Imagine se todos os prédios comerciais, que abrigam centenas e até milhares de pessoas durante o dia nas grandes cidades, tivessem a capacidade de gerar a sua própria energia ou, pelo menos, receber parte dela de fontes alternativas? Isto diminuiria a emissão dos gases de efeito estufa, a carga junto ao sistema elétrico, bem como a dependência de combustíveis fósseis e o próprio custo de operação dos edifícios.
Fazer frente às mudanças climáticas ainda não é barato. Os projetos de eficiência energética em larga escala apresentam um custo de implantação elevado e tecnologias pouco difundidas. Além disso, o sistema financeiro ainda não dispõe de mecanismos de crédito suficientes para atender à demanda, em grande parte por conta dos riscos deste tipo de operação. Entretanto, quando concluídos, estes projetos apresentam elevado retorno financeiro.
Um mecanismo que tem sido muito utilizado pelas construções que buscam a eficiência energética é o “retrofit”, que neste contexto significa a substituição de equipamentos ineficientes com o objetivo de reduzir o consumo de energia, tornar o edifício autossuficiente, ou mesmo fazer com que a construção seja coprodutora de energia. Confira aqui 10 edifícios sustentáveis no Brasil.
O BID estima que um terço das necessidades de energia da região poderia ser suprido com a adoção de medidas de eficiência até 2018. Foi pensando nesta realidade, e para facilitar o meio de campo entre empresas de energia/prédios comerciais e bancos financiadores, que o Banco, em parceria com o Global Environmental Facility (GEF) e o PNUD, criaram o Mecanismo de Garantia de Eficiência Energética (EEGM), com fundos de 25 milhões de dólares, para oferecer garantias parciais de crédito, assumindo o risco técnico e/ou financeiro destas operações.
A primeira operação de garantia foi aprovada no Brasil, e será aplicada em um shopping em São Paulo, em duas fábricas em Minas Gerais e São Paulo, e em um call center no Ceará. E há espaço para mais empresas interessadas. Com estes recursos, espera-se que o EEGM aumente a eficiência energética dos setores de edifícios comerciais e públicos em cerca de quatro milhões de MWh de eletricidade nos próximos 20 anos.
Em consequência, espera-se uma redução direta de dois milhões de toneladas equivalentes de CO2 em emissões de gás do efeito estufa durante o mesmo período, com uma redução indireta de emissões estimada em 9,6 milhões de toneladas de CO2.
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