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As prioridades para uma abordagem integral e coordenada da violência contra as mulheres

15/08/2025 por Paula Kantor - María José Martínez - Andrea Monje - Andrea Saldarriaga - Norma Peña - Diana Ortiz - Denisse Wolfenzon Deixe um comentário


Se você já observou uma colmeia de abelhas, deve ter notado que ela funciona graças à coordenação. Cada abelha cumpre um papel em um sistema baseado em comunicação, cooperação e propósito comum. De forma semelhante, a resposta institucional à violência contra as mulheres exige articulação e uma abordagem integral.

Com base nessa premissa, foi realizado em junho o Diálogo Regional de Política 2025 “Violência contra as mulheres: Rumo a uma abordagem integral e coordenada”, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O Diálogo reuniu 85 participantes de 19 países da América Latina e do Caribe para analisar desafios, compartilhar aprendizados e propor estratégias concretas para fortalecer a coordenação institucional.

Um problema multidimensional, estrutural e persistente

Na América Latina e no Caribe, uma em cada quatro mulheres já sofreu violência física ou sexual por parte do parceiro — proporção que aumenta quando se considera a violência cometida por terceiros. A região apresenta taxas de feminicídio de 4,17 a cada 100 mil mulheres, mais que o dobro da média global. Em 2023, foi registrada uma morte violenta por feminicídio aproximadamente a cada duas horas.

A vulnerabilidade é ainda maior entre mulheres com deficiência, afrodescendentes e indígenas, e se agrava em contextos marcados pela presença do crime organizado. O tráfico de pessoas — perpetrado majoritariamente por grupos do crime organizado — afeta desproporcionalmente mulheres e meninas, que representam 62% das vítimas na América do Sul e 82% na América Central e no Caribe.

A violência assume diversas formas — física, sexual, emocional, controle de comportamento — e ocorre dentro de casa, nos espaços públicos, locais de trabalho e ambientes digitais. São situações que se entrelaçam, persistem entre gerações e são sustentadas por normas sociais que as toleram. Seus impactos são amplos: afetam a saúde, a autonomia econômica, o desenvolvimento infantil, a produtividade e a coesão social. Estimativas globais indicam que a violência e o assédio no trabalho geram perdas de até US$ 6 trilhões por ano.

Como construir soluções eficazes

Nenhuma intervenção isolada é suficiente diante dessa realidade. São necessárias estratégias integradas e coordenadas, baseadas em evidências.

Uma abordagem integral articula prevenção, proteção, atenção, acesso à justiça, reparação e reintegração socioeconômica, por meio da oferta de serviços essenciais — saúde, segurança, justiça, educação, apoio psicossocial e financeiro — que sejam culturalmente adequados e considerem os efeitos sobre diferentes grupos de mulheres.

A coordenação multissetorial é fundamental para identificar melhor as necessidades das sobreviventes, oferecer respostas coerentes e evitar sua revitimização ao relatar sua experiência várias vezes. Não se trata apenas de reunir setores, mas de melhorar a qualidade dos serviços, reduzir os custos de acesso e aproveitar sinergias para garantir uma atenção oportuna e eficaz. Apesar dos avanços, ainda há desafios como recursos limitados, escassez de dados, baixa interoperabilidade e capacidades técnicas insuficientes.

É essencial dispor de evidências sobre quais intervenções são eficazes e escaláveis e identificar áreas que requerem mais pesquisa. Uma revisão analítica recente e uma plataforma de evidências oferecem informações sobre o que funciona e o que não funciona para prevenir e para responder à violência contra as mulheres.

