Imagem: Agência Brasil
Márcia Rocha*
A suspeita de um caso de Ebola no Brasil, que felizmente não se confirmou, tem alimentado o desejo da população de saber mais sobre como funcionam os protocolos para a gestão de situações de alto risco como esta. Os procedimentos seguidos pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel, assim como os trâmites de deslocamento do suposto infectado, e a condução dos exames pelos laboratórios especializados fazem parte de uma estrutura internacional de vigilância de epidemias, da qual o Brasil forma parte.
O Centro de Controle de Doenças, em Atlanta (Center for Diseases Control – CDC) é o responsável por coordenar junto a mais de 50 países parceiros a vigilância internacional das principais epidemias, e com isso, apoiam os órgãos responsáveis em cada país quanto aos protocolos de segurança e no enfrentamento de situações de risco para a saúde pública[1].
No Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde é a responsável por adaptar e disseminar os protocolos preconizados pelo CDC e orientar todas as redes de saúde do país (públicas e privadas) nos estados e municípios, quanto aos procedimentos que devem ser estritamente adotados, entre eles, a notificação obrigatória ao Ministério da Saúde em caso de uma situação suspeita.
Em circunstâncias como a atual, de um surto internacional de alto risco, como o do vírus Ebola (alta contaminação e letalidade) a SVS, como parte desta rede internacional de vigilância, desenvolveu um Plano de Contingencia Nacional para a Emergência do Vírus Ebola, que representa uma ação coordenada entre as três esferas de gestão do SUS e as autoridades sanitárias internacionais.
A UPA de Cascavel seguiu os procedimentos de maneira exemplar, de acordo com o orientado pelo Ministério da Saúde, o que possibilitou uma ação rápida e articulada entre o nível nacional e o local, evitando possibilidades de contágio entre a população e preservando a segurança dos trabalhadores da saúde. Ademais, foram seguidas todas as orientações sobre os encaminhamentos para a devida confirmação de diagnóstico e tratamento do paciente, nos serviços de referência para o vírus Ebola no país.
Os projetos na área de saúde financiados pelo BID no Brasil tem incluído em suas ações o fortalecimento da área de vigilância epidemiológica, em estreita coordenação com as ações de atenção à saúde nos territórios. Da mesma forma, os programas do BID tem reforçado a importância do seguimento de protocolos nacionais e internacionais na gestão da clínica. Exemplos desta importante vertente de ação são os apoios às implementações das linhas de cuidado (estruturadas por protocolos) e a certificação, por qualidade, de unidades hospitalares e não hospitalares para garantir o adequado atendimento e a segurança do paciente.
*Especialista Sênior em Saúde do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil
[1] O CDC tem uma missão ainda mais ampliada. Para ver mais sobre CDC: www.cvc.gov
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