Dizem que problemas do futuro não se resolvem com soluções do passado. E uma tecnologia que surge no mercado da geração de energia, inclusive com uso no território brasileiro, mostra que essa premissa é correta: em meio aos debates sobre mudança global da matriz energética, as hidrelétricas continuarão a ter um papel relevante na geração de energia futura. Mas, provavelmente, terão que passar por mudanças.
O número de centrais hidrelétricas reversíveis – que permite o armazenamento de água para geração de energia – poderá, por exemplo, aumentar em países desenvolvidos ao mesmo tempo em que mais projetos com maior preocupação ambiental e social podem avançar nos países em desenvolvimento. Entretanto, o principal papel que a hidreletricidade irá assumir é na expansão de outras formas não tradicionais de energia, como eólica, a biomassa e solar.
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Um exemplo de novas tecnologias são as hidrelétricas que permitem geração solar, também conhecidos como sistemas híbridos hidro-solares. Esses sistemas representam a oportunidade de expandir energia fotovoltaica e trazem muitos benefícios e uma séria de vantagens. Primeiramente, estes sistemas aproveitam a infraestrutura já existente, tal como subestações e linhas de transmissão instaladas nas usinas hidrelétricas. Além disso, a combinação de sol e água garante mais perenidade na geração de energia. À noite ou em dias nublados, a hidreletricidade estabiliza a flutuação da geração de energia fotovoltaica. E, quando o sol estiver brilhando, a geração oriunda das placas é priorizada, economizando água nos reservatórios. Por fim, esses sistemas potencializam e otimizam a geração e a distribuição de energia na rede elétrica.
A junção entre hidrelétricas e fotovoltaicas pode acontecer de duas maneiras: por sistemas solares instalados na terra ou com placas que flutuam sobre as águas – conhecidas como “flutovoltaica”. Este último apresenta vantagens em regiões com restrições de uso da terra.
Da China ao “Velho Chico”
Um estudo recente produzido pelo Instituto de Pesquisa em Energia Solar de Singapura (Serpis, na sigla em inglês) e pelo Banco Mundial, “Onde o sol encontra a água” (disponível em .pdf, em inglês), indica que caso fossem instaladas placas flutovoltaicas que cobrissem pelo menos de 3 a 4% da superfície das águas, a capacidade atual de geração solar do planeta dobraria. O estudo também mostrou que a capacidade global instalada de flutovoltaicas cresceu de 10 MW em 2014 para cerca de 1,1 GW ao fim de 2018.
Projetos como este têm se expandido por diferentes pontos do mundo. Na China, por exemplo, foi instalado um sistema híbrido hidro-solar que uniu o projeto hidrelétrico Long Yong Xia (1280 MW de capacidade instalada) no Rio Amarelo com um sistema de placas, instaladas em superfície seca, com uma capacidade de 800 MW, resultando em um aumento significativo da capacidade instalada para o sistema como um todo.
No Brasil, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) começou a testar painéis flutuantes fotovoltaicos na barragem de Sobradinho. No Chile, a mineradora Anglo American completou a instalação de 84 kW em uma mina de cobre na região de Valparaíso. Na Colômbia, as Empresas Públicas de Medellín (EPM) anunciaram a intenção de implementar a primeira estrutura flutovoltaica no reservatório de Peño- Guatapé. Esses projetos iniciais na América Latina mostram como a tendência de otimizar e melhorar as estruturas de geração já existentes é crescente na região.
Embora os painéis flutovoltaicos custem cerca de 20% mais do que os sistemas de energia fotovoltaica normais, os custos continuarão a diminuir com o aumento da demanda e da produção.
A demanda de energia na América Latina continua a crescer com o desenvolvimento econômico e maior acesso à energia elétrica. Os sistemas flutovoltaicos oferecem uma alternativa viável e estimulante para aumentar a oferta, reduzir o custo de geração, otimizar os projetos hidrelétricos já existentes e oferecer benefícios ambientais claros.
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