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Jovens e violência no Cone Sul: um desafio estrutural que requer soluções urgentes

01/08/2025 por Virginia Queijo von Heideken - Marisol Rodriguez Chatruc - Belen Sotto - Heather Sutton Deixe um comentário


Nos países do Cone Sul — Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai — a violência e o crime impactam profundamente a vida dos jovens. A violência interpessoal é a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, representando 4 em cada 10 mortes nesse grupo etário, em comparação com 1 em cada 10 no nível global. Além disso, a maioria dos atos violentos não é letal, mas provoca lesões que afetam a saúde e o bem-estar dos jovens, agravando ainda mais a situação. Essa realidade decorre de fatores estruturais que exigem respostas integrais, focadas nos jovens mais vulneráveis.

Uma nova publicação do BID destaca os desafios multidimensionais enfrentados pelos jovens no Cone Sul, desde a exposição à violência e ao crime até as barreiras para acessar oportunidades. O relatório também apresenta evidências sobre os tipos de intervenções mais eficazes para promover seu desenvolvimento e garantir um futuro mais seguro.

A magnitude do problema

Os jovens no Cone Sul estão expostos à violência em diversos ambientes: em casa, nas escolas e em suas comunidades. Nos casos mais extremos, a violência está relacionada a gangues e ao crime organizado.

A violência e o crime afetam de maneira distinta homens e mulheres jovens. Os homens jovens são as maiores vítimas de homicídios, enquanto as mulheres jovens sofrem em maior proporção com violência do parceiro e violência sexual. No caso dos homens, os dados mostram que as mortes por violência interpessoal são particularmente elevadas no Brasil, mas também superam a média global nos demais países, com exceção do Chile. Entre as mulheres do Cone Sul, uma média de 20% sofre violência física ou sexual por parte do parceiro antes de completar 30 anos.

Mortes de jovens entre 15 e 29 anos por violência interpessoal
Mortes a cada 100 mil jovens

Fonte: elaboração própria com base nas Estimativas Globais de Saúde 2021: mortes por causa, idade, sexo, país e região. Genebra, Organização Mundial da Saúde; 2024

A participação dos jovens na criminalidade e na violência também faz com que uma parte deles — especialmente homens jovens — sejam encarcerados em centros de detenção juvenil ou em prisões para adultos. Uma pesquisa realizada pelo BID em penitenciárias constatou que, entre os países do Cone Sul, cerca de 20% dos detentos entrevistados tinham menos de 25 anos.

Fatores de risco

A adolescência e a juventude são etapas críticas na formação da identidade e na tomada de decisões. Nesses anos, o cérebro ainda está em desenvolvimento, especialmente nas áreas de controle cognitivo e emocional. Do ponto de vista social, trata-se de um período marcado por mudanças nas relações com os pais e os colegas, bem como pela busca de pertencimento. Esses processos, combinados a fatores ambientais como pobreza, falta de oportunidades educacionais e de trabalho e desintegração familiar, aumentam a vulnerabilidade dos jovens ao crime e à violência.

Experiências adversas na infância — como abuso, negligência, encarceramento de um membro da família, doenças mentais, violência entre parceiros e ausência de uma figura paterna — desempenham um papel crucial. Estudos mostram que adolescentes com histórico de quatro ou mais dessas experiências têm entre quatro vezes (no caso das meninas) e onze vezes (no caso dos meninos) mais chances de se envolverem em atos violentos em comparação com aqueles com uma ou nenhuma.

Soluções e políticas eficazes para reduzir a violência juvenil

Os jovens são mais vulneráveis a comportamentos de risco, mas também estão em uma fase de desenvolvimento cognitivo e social na qual as intervenções preventivas podem ter maior impacto. As informações reunidas na Plataforma de Evidências em Segurança e Justiça do BID identificam tipos de soluções e programas eficazes ou promissores para reduzir a violência e prevenir o crime juvenil.

Políticas puramente punitivas, sem serviços de tratamento e reabilitação, mostraram-se insuficientes e, em alguns casos, até contraproducentes. Por outro lado, as intervenções mais eficazes são aquelas que buscam abordar os fatores de risco e fortalecer os fatores de proteção.

  • Intervenções psicológicas e familiares: terapia cognitivo-comportamental, terapia familiar funcional e terapia multissistêmica são exemplos de abordagens com impactos positivos na redução da delinquência. Além disso, intervenções voltadas ao apoio e capacitação de pais e cuidadores podem ter um impacto significativo na diminuição da violência infantil e intrafamiliar.

A Terapia Multissistêmica (TMS) no Chile faz parte do Programa Lazos de Prevenção da Violência Juvenil, que conseguiu reduzir o comportamento delinquente entre jovens com maior nível de risco, com idades entre 16 e 18 anos.

A Terapia Familiar Funcional (TFF) em Honduras, conhecida como o programa Proponte Más, teve um efeito estatisticamente significativo no funcionamento familiar.

