Banco Interamericano de Desenvolvimento
facebook
twitter
youtube
linkedin
instagram
Abierto al públicoBeyond BordersCaribbean Development TrendsCiudades SosteniblesEnergía para el FuturoEnfoque EducaciónFactor TrabajoGente SaludableGestión fiscalGobernarteIdeas MatterIdeas que CuentanIdeaçãoImpactoIndustrias CreativasLa Maleta AbiertaMoviliblogMás Allá de las FronterasNegocios SosteniblesPrimeros PasosPuntos sobre la iSeguridad CiudadanaSostenibilidadVolvamos a la fuente¿Y si hablamos de igualdad?Inicial
Administração pública Água e saneamento Ciência, Tecnologia e Inovação Conhecimento Aberto Comércio e integração regional Desenvolvimento da primeira infância Desenvolvimento urbano e habitação Educação Efetividade no desenvolvimento Energia Gênero e diversidade Indústrias Criativas Meio ambiente, mudança climática e salvaguardas Política e gestão fiscal Saúde Segurança pública e Justiça Trabalho e pensões
  • Skip to main content
  • Skip to secondary menu
  • Skip to primary sidebar
  • Skip to footer

Gestión fiscal

  • Página Inicial
  • Categorias
    • Descentralização
    • Gasto Público
    • Impostos
    • Política Fiscal
  • autores
  • Publicacações
  • Português
indice politicas ambientais e sociais empresas estatais

Uma proposta de indicador para medir o desempenho das políticas ambientais e sociais das empresas públicas brasileiras

February 12, 2025 by André Martínez Fritscher - Monise Estorani de Faria - Aldo Musacchio Deixe um comentário


A sustentabilidade ambiental e a redução das desigualdades econômicas e sociais entre os homens e a mulheres são parte de uma agenda transversal[1] de desenvolvimento do Brasil e o êxito na abordagem desses desafios depende não somente do governo, mas também das empresas, através de suas políticas de salvaguardas ambientais e sociais (ESG, na sigla em inglês).

Isso é ainda mais relevante para as empresas estatais (EEs), uma vez que, por serem controladas pelo Estado, devem estar fortemente alinhadas com os compromissos assumidos pelo governo federal. Ao passo que a função e objetivo primário de uma empresa privada é gerar lucro para seus acionistas, as empresas estatais são caracterizadas por múltiplos objetivos, que não se limitam a geração de lucro[2]. Entre estes, se destacam como funções centrais o bem-estar social e o desenvolvimento da nação. Por essa multiplicidade de objetivos, as EEs podem ser vistas com extensões do governo, que operam na intersecção do público e do privado.

Mesmo com tais motivações, ainda faltam ferramentas sofisticadas para monitorar o engajamento e progresso das empresas estatais em temas de ESG e saber se as medidas sendo implementadas são efetivas ou se é possível aperfeiçoá-las.  Neste blog, discutiremos uma proposta de índice[3] que busca medir de modo sistemático e profundo a abordagem das estatais brasileiras relacionadas às suas políticas ambientais e de gênero. Este índice, aplicado para 23 empresas estatais, busca reduzir uma brecha importante de informação, pois muitas das estatais do país não fazem parte de índices internacionais que medem o desempenho destes tipos de políticas[4].

Entendendo o contexto internacional das políticas ambientais e sociais para as empresas estatais

Antes de avançar na explicação dess|e índice é importante situar o Brasil dentro de um contexto internacional. Tanto entre BRICS[5] como na própria América Latina, os enfoques das políticas de ESG são variados apesar dos avanços em anos recentes. São poucos os casos de legislações robustas que incluam estes critérios.

No caso específico do Brasil, não há uma legislação ampla que abarque claramente diretrizes para as preocupações ESG. Entretanto, o Decreto 12.303 de dezembro de 2024 institui um programa de governança e modernização que contempla ações de diversidade e inclusão, ainda a serem iniciadas. A governança das empresas estatais no país fica a cargo principalmente da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), dentro da estrutura do Ministério da Gestão e Inovação.

