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Sistemas de Alerta Precoce Multirrisco: uma ferramenta salva-vidas para cidades da América Latina e do Caribe

02/07/2025 por Alejandro López Lamia - Gabriel de Barros Torres Deixe um comentário


Nas últimas décadas, a frequência e a intensidade dos desastres aumentaram, representando ameaças significativas às áreas urbanas ao redor do mundo. A América Latina e o Caribe (ALC), particularmente suscetíveis a essas calamidades, sofreram os impactos devastadores de furacões, inundações, terremotos, calor extremo, incêndios florestais, e outros eventos catastróficos. A ALC é a segunda região mais propensa a desastres do mundo, com mais de 1.500 desastres afetando mais de 190 milhões de pessoas desde 2000. Em 2024, a região sofreu 74 grandes desastres que afetaram quase 7 milhões de pessoas e causaram um prejuízo econômico estimado em US$10 bilhões.

Recentemente, uma grande inundação em Bahía Blanca, Argentina, chamou a atenção para  as terríveis consequências de eventos extremos. À medida que as áreas urbanas se expandem e as populações crescem, a necessidade de Sistemas de Alerta Precoce Multirriscos (SAPM) torna-se fundamental. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, os SAPM integram conhecimento sobre risco de desastres, monitoramento de perigos, análise, previsão, disseminação e comunicação de alertas, e atividades de preparação. Esses sistemas permitem que indivíduos, comunidades, governos e empresas tomem medidas preventivas para reduzir o impacto de possíveis perigos sobre a vida humana e as atividades socioeconômicas antes que eles se materializem.

Fonte: Organização Meteorológica Mundial

Os SAPM tornam-se figurativamente um salva-vidas, ao fornecer informações essenciais para salvar vidas e permitir que cidadãos, comunidades e empresas retomem rapidamente as atividades socioeconômicas após um desastre. No entanto, os sistemas sozinhos não atenuam os possíveis danos a edificações e infraestrutura causados por eventos catastróficos nem protegem a sociedade reduzindo o impacto de perigos, como no caso de diques e quebra-mares. As atividades de preparação para desastres e as medidas estruturais de proteção civil, juntamente com o desenvolvimento de infraestrutura resiliente, são indispensáveis. Em outras palavras, os SAPM não substituem os investimentos em medidas estruturais de resiliência, como sistemas de gerenciamento de água para controlar inundações, redes de comunicação que permanecem operacionais durante furacões, ou medidas não-estruturais, como códigos de construção eficazes e regulamentos de uso da terra. Os SAPM oferecem vantagens e desafios particulares que exigem consideração cuidadosa no contexto da gestão de riscos de desastres integrada ao processo de desenvolvimento territorial.

Por que os SAPM são tão relevantes?

Os SAPM são projetados para identificar e comunicar o risco de fenômenos naturais para que ações preventivas possam ser tomadas. Ao fornecer alertas em tempo hábil, esses sistemas permitem que moradores deixem o local ou tomem as medidas necessárias antes da ocorrência de um desastre. Por exemplo, um SAPM com antecipação de 24 horas pode reduzir perdas em até 30%. Em áreas com alta cobertura, as taxas de mortalidade são significativamente menores do que naquelas com cobertura restrita ou inexistente. Isso ressalta a necessidade urgente de SAPM eficazes em nossas cidades.

Esses sistemas também podem reduzir perdas ao permitir a rápida restauração de atividades socioeconômicas após um desastre. De acordo com a Comissão Global de Adaptação da ONU, um investimento de US$800 milhões em SAPM em países em desenvolvimento poderia evitar perdas anuais de US$3 bilhões a US$16 bilhões.

Além disso, os SAPM promovem uma cultura de prontidão. Ao monitorar regularmente os possíveis riscos e disseminar informações precisas, esses sistemas permitem que as comunidades se preparem e respondam melhor a crises. Isso inclui o fornecimento de suprimentos de emergência, planos de evacuação e pessoal treinado pronto para agir. Mais importante ainda, os SAPM podem apoiar pessoas vulneráveis, como mulheres, idosos, crianças, pessoas com deficiência e indivíduos com renda mais baixa, que geralmente são mais atingidos por desastres. Nesse sentido, os SAPM podem fornecer alertas e suporte direcionados a esses grupos específicos, garantindo que recebam assistência em tempo hábil. Esse senso de preparação capacita as comunidades e lhes proporciona maior controle diante de possíveis calamidades.

Principais obstáculos

Apesar de suas vantagens, a implementação dos SAPM em cidades da América Latina e do Caribe enfrenta obstáculos como a falta de redes de comunicação confiáveis, equipamentos de monitoramento meteorológico e ferramentas de análise de dados. Muitas áreas urbanas não têm a infraestrutura necessária para dar suporte a SAPM avançados.

A garantia de financiamento para os SAPM requer esforço extra e colaboração entre múltiplos atores. Embora as organizações internacionais possam fornecer investimentos iniciais, como o recém-lançado Programa Regional do BID sobre Gestão do Risco de Desastres “Preparados e Resilientes nas Américas”, os governos devem sustentar esses sistemas a longo prazo, o que exige apoio financeiro contínuo para manutenção, atualizações e treinamento. O desenvolvimento de mecanismos inovadores de financiamento, como parcerias público-privadas, pode ajudar a resolver essa questão. Além disso, a eficácia dos SAPM depende da precisão e da atualidade dos dados que ele fornece. Em muitas cidades da ALC, a tecnologia ultrapassada e o acesso limitado a dados em tempo real podem comprometer a confiabilidade dos avisos. Investir em tecnologia moderna e melhorar a coleta e a análise de dados são etapas cruciais.