Cinco prioridades para os governos da América Latina e do Caribe

Durante o Diálogo Regional, representantes de alto nível de instituições para o avanço das mulheres e dos setores de segurança e de justiça identificaram cinco temas prioritários:

  1. Modelos eficazes de coordenação: institucionalizar espaços intersetoriais com mandatos claros, governança definida, formação especializada, recursos técnicos sustentáveis e a participação de diversos setores e níveis de governo. Isso inclui mecanismos para o avanço das mulheres, saúde, educação, polícias, ministérios públicos e justiça, com envolvimento da sociedade civil e de organismos internacionais. Exemplos destacados: Ciudad Mujer e Hope and Justice Centres.
  2. Atualização de marcos normativos e operacionais: melhorar a aplicação de leis, políticas e protocolos; estabelecer ferramentas eficazes de gestão de casos e sistemas de referência e contrarreferência em nível central e territorial para garantir um atendimento oportuno e articulado.
  3. Sistemas robustos de dados e informação: produzir dados comparáveis e desagregados, melhorar os registros administrativos e as ferramentas de avaliação de risco, promover a interoperabilidade, fortalecer a segurança da informação e as capacidades para análise e uso estratégico em políticas públicas.
  4. Fortalecimento da prestação de contas: incorporar análises de impacto, avaliações de custo-benefício e indicadores mensuráveis no planejamento e formulação de políticas públicas, com monitoramento e avaliação contínuos.
  5. Prevenção como estratégia essencial: priorizar intervenções preventivas, especialmente com jovens e homens adultos, e incorporar abordagens que considerem a mobilidade humana e as tecnologias digitais. A Aliança para a Segurança, a Justiça e o Desenvolvimento — integrada por 22 países e 11 aliados estratégicos, com secretaria técnica do BID — promove respostas integrais para mitigar o impacto do crime organizado sobre populações vulneráveis, incluindo mulheres, crianças e adolescentes.

Compromisso coletivo para avançar

Dada a natureza estrutural e multidimensional da violência contra as mulheres, são necessárias respostas coordenadas e sustentáveis. O BID continua apoiando os países da América Latina e do Caribe no fechamento das lacunas de dados, na promoção de sistemas interoperacionais, na melhoria da articulação intersetorial e no fortalecimento das capacidades estatais para enfrentar esse problema como uma prioridade de desenvolvimento.


Arquivado em:Gênero, Segurança Marcado com:gênero, violência contra as mulheres

Paula Kantor

Paula Kantor é consultora na Divisão de Gênero e Diversidade (GDI) do BID na Argentina, onde oferece assistência técnica para a transversalização de GDI nas operações locais, supervisiona consultoria, elabora produtos de conhecimento e organiza eventos de alto nível. Tem ampla experiência em pesquisa, avaliação, capacitação e coordenação de projetos relacionados a igualdade de gênero, violência baseada em gênero, violência contra crianças e adolescentes e trabalho com populações vulneráveis. Foi consultora no PNUD, Banco Mundial, CAF, Iniciativa dos Direitos da Mulher, InteRed, FARO e HelpAge Internacional. No setor público, trabalho no primeiro Ministério da Mulher de Córdoba, liderando a tranversalização de gênero nas políticas públicas provinciais e a articulação intersetorial. Paula é argentina, formada em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Córdoba e mestre em Estudos das Mulheres e de Gênero pela Universidade de Granada e Central European University, como bolsista do programa Erasmus Mundus.

María José Martínez

María José Martínez é consultora de gênero e diversidade na Divisão de Capacidade Institucional do Estado do Setor de Instituições para o Desenvolvimento do BID. Antes de ingressar no BID, trabalhou no Ministério da Mulher e da Igualdade de Gênero do Chile, liderando a concepção, implementação e monitoramento de projetos de cooperação internacional sobre gênero e direitos humanos. Anteriormente, apoiou a formulação de políticas públicas e a investigação de casos de discriminação com base no gênero e contra diversos grupos populacionais em agências governamentais sediadas em Nova York. María José é chilena, advogada pela Universidad Adolfo Ibáñez de Viña del Mar, mestre em direito pela Columbia University, Nova York, e recebeu uma bolsa de estudos de interesse público e LL.M. da Columbia Law School.

