Antonio Moneo *
Inúmeras instituições tem apostado em dados abertos e criado suas próprias bases de dados, mas onde é que eles realmente estão e como encontrá-los? Curiosamente, nos metemos na mesma confusão do início dos anos 90 quando começamos a criar as páginas web: hoje são tantas as plataformas de dados abertos que é bastante difícil encontrar as informações.
Já existe, há algum tempo, um explorador para esses dados, mas ele ainda é pouco conhecido da maioria. A ferramenta é bastante útil, pois permite saber quem está publicando e o que está sendo publicado. Você quer saber quanto uma economia cresceu na última década ou quantas linhas de telefone existem em uma região? Ou por acaso você quer saber se os nossos rios estão contaminados? Aqui eu explico como com um exercício prático. É bem simples. Veja só:
1) Acesse o Google Public Data Explorer
No Google Public Data Explorer você poderá procurar bases de dados que podem ser explorados e visualizados. Não é uma lista exaustiva, mas a cada dia cresce o número de dados.
É importante que o idioma selecionado seja o inglês, uma vez que a maioria das bases de dados, inclusive as que se referem ao Brasil e a América Latina, são publicadas nesse idioma.
2) Busque o indicador de seu interesse
Para este exemplo pensei em comparar a evolução do nosso sistema cientifico durante os últimos anos. Já vimos a importância do Open Access na América Latina, então me perguntei: quantas revistas cientificas existirão em nossa região? Procurei por “scientific journal” e, bingo…. parece que o Banco Mundial tem algumas estatísticas:
3) Selecione as variáveis
Uma vez dentro da área de exploração de base de dados você pode fazer os ajustes que quiser. E possível mudar o indicador na barra superior esquerda, selecionar os países que são de seu interesse na parte inferior esquerda, ajustar a escala temporal na parte inferior e testar diversas formas de visualização dos dados na parte superior direita, onde também se pode encontrar o código para que o gráfico seja diretamente compartilhado em sua webpage ou em seus canais de redes sociais.
4) Ajuste as variáveis dentro do gráfico
Imagino que, como aconteceu comigo, você sentirá a tentação de comparar todos os países de uma vez e que o seu primeiro gráfico será composto de um montão de linhas confusas. É o momento de ser sincero e de se perguntar o que realmente você busca. Teste as diferentes opções de visualização para ver o que fica melhor. Caso contrário, comece por eliminar os dados menos significativos.
O Google mostra o valor agregado para todo mundo e esse valor quase sempre distorce os nossos gráficos porque costuma ser muito superior ao de cada uma das regiões. Basta clicar no “x” a direita do nome da variável para que esse indicador seja eliminado do gráfico.
Que tal até agora? O próximo passo é para campeões. Animado?
5) Compare duas variáveis
Agora é o momento de comprovar a relevância do que já foi encontrado. Testemos, por exemplo, se o número de revistas científicas encontrado tem algo a ver, por exemplo, com o investimento de nossos países em pesquisa e desenvolvimento.
Quando passar pela área de dispersão, o Google colocara o mesmo indicador nos dois eixos do gráfico. O que você deve fazer agora é mudar o indicador em um dos eixos do gráfico. Eu vou colocar o indicador sobre inversão em pesquisa e desenvolvimento no eixo das abcissas.
6) Observe a mudança no tempo
Agora é só colher o resultado. Clique em play e veja a evolução histórica completa do indicador, sempre e quando houver dados.
* Antonio Moneo e editor do blog “Aberto ao Público” e consultor da Divisão de Gestão de Conhecimento do BID
Leave a Reply