César Leyva Muñoz e Fabiana Bentes de Rengifo*
Engana-se quem pensa que o esporte é apenas bola na rede, corrida na pista ou natação na piscina ou no mar. Esporte é um agente catalisador de diversas áreas sociais para o desenvolvimento humano. Um agente poderoso que, de fato, pode transformar uma sociedade.
E no momento em que o Brasil vive a euforia da iminência dos Jogos Olímpicos e Paralimpicos Rio de Janeiro 2016, há de se pensar qual é o maior legado que um país pode oferecer a uma sociedade por ser um anfitrião olímpico. Infraestrutura é uma parte importante desta jornada, mas, muito mais forte que estruturas de concreto, a educação, a integração cultural e a busca pela excelência por meio do esporte é que fazem a diferença e reafirmam o espírito olímpico, baseado nos princípios do Olimpismo.
De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), o Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e do espírito. “Aliando o desporto à cultura e educação, o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais”.
Desta forma, o maior legado que a realização dos Jogos pode deixar a um país, é a disseminação de princípios e comportamentos que tornam a sociedade mais justa, saudável, solidária e responsável.
E por pensarmos o esporte como um legado da transformação social, o projeto Maré que Transforma, desenvolvido pelo BID no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, tem sido um dos atores fundamentais para a inclusão e melhoria da qualidade de vida de crianças e jovens associando a cultura e a educação no cotidiano da comunidade.
O Maré que Transforma não deixa ninguém de fora: profissionais de educação física, assistentes sociais, pais e cuidadores, e os alunos praticantes, inclusive os alunos com necessidades especiais; são convidados a vivenciar situações do dia-a-dia, experimentando os valores esportivos nas ações de um cidadão comum, ao mesmo tempo que multiplicam estes valores e, tornam realidade o legado social que perpetua no comportamento da sociedade.
Além das ações com relação direta a capacitação dos atores no âmbito desportivo, o projeto Maré que Transforma conta com a atuação da Fundação FCBarcelona, que atende mais de 300 crianças e jovens com o FutbolNet, uma metodologia de ensino do futebol por meio de valores que enaltecem a conquista por meio do trabalho em equipe.
A VISA e a Colgate também fazem parte do time com ações que promovem a inclusão e a inovação. A VISA tem dedicado seu trabalho na comunidade ao consumo responsável, ao empreendedorismo e, principalmente, ao planejamento do presente para alcançar um futuro promissor no que tange aos recursos financeiros. Já a Colgate entra em campo com ações voltadas para a higiene oral e saúde bucal das crianças e jovens.
Entendemos que o esporte é uma ferramenta capaz de movimentar e unir pessoas, além de ser um catalisador ideal para uma verdadeira transformação de vidas.
O projeto Maré que Transforma já alcançou a mais de 3 mil crianças e jovens e atua de forma holística na busca pela inclusão social de crianças e jovens que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social.
Quando o legado social é o objetivo de um projeto, toda a sociedade é beneficiada.
*César Leyva Muñoz é especialista em Operações do BID no Brasil.
* Fabiana Bentes de Rengifo é consultora e diretora do projeto Maré que Transforma do BID no Brasil.
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