O programa de Capacitação de Pais na Jamaica reduziu a incidência de práticas como gritar e bater nas crianças entre os cuidadores participantes, em comparação com o grupo de controle.

  • Educação e emprego: concluir o ensino médio é um forte fator de proteção contra a criminalidade. Um estudo baseado em dados de 19 países da América Latina e do Caribe identificou que completar a educação secundária é o fator de proteção com resultado mais robusto, entre todos os analisados, associado a menor envolvimento com a criminalidade.

A ampliação da jornada escolar no Chile reduziu a delinquência juvenil entre 11% e 24%.

No que diz respeito ao emprego, a evidência é mista. Por exemplo, um estudo com dados do Brasil mostrou que nem toda criação de emprego tem impacto na violência. Apenas a geração de empregos formais entre homens jovens esteve associada à redução dos homicídios.

  • Intervenção nas comunidades: criar espaços seguros e promover atividades recreativas envolve ativamente a comunidade no enfrentamento da violência, contribuindo para sua prevenção.

Centros de Juventude: os bairros onde funcionam esses Centros, no âmbito do Programa de Oportunidades e Direitos no Rio Grande do Sul, apresentaram reduções significativas nos homicídios de jovens e nos homicídios cometidos por jovens, em comparação com outros bairros vulneráveis, entre 2017 e 2020. Com apoio do BID, outros estados brasileiros como Espírito Santo, e países da região como Costa Rica e Equador, também estão adotando o modelo de Centros de Juventude.

CURE Violence: Com apoio do BID, o modelo foi adaptado para a região, resultando em redução de homicídios entre 30% e 47% em Cali, Colômbia, e redução de 45% nos crimes violentos e 39% nos tiroteios em Trinidad e Tobago. Desde 2024, a implementação está sendo iniciada em alguns bairros de Montevidéu, Uruguai, e em Santiago do Chile, também com apoio do BID.

  • Alternativas ao sistema penal: Para delitos como posse de drogas ou comportamento antissocial, submeter esses jovens a processos penais custosos e estigmatizantes aumenta a probabilidade de reincidência. Além disso, as evidências indicam que penas privativas de liberdade não reduzem a reincidência mais do que alternativas penais, que são mais baratas e provocam menos impacto nas famílias dos infratores. Embora ainda não existam avaliações na América Latina, uma revisão sistemática de 19 estudos sobre esses programas mostra que eles reduzem o comportamento delinquente futuro entre jovens de baixo risco.

Aumentar o investimento em intervenções terapêuticas, educação, fortalecimento das famílias e redes comunitárias, além de oferecer oportunidades de trabalho de qualidade para os jovens, são passos fundamentais. Experiências em diversos países mostram que, quando o apoio integral à juventude é garantido, a violência diminui e as oportunidades aumentam.

Baixe gratuitamente o estudo do BID que analisa a situação da juventude nos países do Cone Sul.


Arquivado em:Educação, Segurança Marcado com:juventude, violência

Virginia Queijo von Heideken

Economista regional no Departamento de Países do Cone Sul do BID em Washington, D.C., foi também economista país no Uruguai. Antes de entrar no BID, em 2014, trabalhou como economista sênior e pesquisadora no Banco Central da Suécia (Riksbank). É PhD em economia pelo Instituto de Estudos Econômicos Internacionais da Suécia. Publicou em periódicos revisados por pares e editou livros nas áreas de macroeconomia, política monetária, gênero e juventude.

Marisol Rodriguez Chatruc

Marisol Rodríguez Chatruc é economista de país para o Uruguai no BID. Anteriormente, trabalhou nos setores Social e de Integração e Comércio do Banco. Seus interesses de pesquisa são o comércio e a migração internacional, economia do trabalho e economia experimental. Marisol publicou suas pesquisas em revistas revisadas por pares como o Journal of International Economics, Journal of Economic Geography e Review of International Economics, além de ser coautora de publicações de destaque do BID e notas técnicas para discussão. Nascida em Buenos Aires, tem doutorado em economia pela Universidade de Maryland.

Belen Sotto

Belén Sotto é consultora de economia do Departamento do Cone Sul do BID, onde realiza monitoramento macroeconômico e participa de projetos de pesquisa. Desde 2015 tem atuado em diversos projetos de consultoria econômica e pesquisa social. Nascida em Montevidéu, no Uruguai, é mestranda em Políticas Públicas na Universidade Católica do Uruguai.

Heather Sutton

Heather Sutton é consultora de Segurança Cidadã no BID. Ela coordena pesquisas para vários projetos sobre crime e violência no Caribe incluindo levantamentos sobre violência contra a mulher. Antes de trabalhar no BID, Heather foi pesquisadora, gerente de projeto e ativista em temas de segurança pública, violência armada e controle de armas no Instituto Sou da Paz. É mestre em Administração Pública pelo Instituto Monterrey de Estudos Internacionais e graduada em Relações Internacionais pela Universidade do Colorado.

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