Plantio na Represa do Cachoeira – Sistema Cantareira
Anelise Brigano Luzio, Aline Frederice, Álvaro Fernandes Jr., Marcelo Serra L. Silva e Sergio Antonio da Silva*
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) atende cerca de 28 milhões de pessoas em abastecimento de água e 21 milhões em coleta de esgoto. Hoje, a Sabesp é a quarta maior empresa de saneamento do mundo em população atendida.
Com a missão de “prestar serviços de saneamento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente”, as ações socioambientais sempre estiveram associadas às atividades da companhia.
A vegetação é um dos componentes mais importantes da fauna e flora, na medida em que seu estado de conservação e de evolução definem a existência ou não de habitats para as espécies, a manutenção de serviços ambientais ou mesmo o fornecimento de bens essenciais à sobrevivência humana, como a ÁGUA.
Água e floresta são indissociáveis, ainda mais quando o assunto é o abastecimento público de uma metrópole como a região metropolitana de São Paulo (RMSP). A Sabesp, atende mais de 21 milhões de habitantes por meio de oito sistemas produtores, compostos por 18 mananciais, cuja qualidade da água depende das ações de restauração, conservação e preservação de seu entorno. Para isso, atua de maneira sustentável em diversas frentes, especialmente em suas áreas patrimoniais inseridas no bioma Mata Atlântica. Destas, mais de 30 hectares de floresta, estão em Unidades de Conservação (UCS), incluídas principalmente nas áreas do Cantareira, Alto Cotia, Rio Claro e Fazenda Capivari (pertencente ao Sistema Guarapiranga). Isso representa 1,4% das áreas de Mata Atlântica remanescentes no Estado de São Paulo.
A preservação dessas áreas em UCS é de extrema relevância para a qualidade ambiental da metrópole, já tão carente de áreas verdes. Em geral, essas unidades se localizam em áreas periféricas da metrópole e a manutenção e proteção delas são instrumentos de controle de pressão exercida pela expansão sobre as reservas de água e Mata Atlântica.
Nesse contexto, a Sabesp desde a década de 90 já plantou mais de dois milhões de mudas de espécies nativas no entorno de suas represas metropolitanas com recursos próprios e por meio de estabelecimento de parcerias. Só no Cantareira, a cobertura vegetal passou de 61% para 75% em 30 anos. A meta é plantar mais de 350 mil mudas até 2020, elevando o indicador para 78%.
Além dessas ações, a empresa também mantém dois viveiros de espécies nativas, implantados na década de 90 e que já produziram cerca de 1 milhão de mudas de mais de 120 espécies nativas dos biomas Mata Atlântica e Cerrado. E a partir de 2018, a Sabesp inovou com a adoção de um novo modelo de gestão para a operação dos viveiros: o estabelecimento de parceria com uma ONG local.
Todas essas ações de proteção ao meio ambiente foram estruturadas dentro do Programa Cinturão Verde dos Mananciais Metropolitanos de forma a buscar soluções que possam persistir no tempo, garantindo os resultados pretendidos.
O plantio e a manutenção das florestas dificultam ocupações irregulares, impede que lixo e agrotóxicos sejam arrastados para dentro das represas, reduz enchentes, protege a biodiversidade, contribuindo para “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A mensuração desta ação é refletida no Índice de Qualidade das Águas (IQA) da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Em 2000, para as águas do Sistema Cantareira, este índice apresentava valor 70, indicando uma boa qualidade da água, porém entre 2010 e 2017, o índice subiu 10 pontos e as águas do Cantareira apresentaram ótima qualidade.
Saiba mais sobre as iniciativas de preservação ambiental em uma das maiores áreas urbanas do mundo, acessando o relatório Muito Além da Água, clique aqui.
O projeto da Sabesp “Ações de restauração florestal como prática de conservação e preservação de recursos hídricos na RMSP” foi selecionado como vencedor do convite à apresentação de propostas para boas práticas e experiências em água e saneamento 2018 do Processo Regional das Américas, coordenado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, em conjunto com o Banco de Desenvolvimento do Caribe, o Programa Hidrológico Internacional da UNESCO, a Global Water Partnership, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura e a Associação Nacional de Empresas de Água e Saneamento do México AC.
*Anelise Brigano Luzio, Aline Frederice, Álvaro Fernandes Jr., Marcelo Serra L. Silva e Sergio Antonio da Silva são funcionários da Sabesp.
Leave a Reply