Geraldine García*
Os dados abertos tornaram-se um recurso essencial para impulsionar a transparência e as inovações. O crescente interesse por eles estão refletidos na adoção da Carta Internacional de Dados Abertos por parte de 20 governos nacionais e municipais que foi lançada em outubro de 2015.
Entretanto, o ciclo de debates em torno do motivo pelo qual se devem abrir os dados estão se fechando para iniciar um novo que concentra os esforços em como mensurar seus resultados e impactos.
Para analisar as novidades sobre este tema, apresento abaixo seis recursos para explorar através de visualizações interativas de estudos de caso, avanços e o impacto concreto que os dados abertos estão tendo a nível global.
Open Data Inception
Este mapa interativo permite explorar mais de 2,5 mil portais de dados abertos ao redor do mundo geoetiquetados por país. O interessante desta visualização é a consolidação em um só lugar de distintas fontes de informação sobre portais de dados abertos de cidades, países e organizações.
O objetivo deste projeto é facilitar o acesso e a busca de dados abertos. Para isso, inclui uma função de busca para filtrar rapidamente por tema ou lugar de interesse. A plataforma permite incluir portais no mapa. Também, -se acessar a lista completa de portais na página web de Open Data Soft e da API.
Dataportals.org
Trata-se de um mapeamento de 519 portais com uma curadoria feita por um grupo de especialistas de dados abertos do mundo todo que incluem representantes dos governos locais, regionais e nacionais junto com organizações internacionais como o Banco Mundial e numerosas ONGs.
A informação também está disponível em Github e nos formatos CSV ou JSON.
Índice Global de Dados Abertos
Trata-se de uma iniciativa de uma rede sem fins lucrativos Open Knowledge, através da qual se avalia o estado dos dados abertos governamentais ao redor do mundo. Na terceira edição lançada em 2015, foram contemplados 122 países e cinco novos datasets que incluem dados sobre aquisições governamentais, qualidade da água, propriedade de terras, previsão meteorológica e dados de desempenho em saúde.
O Índice se baseia em uma pesquisa global, uma consulta à sociedade civil e um fórum de discussão. Aqui é possível acessar a descrição completa da metodologia.
O principal desafio que revela o Índice é que apenas 9% (156 datasets de 1.586) dos conjuntos de dados em todo o mundo são abertos. Dito isso, este número representa uma diminuição em comparação com 12% registrado na edição anterior.
Open Data Barometer
O Barômetro de Dados Abertos tem como objetivo mostrar o impacto das iniciativas de dados abertos no mundo todo. Nele é revelado que apenas 10% dos dados de governo são publicados como dados abertos. Além disso, apenas 8% dos governos publicam dados sobre gasto público e apenas 6% dos países contemplados têm abertos seus dados sobre contratos públicos.
O Barômetro cobre 92 países e os classifica segundo três critérios. Primeiro, a preparação de iniciativas de dados abertos. Segundo, implementação de programas de dados abertos. Terceiro, o impacto que os dados abertos estão tendo nos negócios, na política e na sociedade civil.
Desta maneira, esta ferramenta permite analisar tendências globais e proporciona dados comparativos de países e regiões baseando-se em uma metodologia que inclui dados contextuais, avaliações técnicas e indicadores. Acesse a visualização do ranking aqui e o relatório completo aqui.
Trata-se da terceira edição produzida pela Fundação World Wide Web como resultado do trabalho colaborativo em parceria com a rede Open Data for Development (OD4D) e Omidyar Network. É uma iniciativa que inclui o aporte de 150 pesquisas e representantes do governo que implica mais de seis meses e mais de nove mil horas de trabalho de pesquisa.
Por fim, esta edição inclui uma avaliação dos países em relação aos princípios da Carta Internacional de Dados Abertos.
Inventário de Dados Abertos
Por meio desta ferramenta da organização Open Data Watch se avaliar a cobertura e a abertura dos dados proporcionados nas páginas da web dos escritórios nacionais de estatística de 125 países de baixa e média renda. Cada avaliação envolve 20 categorias de estatísticas sociais, econômicas e ambientais.
Na visualização do inventário -se explorar as pontuações de cobertura e abertura por país e sua posição geral no ranking. Além disso, a edição 2015 inclui um relatório que analisa o estado de situação da abertura das estatísticas nacionais.
O país com maior pontuação no inventário é o México (68%), seguido pela Moldávia (66%) e Mongólia (64,5%). O país com menor pontuação é o Uzbequistão na Ásia Central (3%), depois Haiti (3.7%) e Suazilândia no sul da África (6,4%).
Estudos de caso sobre o impacto dos dados abertos
O GovLab da Universidade de Nova York lançou este ano um novo repositório de estudos de caso detalhados sobre o impacto que os dados abertos estão tendo no mundo todo. Já estão incluídos 25 casos e um relatório com recomendações.
Os estudos de caso estão centrados em quatro tipos de impactos que geram os dados abertos. Primeiro: melhoras nos governos. Segundo: capacitação aos cidadãos. Terceiro: criação de oportunidades para os cidadãos e organizações. Quarto e último: resolução de problemas públicos.
Conheça mais sobre esta iniciativa e os estudos de caso destacados da região nesta participação do GovLab para o blog Abierto al Público.
Post publicado originalmente no blog do BID, Abierto al Público.
* Geraldine García é editora do blog “Abierto al Público” e consultora em comunicação da Divisão de Gestão de Conhecimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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