Responsável por 11% da produção global de alimentos, a América Latina já é a região que mais exporta comida no mundo. Há amplo potencial, contudo, para que esse papel seja ainda maior, uma vez que a região concentra 28% das terras globais com potencial de médio a alto para expansão sustentável de área cultivada, segundo o relatório O próximo celeiro global: Como a América Latina pode alimentar o mundo, uma parceria do BID com a Global Harvest Initiative (GHI, na sigla em inglês).
Melhorar a produtividade agrícola de maneira sustentável é um tema cada vez mais urgente, já que, como demonstra o estudo, nas próximas décadas o crescimento populacional, combinado com mudanças radicais na dieta, pressionará fortemente a agricultura e os sistemas alimentares no mundo todo, colocando em risco o meio ambiente e aumentando a possibilidade de disparada nos preços dos alimentos e de alastramento da fome entre as populações vulneráveis.
De acordo com o relatório, a América Latina e o Caribe podem contribuir em grande parte para mitigar esse risco global e ao mesmo tempo beneficiar-se dessa oportunidade para fomentar seu desenvolvimento econômico e social. O relatório apresenta oito sugestões de investimento agrícola que, se implementadas nos próximos 20 anos, resultariam em maior crescimento econômico para a região. Os investimentos em agricultura deverão estar focados em:
1)expandir a agricultura científica, investigação e desenvolvimento,
2) melhorar o conhecimento e serviços de extensão para agricultores,
3) melhorar o transporte e infraestrutura logística,
4) aumentar a irrigação, gestão da água e tecnologia de mecanização,
5) incrementar o comércio regional e global,
6) aumentar o acesso dos agricultores a serviços financeiros; gestão de risco e disponibilidade de crédito,
7) fortalecer as cooperativas e associações de produtores,
8) reduzir perdas pós-colheita.
O relatório também traz exemplos de políticas e ações brasileiras que se mostraram eficazes para melhorar a produção agrícola e que podem ser copiadas em outros países, como um seguro agrícola que recompensa os agricultores baseando-se em resultados reais – e não em um média pré-calculada -, bem como os esforços para combater o desmatamento.
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