Na busca de promover soluções econômicas que fomentem uma sociedade mais sustentável, o setor financeiro tem o papel de alavancador estrutural da sustentabilidade, viabilizando projetos e programas que vão determinar o perfil futuro da sociedade brasileira. Para isso é fundamental identificar mecanismos e instrumentos que permitam ao setor financeiro sinalizar oportunidades e viabilizar a alocação de capital que promovam de forma inovadora o desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, o BID em parceria com a ABDE, a CVM e a o GIZ vem promovendo o Laboratório de Inovação Financeira, o LAB, que surgiu como um fórum de interação intersetorial, que reúne representantes dos mercados financeiro e de capitais, setor público, reguladores, empresas e especialistas para criar soluções inovadoras de financiamento para a alavancagem de recursos privados para projetos com adicionalidade social e/ou ambiental, contribuindo para o cumprimento das metas brasileiras do Acordo de Paris, além de apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030.
Temas como seguros e garantias, títulos verdes, títulos ODS, avaliação de impacto social, crowdfunding de investimento, fundos rotativos solidários, venture philanthropy, fintechs, gestão de riscos socioambientais e muitos outros estão na pauta do Laboratório. Espera-se com isso permitir que nos temas tratados sejam fomentados em um ambiente de diálogo público-privado e que o Brasil possa ter uma atuação pioneira e de liderança nas pautas de financiamento de desenvolvimento identificadas como prioritárias e sustentáveis.
O LAB conta com mais de 450 especialistas, representando cerca de 160 instituições, que estiveram envolvidos em diálogos dedicados a pensar, desenhar e implementar modelos inovadores para promover as finanças sustentáveis no Brasil, alinhados com as metas associadas aos ODS.
O LAB vem buscando impulsionar essa agenda através de quatro perspectivas:
- Instrumentos Financeiros e Investimento de Impacto: busca criar instrumentos financeiros para alavancar recursos privados para o financiamento de investimentos com impacto social;
- Fintechs: estimula o surgimento de tecnologias financeiras inovadoras no país, abrindo espaço para a oferta de serviços mais eficientes e maior inclusão financeira;
- Finanças Verdes: propõe e apoia a criação de estruturas financeiras, de mitigação de risco e garantias que contribuam para o fortalecimento do financiamento de projetos com adicionalidade ambiental, com foco em eficiência energética e geração de energia solar distribuída; água, saneamento e resíduos; agricultura sustentável e uso da terra;
- Gestão de Risco ASG e Transparência: discute e ajuda a aprimorar a forma que instituições do mercado financeiro brasileiro e empresas lidam com fatores Ambientais, Sociais e de Governança (ASG), e como eles podem se traduzir em riscos ou oportunidades para os negócios.
Nos últimos dois anos o LAB avançou nessas quatro áreas com resultados concretos que resultaram em produtos reais, no âmbito de regulação, ecossistemas, instrumentação e geração de conhecimento. Entre os avanços do LAB estão a definição de diretrizes para sandbox regulatórios para Fintechs, mecanismos inovadores combinando produtos de garantias, seguro, financiamento e de mercados de capitais para impulsar investimentos sustentáveis, mecanismos para estimular os mercados de títulos verdes e títulos ODS, propostas de aplicação e reformas regulatórias para estimular o crowdfunding de investimento, pagamentos instantâneos, arranjos de pagamento, criptoativos, dentre outros.
O sistema financeiro brasileiro e as instituições vinculadas ao mercado de capitais têm uma grande oportunidade de atuar proativamente para os desafios do desenvolvimento sustentável do País, mas esse trabalho só pode avançar de forma conjunta e multissetorial.
As últimas reuniões do LAB no Rio de Janeiro do 21 ao 25 de outubro, demonstraram o alto compromisso do setor financeiro para promover a sustentabilidade.
Caso queira conhecer mais o trabalho do LAB, visite nossa página web.
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