Além disso, os SAPM bem-sucedidos envolvem a coordenação entre várias partes interessadas, incluindo órgãos governamentais, serviços de emergência e organizações comunitárias. Questões burocráticas e estruturas de governança fragmentadas em muitas cidades da ALC abrem espaço para melhoria e coordenação aprimorada. Para que o SAPM seja eficaz, o público deve entender e confiar nos alertas que recebe. Isso destaca a importância de campanhas contínuas de educação e conscientização para informar os moradores sobre a importância do sistema e como responder aos alertas, considerando o contexto local e as necessidades específicas. Isso pode ser um desafio em regiões com baixos índices de alfabetização ou acesso limitado a informações, o que torna essa outra etapa crucial na preparação para desastres.

O caminho à frente

Para aumentar ainda mais a eficácia dos SAPM, recomendam-se diferentes ações críticas, como:

  1. Investir em SAPM juntamente com infraestrutura resiliente e verde. Os governos e as organizações internacionais devem priorizar os investimentos em infraestrutura necessária para apoiar os SAPM. Isso inclui a atualização das redes de comunicação essenciais para a disseminação de avisos, a instalação de equipamentos de monitoramento modernos para previsões precisas, e o desenvolvimento de recursos de análise de dados para uma avaliação de risco rápida e confiável. Além disso, a melhoria da infraestrutura cinza (referente a soluções de engenharia) existente e dos sistemas de gerenciamento de água pode ajudar a reduzir o possível impacto das enchentes. A adesão a códigos de construção e regulamentos de uso da terra atualizados pode garantir a resiliência de novas estruturas. A criação de mais espaços verdes e a implementação de soluções baseadas na natureza podem servir como amortecedores naturais contra desastres. Por exemplo, as florestas de mangue protegem aproximadamente 18 milhões de pessoas em todo o mundo contra inundações costeiras todos os anos, resultando em mais de US$80 bilhões em perdas evitadas.
  2. Garantir financiamento sustentável e alavancar a tecnologia. O desenvolvimento de mecanismos inovadores de financiamento e de parcerias público-privadas pode ajudar a garantir os recursos financeiros necessários para sustentar os SAPM. As PPPs podem trazer a experiência e os recursos do setor privado, reduzindo a carga sobre as despesas públicas. Os governos também devem explorar oportunidades de financiamento e apoio internacional. Nos últimos anos, o BID forneceu apoio técnico e financeiro para fortalecer SAPM em países como Equador, Paraguai e Peru. É fundamental investir em tecnologia moderna e melhorar os recursos de coleta e análise de dados. Isso inclui a adoção de modelos avançados de previsão, integração de imagens de satélite, e uso de inteligência artificial para aumentar a precisão das previsões.
  3. Fortalecer a coordenação e a conscientização. É essencial estabelecer estruturas de governança claras e promover a colaboração entre as partes interessadas. Isso inclui a criação de agências dedicadas ou forças-tarefa para supervisionar os SAPM e garantir que todas as partes relevantes estejam envolvidas nos esforços de planejamento e resposta. Em Trinidad e Tobago, um comitê nacional multissetorial facilita as parcerias entre setor público, privado e sociedade civil. Com o apoio do BID, o país está aprimorando sua capacidade de implementar SAPM. Entretanto, sua eficácia também depende da compreensão e da confiança do público. Campanhas regulares são cruciais nesse sentido. Isso inclui o uso de diversos canais de mídia para disseminar informações e a realização de simulações regulares e sessões de treinamento adaptadas aos contextos e necessidades locais. O envolvimento da comunidade não é apenas desejável, mas imprescindível. Em outras palavras, os SAPM devem ser centrados nas pessoas.

Conclusão

Os SAPM são ferramentas vitais para proteger as populações urbanas, especialmente as mais vulneráveis. Embora os desafios sejam significativos, os benefícios desses sistemas são inegáveis. Ao investir em infraestrutura, fortalecer a coordenação, aprimorar a educação pública, garantir financiamento sustentável e alavancar a tecnologia, a América Latina e o Caribe podem construir cidades e comunidades resilientes capazes de suportar os impactos de desastres. À medida que avançamos, devemos continuar a priorizar e apoiar o desenvolvimento desses sistemas que salvam vidas.

Texto também disponível em inglês e espanhol.


Arquivado em:Cidades, Ciência e tecnologia, Infraestrutura, Meio ambiente Marcado com:cidades, Desastres naturais, meio ambiente, tecnologia

Alejandro López Lamia

Alejandro López-Lamia trabalha no BID há mais de 20 anos. Atualmente, é especialista líder na divisão de Desenvolvimento Urbano e Habitação do departamento de Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável em Washington DC. Também desempenhou diferentes funções nas áreas operacionais e estratégicas do Banco nos Estados Unidos e em Honduras, Equador e Bolívia. Antes de trabalhar no BID, foi professor e pesquisador na Argentina. Realizou a maior parte dos seus estudos acadêmicos no Japão, com bolsa do Ministério da Educação (Monbusho). É mestre e doutor em Relações Internacionais e Políticas Públicas de Desenvolvimento pela Universidade Sophia, em Tóquio.

Gabriel de Barros Torres

Gabriel de Barros Torres é consultor na Divisão de Desenvolvimento Urbano e Habitação do BID, trabalhando com apoio operacional na preparação, monitoramento e execução dos programas. Antes, apoiou iniciativas de cooperação técnica e gestão do conhecimento em think tanks e agências de desenvolvimento como a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com foco em adaptação climática, proteção social e integração comercial. Possui mestrado em Estudos Internacionais pela Universidade George Washington e em Análise e Gestão de Políticas Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

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