Andrea Monje

Andrea Monje Silva é especialista da Divisão de Gênero e Diversidade do BID em Washington DC onde desenha, implementa e supervisiona programas de gênero e diversidade. Atualmente, seu trabalho tem como foco intervenções para prevenir e atender a violência baseada em gênero e a inclusão de gênero e diversidade em operações de segurança cidadã e modernização do estado. Anteriormente, trabalhou com transversalização de gênero em infraestrutura no BID, inclusão de gênero em transportes no Banco Mundial e em participação política e empoderamento de mulheres no BID. É formada em Ciências Políticas e mestre em Desenvolvimento Internacional pela Sciences Po Paris, tendo também um mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Maryland.

Andrea Saldarriaga

Andrea Saldarriaga Jiménez é coordenadora regional das Iniciativas de Paridade de Gênero do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), um esforço conjunto com o Fórum Econômico Mundial para abordar as lacunas econômicas de gênero na ALC por meio de parcerias público-privadas. Antes de ingressar no BID, trabalhou na campanha presidencial de Sergio Fajardo Valderrama na Colômbia. Saldarriaga Jiménez também atuou como Diretora Associada no Adrienne Arsht Latin America Center do Atlantic Council, onde liderou os programas Colômbia, Venezuela e Anticorrupção e Segurança, bem como as iniciativas Futuro da América Latina e Liderança Feminina. Sua experiência de trabalho também inclui tempo no Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Georgetown, na Missão Permanente da Colômbia junto à OEA, na Airbus SAS e na Universidad de los Andes. Saldarriaga Jiménez frequentemente fornece comentários em inglês e espanhol sobre questões políticas e econômicas críticas para PBS News Hour, El Financiero, NTN24, Caracol TV, Bloomberg Politics, Agence France Presse, Voice of America e Associated Press. Possui mestrado em Estudos Latino-Americanos pela Georgetown University e dois diplomas em Economia e Administração de Empresas pela Universidad de los Andes.

Norma Peña

Norma Peña é Especialista Setorial Sênior da equipe de Segurança Cidadã e Justiça do BID, onde trabalha na prevenção da violência contra a mulher, reintegração de mulheres privadas de liberdade, liderança feminina no setor e eliminação das brechas de gênero e diversidade nos serviços cidadãos. Anteriormente, atuou como Assessora da Vice-Presidência de Setores e Conhecimento e do Departamento de Instituições para o Desenvolvimento. Também trabalhou na Divisão de Gênero e Diversidade e no Departamento de Conhecimento e Aprendizagem. Antes de ingressar no BID, trabalhou na elaboração e gestão de planos locais de segurança cidadã no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Norma possui Mestrado em Administração Pública pela New York University (NYU), é Especialista em Responsabilidade Social e Desenvolvimento pela Universidad de los Andes e Profissional em Governo e Relações Internacionais pela Universidad Externado de Colombia.

Diana Ortiz

Diana Ortiz é Associada Sênior Setorial na Divisão de Segurança Cidadã do BID. Economista especializada em desenvolvimento internacional, tem 15 anos de experiência em gestão de projetos, desenho e implementação de programas, monitoramento e avaliação e pesquisa socioeconômica nos setores público e privado e em organismos internacionais. Seu trabalho tem como foco a transversalização de abordagens para populações vulneráveis. Diana é mestre em Administração Pública em Desenvolvimento Internacional pela Universidade de Harvard e graduada em Economia pela Universidade do Pacífico, no Peru.

Denisse Wolfenzon

Consultora da equipe de Segurança e Justiça do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) especializada em incorporar questões de gênero e diversidade nas operações. Antes de ingressar no BID, Denisse trabalhou como Especialista em Gênero e Saúde na divisão de Equidade, Gênero e Diversidade Cultural da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Trabalhou também na Divisão de Gênero do Banco Mundial e em organizações da sociedade civil nos Estados Unidos e no Peru. Denisse é graduada em Economia pela Universidade de Lima (Peru), mestre em Relações Internacionais pela Columbia University (Nova York, EUA) e em Igualdade de Gênero no Desenvolvimento pela Universitat Central de Catalunya (Barcelona, Espanha).

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