Foto: Jentavery/ Flickr – Creative Commons
Cecilia Martinez*
O vírus zika tem afetado pessoas de 28 países e territórios da região da América Latina e no Caribe até hoje. Segundo estimativas realizadas pela Organização Pan-americana da Saúde (OPS), até o fim do ano de 2016 a região das Américas terá aproximadamente quatro milhões de casos. Este problema é particularmente complexo já que a doença poderia estar associada a consequências graves como a microcefalia (risco no primeiro trimestre da gravidez), embora esta associação ainda não esteja confirmada.
O que está confirmado é que desde sua chegada a região percebeu a necessidade de atuar conjuntamente para dar resposta a esta epidemia internacional das seguintes formas:
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Priorizar a prevenção e controle do mosquito Aedes Aegypti, erradicando criadouros e educando a população.
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Investigar a relação entre o vírus zika e a microcefalia e/ou a síndrome de Guillain-Barré.
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Aprofundar o desenvolvimento de novas tecnologias para o diagnóstico, prevenção e tratamento da infecção pelo vírus da dengue, chikungunya e zika.
Para alcançar estas três iniciativas urgentes, 14 ministros e ministras da saúde do Mercosul, Estados Associados e da CELAC firmaram um acordo que inclui 16 pontos pensados como um primeiro guia para erradicar o vírus zika: Readequar a partir das experiências adquiridas as estratégias de gestão integrada de dengue a outras doenças transmitidas pelo mosquito, como medida principal para enfrentar a epidemia regional.
Fortalecer o rol da autoridade sanitária para coordenar a resposta à epidemia de forma integrada, que envolve todos os níveis de governo e garante o alcance nacional da mesma. Isto poderá implicar na necessidade de disponibilizar os orçamentos adicionais.
Legitimar nesse sentido o valor significativo que o comportamento da população tem para garantir o êxito de todo tipo de campanha feita para controlar e prevenir o mosquito.
Desenhar e executar campanhas de educação dirigidas à preparação da população, fomentando seu conhecimento e adesão às ações de saúde pública, além de compartilhar experiências exitosas entre os países.
Fortalecer os mecanismos de comunicação que possibilitem uma informação precisa e atualizada da situação epidemiológica, notificando os riscos sanitários de acordo ao estabelecido no Regulamento Sanitário Internacional.
Estabelecer um sistema de informação de fácil acesso em portos, aeroportos e nas passagens de fronteira, que orientem os cidadãos sobre as medidas de prevenção e controle que estão desenvolvendo os países de acordo com a sua situação epidemiológica.
Coordenar as ações para adequar a resposta de saúde pública para a vigilância e controle das doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, chikungunya e zika.
Gerar capacitações e apoio recíproco para o diagnóstico epidemiológico, clínico e laboratorial de casos de zika.
Considerar a inclusão de compras conjuntas de medicamentos de alto custo nas rodas de negociação, para aqueles que necessitam de tratamento para a síndrome de Guillain-Barré.
Fomentar ações permanentes e colaborativas para geração de conhecimento por meio de pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias para o diagnóstico, prevenção e tratamento da infecção pelo zika e suas consequências sobre a saúde da população.
Criar protocolos e diretrizes clínicas para o tratamento das doenças transmitidas pelo mosquito e suas consequências.
Contribuir para a atualização dos profissionais de saúde na prevenção e tratamento das infecções causadas pelo vírus zika, dengue e chikungunya.
Fortalecer a atenção primária com serviços de atenção integral neonatal e de primeira infância, com ênfase no estímulo precoce das crianças com microcefalia.
Promover a cooperação horizontal, sul-sul entre os países da região nesta estreita articulação com a OPS/OMS que se compromete em elaborar protocolos e diretrizes técnicas em diferentes áreas, como vigilância, comunicação de risco e atendimento clínico de pacientes, com ajuda de uma equipe de especialistas da região. Em tal sentido, a Diretoria da OPS/OMS assumiu nesta reunião o compromisso de apoiar estas linhas de ação.
Solicitar a Cooperação Internacional a orientação de recursos que fortaleçam as ações previstas na estratégia definida no marco da presente Declaração.
Criar um Grupo Ad Hoc no seguimento da emergência, dependente da Reunião de Ministros de Saúde (RMS) para estudar, monitorar e estabelecer as recomendações que correspondam ao tema. Este grupo será coordenado pela Presidência Pro Tempore em exercício e apresentará seu primeiro informe na próxima Reunião Ordinária de Ministros de Saúde do Mercosul.
Onde quer que esteja, informe-se sobre as diferentes maneiras para erradicar o mosquito e prevenir a propagação do vírus. O que estão fazendo as autoridades do seu país para eliminar o mosquito? Conte para nós na seção dos comentários ou escreva no Twitter e mencione o perfil @BIDgente.
Post publicado originalmente no blog do BID, Gente Saludable
*Cecilia Martinez é consultora em comunicação na Divisão de Proteção Social e Saúde do BID.
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