A SEST oferece uma certificação que endereça aspectos de transparência e melhores práticas de governança nas EEs federais, através do Índice de Governança da SEST (IG-SEST). Apesar de ser um bom exemplo em termos de prestação de contas, não aborda profundamente temas transversais. O IG-SEST é desenvolvido a partir de um questionário de 46 perguntas, das quais nove endereçam questões socioambientais. 

Proposta de índice

O Indice de Políticas Ambientais e de Gênero (IPAG) procura aprofundar a abordagem ESG das estatais e foi criado tomando em conta as particularidades do contexto brasileiro, enfocando-se em dois componentes: (i) Ambiental, com 20 indicadores e (ii) Gênero, com nove indicadores.[6]

O Índice foi criado tendo como referência o questionário do Carbon Disclosure Project (CDP), as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) e as dimensões do Bloomberg Gender Equality Index (GEI). O indicador foi construído com dados de 23 empresas estatais federais[7], em oito setores: tecnologia da informação e comunicação; petróleo, gás e energia; saúde; pesquisa e gestão de projetos e contratos; infraestrutura e transporte; indústria/manufatura; financeiro; e abastecimento alimentar.

A tabela abaixo mostra como o índice é composto e a nota final calculada para cada componente.

Componente AmbientalComponente de Gênero
20 indicadores, divididos em cinco categorias:
– Compromisso com a mudança climática
– Energia
– Água
– Lixo/Resíduos
– Biodiversidade
Indicadores relacionados à presença de mulheres nos conselhos de administração e cargos executivos (alto escalão):
– Percentual de mulheres no conselho
– Presidência do conselho ocupada por mulher
– Posição de CEO ou equivalente ocupada por mulher
– Percentual de mulheres na diretoria executiva (C-level)
– Existência de Chief Diversity Officer  
CodificaçãoCodificação
1: informação completa e clara
0.5: informação vaga ou incompleta
0: sem informação
1: mais de 45% de mulheres
0.5: entre 25% e 45% de mulheres
0: menos de 25% de mulheres
Score finalScore final
Soma dos indicadores, varia de 0 a 20Soma dos indicadores, varia de 0 a 5
Fonte: Elaboração própria

Apesar do IPAG ser apresentado como um único índice, seus componentes devem ser interpretados de forma distinta e não são aditivos. Ou seja, cada EE avaliada terá uma nota para o componente ambiental, que varia de 0 a 20, e uma nota para o componente de igualdade de gênero, variando de 0 a 5. Nos dois casos, a nota zero reflete uma situação menos desejável e a nota máxima é o maior número (5 para gênero e 20 para o ambiental). A nota final em cada componente é composta a partir da soma da nota obtida em cada indicador analisado, que recebe uma pontuação entre 0 e 1.

Resultados

A primeira aplicação do índice mostra que, para o componente ambiental, as maiores notas são obtidas por empresas do setor de petróleo, gás e energia, e grandes empresas do setor financeiro. Este resultado é esperado, uma vez que são os maiores alvos de pressão de diferentes stakeholders pela proeminência que possuem no mercado, medida tanto pela quantidade de funcionários como valor dos seus ativos, como indicam os gráficos 1 e 2 abaixo.

Gráfico 1: Correlação entre número total de funcionários e score ambiental

Fonte: Elaboração própria

Gráfico 2:  Correlação entre valor total de ativos e score ambiental

Fonte: Elaboração própria

Vale ressaltar que a correlação entre o tamanho da empresa e os scores ambientais não se deve apenas às pressões externas. Também podem existir outras explicações plausíveis, que não são mutuamente exclusivas, como por exemplo o fato de empresas maiores terem mais recursos e capacidades para planejar e executar estratégias ambientais.

Já no score sobre políticas relacionadas ao gênero, o desempenho é limitado. Conforme mostrado nos gráficos 3 e 4, os scores de igualdade de gênero não ultrapassam 2,5 (50%), e metade das empresas analisadas tem, de fato, um score com valor zero.

Também diferentemente do componente ambiental, o score de gênero aparenta ter pouca ou nenhuma correlação com o tamanho das EEs, tanto em valor total de ativos quanto em número de funcionários.

