Ônibus lotados, interrupções no abastecimento de água e energia, transtornos provocados por eventos climáticos extremos como enchentes . Todos esses problemas estão entre os que mais perturbam a vida habitantes de grandes cidades, confirma uma pesquisa pioneira do BID com cinco mil habitantes de grandes cidades (São Paulo, Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México e Lima). No entanto, a falta de transparência por parte dos governos na hora da tomada de decisões incomoda mais os habitantes de grandes centros urbanos latino-americanos que o caos do cotidiano.
No caso especifico de São Paulo, os entrevistados listaram como suas principais prioridades justamente a questão da transparência (falta de), seguida por maior participação nas decisões de governo, segurança, transporte e burocracia.
Embora o trânsito seja um dos maiores pesadelos do paulistano (fato que se repete em diversas outras cidades brasileiras), os cidadãos demonstram que falta de transparência e participação nas decisões de governo são ainda piores que as horas perdidas em engarrafamentos gigantescos. Essa percepção está diretamente ligada a onda de protestos que tomou conta do país em junho do ano passado, quando boa parte das críticas dos manifestantes centrou-se nas decisões de investimento feitas por seus representantes.
Acostumados às “pequenas” tragédias urbanas do dia-a-dia (para as quais também querem soluções), os habitantes de grandes cidades estão mandando um claro recado para seus representantes: 1) não toleram mais obras que só atendem às necessidades/interesses de muito poucos e 2) como são testemunhas e também beneficiários do crescimento econômico recente da região, também não aceitam mais a desculpa de que falta dinheiro.
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