Que tal usar a grande paixão dos adolescentes na atualidade, os smart phones, para estimular garotas a se interessarem mais por carreiras nas áreas de ciências exatas, computação e engenharia? Pois é exatamente isso que o programa Android Smart Girls, uma iniciativa do Women in Engineering (WIE) Unicamp, está fazendo com um grupo de 20 alunas do ensino médio de uma escola pública em Campinas. A ideia é fazer com que elas tenham um primeiro contato prazeroso com noções de lógica e programação de desenvolvimento de algoritmos.
Numa primeira fase, já em andamento, as garotas participam de aulas em que aprendem a desenvolver aplicativos para a plataforma Android. Na segunda (com início previsto para julho), elas formarão equipes e desenvolverão os aplicativos de sua preferência.
Projetos como o Android Smart Girls são apenas uma maneira de aumentar o interesse de meninas por ciência da computação, por exemplo. A utilização de uma ferramenta presente na vida de quase todos nós, o celular, de maneira estimulante ajuda a quebrar o mito de que as mulheres não gostam desse tipo de carreira. A coordenadora do programa, Juliana Freitag Borin, professora do Instituto de Computação da Unicamp, destaca que as estudantes que atualmente fazem parte do projeto assistem às aulas em seu tempo livre, à noite, o que por si só já indica que o interesse existe. Juliana e suas colegas de WIE Clarissa Loureiro (presidente do grupo) e Carmen Freitas (analista de sistemas) dão outras quatro dicas para que mais mulheres abracem carreiras ainda vistas como masculinas:
1) Modelos são nossa grande fonte de inspiração. Não, não estamos falando daquelas que desfilam em passarelas, embora haja uma infinidade de concursos de beleza nas escolas e de programas em que top models famosas dão dicas para que adolescentes sigam seus passos. Desejamos ser aquilo que vemos como bem sucedido. Daí a importância de que escolas promovam palestras com mulheres engenheiras ou analistas de sistemas, uma maneira simples de promover a interação entre alunas de ensino médio e profissionais que já atuam em uma área ainda pouco explorada pela maioria das mulheres.
2) Mulheres tem grande interesse por profissões ligadas ao bem estar social e ao desenvolvimento e não costumam ver carreiras como a de engenheira, por exemplo, como um meio de melhorar a vida de outras pessoas. Para mudar esse pensamento, é preciso apresentar o “lado humano” dessas profissões e mostrar que elas também podem ajudar a melhorar vidas.
3) Característica quase nata nos meninos, a competitividade raramente é estimulada entre as meninas. É preciso mudar essa realidade. A competição saudável estimula o pensamento, a criatividade e a inovação.
4) Estímulo desde cedo é fundamental. Meninas predominantemente ainda ganham bonecas ou panelinhas estilizadas como presente, enquanto foguetes e jogos que estimulam o raciocínio são destinados ao menino. Experimente variar e presentear sua filha com brinquedos que estimulem o raciocínio logico e matemático, em vez da centésima boneca, no próximo aniversário dela.
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