Claudia Nery*
A degradação ambiental dos rios e cursos d ‘água urbanos são uma preocupação tanto para cidades em desenvolvimento como para as já desenvolvidas. No Brasil o rio Tietê faz parte deste quadro. Ele é o rio mais extenso do Estado de São Paulo e nasce no município de Salesópolis a 22 km do Oceano Atlântico rumo ao interior do Estado, o que fez dele uma intensa via de comunicação por colonizadores e indígenas.
Com a ocupação inadequada das várzeas da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Tietê, as ocorrências de inundações e a concentração de sedimentos aumentaram principalmente no trecho urbano do rio, trazendo impactos negativos para a população e para as atividades econômicas da região.
Frente a este cenário, o Programa Várzeas do Tietê vai recuperar a função das margens do rio para amortecer as cheias e, com isso, diminuir as inundações. O projeto vai criar o maior parque linear urbano do mundo. Ações como o plantio de mais de 60 mil árvores e compensação ambiental por aquelas que foram retiradas para a ampliação da Marginal Tietê já estão acontecendo.
Ao final do projeto, a área de recomposição de mata auxiliar será equivalente a 380 campos de futebol. Além disso, o parque que possui 75 km de extensão e 107 km² de área, já conta com alguns núcleos de esporte, recreação e cultura, oficinas de artes e polos de turismo.
Recentemente, em sua primeira campanha interativa, o programa utilizou as redes sociais para divulgar os resultados das oficinas participativas feitas durante o mês de maio com a comunidade do Núcleo de Lazer, Cultura e Esporte Itaim Biacica. Dezenas de pessoas expressaram o que pensam sobre o lugar onde vivem, contando suas histórias, compartilhando lembranças, falando o que desejam para melhorar o espaço comum e como todos podem contribuir para isso.
Cerca de 170 mil pessoas serão beneficiadas diretamente e aproximadamente quatro milhões de habitantes serão favorecidos de forma indireta nos próximos anos. O Parque Várzeas do Tietê não é apenas um projeto de saneamento, envolvendo atores fundamentais de áreas como energia, planejamento urbano, habitação e meio ambiente para promover o desenvolvimento integrado da região.
*Claudia Nery é especialista sênior em Água e Saneamento do BID no Brasil.
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