Rodovias podem evocar doces lembranças: férias de verão na praia, temporada na casa dos avós, feriados prolongados em algum recanto da natureza e por aí vai. Outra imagem, porém, que muitos já presenciaram pelo menos uma vez na vida nas estradas do Brasil parece digna de pesadelo. Falo da presença de animais atropelados e, não raro, mortos nas rodovias do país. Além de chocante e triste, acidentes desse tipo provocam prejuízos materiais e para a biodiversidade e, dependendo do porte do animal e do impacto da batida, também ameaçam vidas humanas.
De acordo com o Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia (CBEE), mais de 475 milhões de animais selvagens, incluindo onças, capivaras e lobos, são atropelados anualmente no Brasil, ou seja, a cada 15 segundos um bichinho é atropelado. O problema é tão grave que existe até um aplicativo, chamado de Urubu Mobile, para que o usuário tire foto de animais atropelados e envie para o CBEE. As imagens, acompanhadas da localização geográfica, podem representar uma oportunidade real de que os bichinhos sejam resgatados e também permitem que os avaliadores do CBEE analisem e cataloguem a informação, gerando uma base estatística de melhor qualidade.
Embora o app contribua para o mapeamento e no resgate dos bichinhos, a redução do elevado número de acidentes depende de rodovias projetadas para preservar a fauna e de ações de conscientização. Abaixo, três bons exemplos de como preservar a nossa fauna:
Parque Nacional do Iguaçu – Os carros que adentram o parque recebem um pequeno GPS, do tamanho de uma caixa de fósforos, que envia informações como a velocidade do veículo para uma central de atendimento. O equipamento faz com que o motorista comporte-se com mais consciência. Não à toa, nenhum atropelamento de animal de grande porte foi registrado no parque desde que a medida foi adotada.
Estrada-Parque Capelinha-Mauá – A rodovia, que passa pela Serra da Mantiqueira, conta zoo passagens subterrâneas e programa de monitoramento de fauna já instalados. O projeto também prevê a criação de zoo passagens aéreas (para animais como, por exemplo, macacos) e consultoria de ordenamento de turismo sustentável para determinar a capacidade de carga e ordenar o fluxo de carros que podem circular pelo local. Tanto as zoo passagens aéreas quanto a consultoria estão em processo de licitação.
Rodovia Raposo Tavares: Diversos pontos da rodovia que liga a capital ao interior do estado de São Paulo contam com túneis específicos para a passagem de animais. De acordo com a concessionária que administra a Raposo, as passagens foram construídas nos trechos em que se observou maior presença de bichos.
Parque Nacional da Tijuca: O maior parque florestal urbano do mundo acaba de dar início a uma campanha para reduzir o número de atropelamentos em suas dependências. A ideia é educar os visitantes para que eles obedeçam os limites de velocidade. Em caso de acidentes, os motoristas devem comunicar os funcionários sobre o ocorrido, o que aumenta a chance de que os animais sejam salvos.
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