Camila Mejía*
Um encontro interessante aconteceu recentemente na Bahia com os principais responsáveis por políticas de trabalho e desenvolvimento social, representantes do setor privado e executores de programas de intermediação, capacitação e educação profissional do país.
Diante do fatos de que nos estados da Bahia, Ceará e Sergipe apenas 16% da população de mais baixa renda concluiu o ensino médio parece evidente a necessidade de trabalhar com urgência para buscar soluções. Além de ter um baixo nível de escolaridade e qualificação, nesta população encontramos aqueles grupos que tem sido tradicionalmente excluídos do mercado de trabalho, como negros (85%) e mulheres (89% dos chefes de famílias são mulheres). E deste encontro foi possível tirar três conclusões importantes:
* Primeiro, é imprescindível coordenar as políticas educacionais e de emprego nas várias esferas de governo. Como foi mencionado na reunião “só assim vamos apoiar estas populações, que precisam sair dos programas de transferências condicionadas, deixar sua dependência e ingressarem no mercado de trabalho”.
* Segundo, também é necessário criar ferramentas de planejamento para uma melhor prospecção das necessidades futuras de mão de obra e poder adapta-las as políticas atuais.
* E, finalmente, o setor privado deve participar destas diferentes instâncias como uma condição indispensável para uma efetiva inserção destes grupos no mercado de trabalho.
Embora haja um longo caminho a percorrer, este evento foi uma conquista significativa. Como explica a Superintendente de Desenvolvimento do Trabalho e responsável pelo SINE no estado da Bahia, Maria Thereza Andrade, “o BID nos incentiva a sentarmos e conversarmos em uma mesa e, o mais importante, envolver todos aqueles que trabalham com essas políticas todos os dias para refletir coletivamente sobre os principais desafios que enfrentamos e as principais soluções. Este é um espaço sem precedentes e eu sinceramente espero ver acontecendo outra vez em breve”.
*Consultora da Unidade de Mercados de Trabalho e Segurança Social do BID
Para saber mais, consulte nosso blog Factor Trabajo.
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