A bicicleta como meio de transporte tem ganhado cada vez mais adeptos não só no Brasil como também na América Latina. Os benefícios são vários: escapar de engarrafamentos quilométricos, reduzir os gastos associados à manutenção de um carro, ajudar a reduzir a poluição e viver de modo mais saudável.
A boa notícia é que, para atender a demanda, a estrutura cicloviária também vem se expandindo em todo o país. A cidade de São Paulo, por exemplo, conta com 243,1 km de malha cicloviária, incluídas aí ciclovias e faixas de lazer. O serviço de compartilhamento de bicicletas é realidade de Petrolina a Porto Alegre, enquanto comunidades que lutam por mais e melhores espaços para se pedalar estão presentes não só no eixo mais congestionado do país, o Rio-São Paulo, mas também em cidades que experimentaram grande desenvolvimento urbano nos últimos anos, como Goiânia.
Agora a má notícia: andar de bicicleta no Brasil mata. E os números mostram que essa é uma tendência em ascensão. De acordo com um relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, 52 ciclistas foram vítimas de acidentes fatais na cidade no ano passado, um aumento de 6,1% em relação a 2011. Os dados são ainda mais chocantes quando se leva em conta que o índice geral de mortes no ainda violento trânsito de São Paulo vem caindo sistematicamente desde 2005. Em 2011, o número de vítimas fatais recuou 12,5%.
Mas o que explica essas duas tendências aparentemente contraditórias? Quando se fala nos acidentes como um todo, a palavra-chave para a sua diminuição é educação. Campanhas de proteção ao pedestre, segundo a CET, resultaram em uma queda de 20,4% nas mortes de passantes.
O mesmo se aplica ao caso das bicicletas. Nesse caso é a falta de educação. Quem já não presenciou carros e ônibus espremerem motocicletas e bicicletas nas grandes avenidas de São Paulo? Muitas vezes motos e bicicletas tem que parar bruscamente para não terminar debaixo da roda dos veículos. Motociclistas e ciclistas também tem sua parcela de culpa e desrespeitam as leis de trânsito.
Apesar das dificuldades, as bicicletas desafogam o tráfego, melhoram a saúde e fazem bem ao bolso. A utilização cada vez maior das magrelas é uma tendência em crescimento. Melhorar as condições de uso desse meio de transporte, através de campanhas de educação, só aumentará o ciclo positivo.
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