Gráfico 3: Correlação entre número de funcionários e score de políticas relacionadas ao gênero

Fonte: Elaboração própria

Gráfico 4: Correlação entre valor total de ativos e score de políticas relacionadas ao gênero

Fonte: Elaboração própria

Lições aprendidas

Os resultados deste exercício mostram a necessidade de um melhor monitoramento sobre a adoção e implementação das políticas de ESG nas empresas estatais para que o governo possa impulsionar a adoção dessa agenda de modo mais sistemático entre estas empresas, principalmente entre aquelas que estão menos sujeitas à pressão dos investidores e mercado para que a sua adoção.

Os resultados do IPAG deixam claro a necessidade de o governo agir não apenas como um fiscalizador, mas também como uma fonte de cobrança de metas pré-estabelecidas – a fim de tornar o incentivo para a adoção de práticas ESG tangível para os gestores.

Para tornar possível uma estratégia de fortalecimento e a criação de metas, o monitoramento por meio de métricas bem estabelecidas, que sejam abrangentes em seu escopo de investigação, porém específicas e objetivas em seus componentes, é um primeiro passo fundamental. A falta de medidas e processos claros, específicos e comparáveis observada durante a construção do índice ressalta como ainda há um amplo caminho para fortalecimento das práticas de transparência das empresas estatais.

Por fim, cabe ressaltar que as empresas estatais estão estrategicamente posicionadas para serem pioneiras em questões de desenvolvimento sustentável e igualitário, podendo atuar exatamente na conexão entre o mercado e as estratégias do governo. Desse modo, as empresas estatais poderão não apenas seguir as melhores práticas ESG do mercado, mas também fomentá-las e liderar a disseminação, implementação e evolução destas. Abrir caminho para estas ações é o objetivo da metodologia desenvolvida para o IPAG.

Assine nossa newsletter para se manter atualizado sobre nossas últimas publicações, blogs e eventos. Certifique-se de selecionar a opção de newsletters, depois de escolher o tópico de política fiscal e gestão.

Para saber mais, acesse também:

Monitoring the Governance of State-Owned Enterprises: Assessing the Impact of Brazilian Corporate Governance Reforms

Fortalecimento da governança corporativa das empresas estatais: lições para o Brasil

Blogs relacionados

Fortalecimento da governança corporativa das empresas estatais: lições do Brasil

Resolvendo o enigma das empresas estatais na América Latina e no Caribe (em inglês)


[1] O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025, e em 50% até 2030. Além disso, o país pretende atingir a neutralidade climática (o chamado net zero) em 2050. No plano plurianual 2024-2027, um objetivo estratégico do país é “reforçar políticas de proteção e atenção às mulheres, buscando a equidade de direitos, a autonomia financeira, a isonomia salarial e a redução da violência”. O documento também traz metas anuais para melhora na razão entre o rendimento médio do trabalho de homens e mulheres.

[2] Musacchio, Ayerbe & Garcia, 2015

[3] O conteúdo deste blog se baseia em Indicador de Políticas Ambientais e de Gênero – IPAG (Martinez Fritscher et al, no prelo).

[4] Os índices ESG internacionais costumam se concentrar em grandes empresas multinacionais negociadas em bolsas de valores fora do Brasil.

[5] Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

[6] Quatro indicadores são apenas base para o cálculo percentual de representatividade das mulheres e  não são incluídos no score final.

[7] 50% das 46 empresas supervisionadas pela SEST, a partir de relatórios do ano de 2021, manualmente codificados.


Arquivado em:Gasto Público Marcado com:gender and diversity, mudança climática

André Martínez Fritscher

André Martínez Fritscher es Especialista Senior de la División de Gestión Fiscal del BID. Anteriormente se desempeñó como Economista de país en el mismo BID y como Gerente de Análisis de las Finanzas Públicas en el Banco de México. Cuenta con estudios de licenciatura en el Centro de Investigación y Docencia Económicas en México y un doctorado en economía por la Universidad de Boston. Sus áreas de interés son política macrofiscal, descentralización fiscal y eficiencia del gasto público, temas sobre los cuales ha escrito artículos de investigación.

Monise Estorani de Faria

Monise Estorani de Faria é consultora na Divisão de Gestão Fiscal do BID. É economista pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Ciência de Dados. Anteriormente trabalhou como economista especialista em dados e assistente de pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no tema de finanças públicas subnacionais.

