Bruno Sayão*
Você já ouviu falar em economia compartilhada? Se não, é bom começar a pesquisar. O compartilhamento de bens, produtos e serviços já existem e apontam para o futuro da vida em sociedade.
Devido ao aumento populacional e à incapacidade cada vez maior das cidades em disponibilizar infraestrutura para suportar o grande movimento gerado por este aumento, o acúmulo de bens tem saído de cena e abriu espaço ao compartilhamento.
Com a crise econômica e a necessidade de preservarmos nossos recursos naturais, essa ideia de “alugar” evoluiu para “compartilhar” à medida que, agora, o conceito está mais conhecido e acessível no nosso dia a dia.
Através do compartilhamento, pessoas podem usar coisas que não possuem e podem oferecer coisas que não usam.
Nos últimos anos, várias plataformas de economia de compartilhamento peer-to-peer (ponta a ponta) (P2P), como Uber, Airbnb e IOUU, cresceram exponencialmente.
Esse sucesso está baseado na capacidade de reduzir significativamente os custos de transação para usuários, mercado e as externalidades de rede positivas do uso das plataformas.
Uma nova forma de viver em sociedade
A economia compartilhada é baseada no tripé social, sustentável e econômico. Entenda:
Social. Representa o aumento da densidade populacional. Isso significa que os grandes centros urbanos possuem uma concentração de pessoas por metro quadrado muito maior do que há 30 ou 40 anos.
Sustentável. O aumento populacional leva a um crescimento enorme da utilização de recursos naturais, que são escassos. Por isso, é preciso encontrar soluções sustentáveis, que estejam em consonância com as necessidades estruturais do planeta.
Econômico. A geração que hoje tem mais de 50 anos foi criada com o objetivo de acumular patrimônio (geração X). Hoje, quase ninguém entra no mercado de trabalho pensando em comprar um carro ou um apartamento. Esses itens são considerados bens de uso que podem ser descartados.
Com isso, podemos entender que a economia compartilhada prega uma divisão de recursos, fazendo com que os bens sejam compartilhados, em vez de adquiridos. Para que comprar um carro se você pode alugar um? Ou utilizar um aplicativo de caronas? O mesmo vale para imóveis.
A nova geração prefere aplicar seus recursos em viagens e atividades de lazer que trazem uma satisfação instantânea e tornam a rotina mais leve e descontraída.
Bons exemplos
A economia compartilhada tem como base a tecnologia. Por meio de plataformas, aplicativos e redes sociais, as pessoas podem compartilhar bens e trocar experiências valiosas entre si.
As plataformas trazem a promessa de mercados mais eficientes, o empoderamento dos cidadãos, o crescimento econômico e sustentabilidade ambiental. No entanto, eles também enfrentam múltiplos desafios ao opor-se a empresas e reguladores.
Um exemplo recente, e que vem fazendo sucesso, é o AirBnB. O aplicativo permite que proprietários de apartamentos ao redor do planeta coloquem suas moradias à disposição para aluguéis de curta temporada. Assim, você pode viajar e se hospedar em uma residência local, pagando menos do que em um hotel e vivendo a experiência de ser um residente da cidade.
Em relação aos transportes, a economia compartilhada também vem causando uma revolução. É o caso do Uber, um aplicativo que conecta pessoas que precisam de uma carona a outras que possuem um carro e estão na rua no momento. O sucesso do aplicativo é tão grande, que já surgem novas alternativas como o Cabify, por exemplo.
Já nas finanças, as plataformas de empréstimo e investimentos coletivos, como a IOUU, possibilita o encontro entre os investidores e os tomadores de crédito. Tal interação ocorre por meio de plataformas digitais, sem necessidade da intermediação de bancos. Esse modelo facilita a tomada de empréstimos por pessoas físicas ou jurídicas, o que impulsiona o crescimento econômico do país, seja pela redução na taxa de inadimplência ou pela viabilidade da expansão das atividades de empresas tomadoras de empréstimos.
Por outro lado, ao possibilitar rendimentos melhores para os investidores, se configuram como uma excelente alternativa de investimentos. A economia compartilhada é o futuro diante de nossos olhos. Portanto, se informe sobre o assunto e faça parte desse movimento.
*A IOUU foi uma das nove startups contempladas pela chamada ICE-BID como negócio de impacto social para receber capital semente.
Bruno Sayão é apaixonado por finanças e tecnologia, além disso, é fundador e CEO da IOUU, 3ª plataforma de peer-to-peer lending brasileira, que conecta micro e pequenas empresas que necessitam de crédito com investidores que queiram emprestar para as empresas.
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