Alejandro Taddia, Olga Mayoral e Claudia Bustamante*
Dirigir não é brincadeira de criança. Ensinam a fazê-lo com precaução desde quando nos preparamos para obter a carteira de motorista: respeitar as sinalizações de trânsito, as prioridades nas interseções, concentração, atenção e várias outras recomendações. As lições são didáticas: quando entrar no carro a primeira coisa é colocar o cinto de segurança, ajustar o assento e retrovisores, certificar que os passageiros também colocaram o cinto. Quando há crianças no carro é preciso se assegurar que elas estão devidamente protegidas com o Sistema de Retenção Infantil (SRI) apropriado ao seu peso e idade… um momento, é necessário mudar o assento segundo a idade e o peso? Estão nos ensinando bem a proteger os pequenos?
Os dados falam por si: na América Latina e no Caribe, acidentes de trânsito são a principal causa de morte prematura para o grupo de 5 a 14 anos e a segunda para o grupo de 15 a 29 anos. Na região, a cada dia morrem 23 crianças menores de 14 anos em acidentes de trânsito. Se fossem aplicadas as mesmas ações de segurança viária dos países mais desenvolvidos, o número de mortes infantis poderia ser reduzido em 75%. Logo, cerca de cinco mil vidas seriam salvas a cada ano.
Existem ações relativamente fáceis de serem implementadas e que podem ter um alto impacto em pouco tempo, como por exemplo, estabelecer a obrigatoriedade do uso do SRI. Entretanto, nenhum país da região dispõe de um marco regulatório completo que estabeleça esta obrigatoriedade em nível nacional. Os escassos avanços na adoção e fiscalização de políticas que regulamentem o uso de sistemas de segurança, uma escassa divulgação e descontinuidade de campanhas de conscientização são algumas das razões que explicam esta situação.
O BID em colaboração com a Fundação MAPFRE, a Fundação Gonzalo Rodríguez apresenta a publicação de Segurança viária infantil: uso dos sistemas de retenção. Uma análise sobre a situação da América Latina para 17 países da região em que são explorados os aspectos mais relevantes que ajudariam a garantir maior segurança infantil.
Parte das conclusões do estudo estabelece que o uso correto do SRI pode reduzir as lesões em mais de 90% quando a cadeirinha está virada para trás e em 60% quando ela está virada para a frente. Demonstrou-se também que além de manter as crianças viradas para trás nas cadeirinhas aumenta sua proteção, as crianças de 4 a 8 anos correm menor risco de sofrerem lesões quando utilizam assentos elevados comparados com uso de cintos de segurança para adultos.
Dependendo da idade e do peso da criança existem diferentes tipos de SRI que podem prevenir lesões e mortes na ocasião de um sinistro. É hora de ampliar a mensagem da segurança viária para a proteção das crianças. Os governos, as escolas, os pais e a sociedade em geral temos esta obrigação. As crianças primeiro, porque protegê-los é responsabilidade de todos.
Faça aqui o download gratuito do estudo e ajude-nos a mudar esses dados.
Post publicado originalmente no blog do BID, Moviliblog
Leave a Reply