Aldo Musacchio

Aldo Musacchio, a Professor of Management and Economics at Brandeis International Business School, specializes in the study of state-owned enterprises (SOEs). He's written extensively on the topic, including the book "Reinventing State Capitalism: Leviathan in Business, Brazil and Beyond" (Harvard University Press, 2014) with Sergio G. Lazzarini, where they explore the performance implications of various governance structures in SOEs. Musacchio and Emilio I. Pineda edited "Fixing State-Owned Enterprises: New Policy Solutions to Old Problems" (IADB, 2019), which offers innovative practices to enhance the reporting and performance of SOEs. In "Smoldering Embers: Do State-Owned Enterprises Threaten Fiscal Stability in the Caribbean?" Gerardo Reyes-Tagle, Musacchio and others study the sources of fiscal risk stemming from SOEs in small island nations and the challenges in implementing modern corporate governance practices. With the World Bank he has produced a series of papers and a book investigating the performance and fiscal risk of infrastructure SOEs.

Reader Interactions

Leave a Reply Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Primary Sidebar

Siga-nos

Subscribe

RECAUDANDO BIENESTAR

Bem-vindo ao blog Recaudando Bienestar da divisão de Gestão Fiscal do BID. Este é um ponto de encontro para conversar sobre a política e a gestão fiscal nacional e subnacional da América Latina e do Caribe. Conversemos!

Pesquisar

Postagens Recentes

  • Avaliações de impacto sobre o Profisco demonstram o poder da transformação digital para combater a fraude e evasão fiscal
  • Uma proposta de indicador para medir o desempenho das políticas ambientais e sociais das empresas públicas brasileiras
  • Como o PNAFM ajudou a impulsionar as receitas locais por meio da modernização da gestão fiscal municipal
  • O Imposto Mínimo Global é um divisor de águas: conheça os principais dilemas de política tributária
  • Fortalecimento da governança corporativa das empresas estatais: Lições do Brasil

Categorias

  • Descentralização
  • Gasto Público
  • Impostos
  • Não categorizado
  • Política Fiscal

Footer

Banco Interamericano de Desarrollo
facebook
twitter
youtube
youtube
youtube

Blogs escritos por funcionários do BID:

Copyright © Inter-American Development Bank ("IDB"). Este trabalho está sob a licença de Creative Commons IGO 3.0 Attribution-NonCommercial-NoDerivatives. (CC-IGO 3.0 BY-NC-ND) e pode ser reproduzido com atribuição ao BID para fins não comerciais. Trabalhos derivados não são permitidos. Qualquer disputa relacionada ao uso dos trabalhos do BID que não possam ser acordados de maneira amigável deve ser submetida à arbitragem de acordo com as regras da UNCITRAL. O uso do nome do BID para qualquer finalidade além de atribuição e o uso da logo do BID está sujeita a um acordo de licença separado entre o Banco e o usuário e não é parte da licença de CC- IGO. Note que o link proporcionado sobre a licença Creative Commons inclui termos e condições adicionais.


Blogs escritos por autores externos:

Para qualquer dúvida relacionada ao direito de copyright de artigos produzidos por autores que não são funcionários do BID, por favor preencher o formulário de contato para este blog.

As opiniões expressadas neste blog são dos autores e não refletem necessariamente as opiniões do BID, seu Conselho Executivo, ou de seus países membros.

Atribuição: além de atribuir o trabalho ao autor respectivo e ao dono do direito de copyright, conforme o caso, apreciamos se você pode incluir um link para o blog do BID.



Política de privacidade

Copyright © 2025 · Magazine Pro on Genesis Framework · WordPress · Log in

Banco Interamericano de Desarrollo

Aviso Legal

Las opiniones expresadas en estos blogs son las de los autores y no necesariamente reflejan las opiniones del Banco Interamericano de Desarrollo, sus directivas, la Asamblea de Gobernadores o sus países miembros.

facebook
twitter
youtube
Este site usa cookies para otimizar a funcionalidade e oferecer a melhor experiência possível. Se você continuar a navegar neste site além desta página, os cookies serão colocados em seu navegador.
Para saber mais sobre cookies, clique aqui.
x
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Always Enabled
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Non-necessary
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
SAVE & ACCEPT