Na semana passada, o IBGE apresentou a animadora notícia de que pretos ou pardos passaram a ser 50,3% dos estudantes das universidades públicas. Ainda que permaneçam subrepresentados, já que formam a maioria da população brasileira (55,8%), o número inédito no Brasil não deixa de ser um alento no Dia da Consciência Negra.
Entretanto, ao concluírem a graduação, estes estudantes vão encontrar desafios ainda maiores que os estudantes brancos recém-formados. Se seguem o caminho do empreendedorismo vão ter mais dificuldades que os brancos para terem acesso ao crédito produtivo. Se decidem seguir a vida corporativa, terão mais dificuldade de alcançar cargos elevados.
Isto é o que mostram duas pesquisas do BID preparadas para que governos e empresas tenham mais informação e possam adotar práticas mais efetivas para valorizar a diversidade, promover mais equidade no ambiente de trabalho e um desenvolvimento econômico mais inclusivo.
Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas: dentro dos quadros executivos, as populações femininas e negras continuam enfrentando desigualdades e vulnerabilidades no mundo corporativo. Apenas 4,7% dos quadros executivos são compostos por negros. Entre as empresas que buscam promover a igualdade em seu quadro de funcionários, 43,1% possuem políticas voltadas para pessoas com deficiência, 28,2% para mulheres, e apenas 8% para negros. Confira o estudo na íntegra.
Acesso ao crédito produtivo pelos microempreendedores afrodescendentes: desafios para a inclusão financeira no Brasil: pesquisa avalia as dificuldades que enfrentam pretos e pardos para desenvolverem seus negócios. Os resultados mostram que os microempreendedores pardos e pretos, na comparação com os brancos, procuram menos as instituições de crédito, demandam e obtém crédito em menor volume, pagam juros maiores, declaram maior incômodo dentro de estabelecimentos bancários, e reportam maiores dificuldades de acesso aos serviços financeiros. Confira o estudo na íntegra.
Aqui no Ideação já falamos sobre estes dois temas. Confira abaixo dois posts que sintetizam algumas das recomendações de políticas:
Como empresas podem ajudar a diminuir a desigualdade de raça
As empresas devem atentar para um olhar inclusivo como parte de suas responsabilidades nas regiões onde atuam. Uma equipe diversificada pode beneficiar tanto seu próprio crescimento e rentabilidade, como também melhorar a relação com o mercado, suas cadeias de valor e clientes. Três estratégias podem ajudar uma empresa a ser mais inclusiva:
Ter uma política de diversificação de funcionários: entendendo a importância da representatividade racial em seus quadros, muitas empresas vêm desenvolvendo programas institucionalizados de cotas. Estes programas vão além da reserva de vagas e podem funcionar como indutores de uma cultura inclusiva. A empresa inclusiva reforça o espírito de equipe entre seus funcionários.
Buscar fornecedores empreendidos por afrodescendentes: o empreendedorismo é uma ferramenta importante para combater a desigualdade e gerar empregos. Contratar produtos e serviços de empresas também dirigidas por afrodescendentes é uma maneira de contribuir para que estes negócios ganhem escala.
Fazer parcerias: ao buscar instituições dedicadas à questão racial ou de gênero, as empresas trazem para seu contexto a consciência de que, como instituições, podem fazer mais em nossa sociedade para reduzir desigualdades e ampliam sua capacidade de geração de oportunidades de maneira mais equitativa. LEIA POST NA ÍNTEGRA
Como promover o empreendedorismo afro-brasileiro
O Brasil possui um dos ecossistemas de negócios mais dinâmicos da região: três em cada dez brasileiros possuem uma empresa, ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. E todos podem apoiar a proposta de desenvolvimento empresarial com inclusão social.
Se você é um consumidor: existe o aplicativo KILOMBU. A sua proposta é simples: unir empreendedores afrodescendentes aos consumidores interessados em adquirir seus produtos ou serviços.
Se você é um investidor: existe a plataforma da rede Anjos do Brasil onde você poderá encontrar opções de investimento. Existe também o Fundo Baobá, que está focado nos empreendedores e comunidades afrodescendentes.
Se você é empreendedor: busque oportunidades para melhorar suas habilidades de gestão, de apresentação e conecte-se às redes empresariais existentes. O canal da Endeavor no Youtube contém diversos recursos de informação. Existe ainda a revista Brasil Afroempreendedor e a Rede Brasil Afroempreendedor (Reafro). LEIA POST NA ÍNTEGRA
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