnologia de informação, mas exigem ainda conhecimento profundo sobre as áreas de operação dos clientes.
Encontre aqui a definição de “Data Menager” da Wikipedia.
Data Protection Officer
O responsável pela proteção da informação é um especialista encarregado de assessorar, em todos os âmbitos da companhia, o uso, acesso e tratamento dos dados pessoais dentro de uma empresa. Sua função é criar, difundir e verificar o cumprimento das políticas corporativas de tratamentos dos dados pessoais e cuidar da segurança e funcionamento dos sistemas para que essas informações pessoais sejam tratadas de acordo com as normas apropriadas. É de especial relevância a figura do “Data Protection Officer” no âmbito europeu, mediante a publicação do novo regulamento de proteção de informação.
Interagem com as unidades de decisão e planejamento das companhias, estando em sinergia com as unidades tecnológicas para determinar cenários de risco e adaptar as políticas corporativas, assegurando a atualização constante de protocolos de segurança, e mitigar as possíveis ameaças ao tratamento inadequado de dados de caráter pessoal.
Estes perfis necessitam de conhecimentos jurídicos sobre a proteção de informação, incluindo as demandas técnicas e organizacionais, além de necessitar de conhecimento específico sobre a indústria na qual desempenha suas funções. É ideal conhecimento tecnológico em temas relacionados a segurança na rede e gestão de riscos.
Leia aqui mais sobre a norma ISO/IEC 27001, o padrão para a segurança da informação.
Data Journalist
O jornalismo de informação é uma especialização surgida no mundo do jornalismo, que se caracteriza pela produção da informação a partir dos dados. É uma peça chave na cadeia de valor dos dados porque se encarrega de gerar histórias baseadas nas informações e de disseminá-los nos meios de comunicação e redes sociais.
Trata-se de um perfil frequente em muitos meios de comunicação e, cada vez mais, em outros tipos de organizações. Os jornalistas da informação interagem com as unidades de negócios, através dos seus especialistas em dados, e com o público externo. Sua função principal consiste em alinhar as mensagens institucionais com os resultados das análises. Estabelecem vínculos internos e externos para assegurar que a informação precisa e contundente chegue até o público principal.
Este perfil adquire uma grande capacidade de redação, análise, assim como conhecimentos avançados em mercadologia e desenho digital. Exige também conhecimento preciso da missão organizacional.
Consulte aqui o manual do jornalista de dados.
Post publicado originalmente em espanhol no blog do BID, Abierto al Público
*Antonio Moneo é da Divisão de Gestão de Conhecimento do BID.
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