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Se não protegermos a biodiversidade teremos mais pandemias?

13/05/2020 por Guy Edwards - Andrea Garcia Salinas - Graham Watkins Deixe um comentário


As imagens recentes de golfinhos nadando perto das docas do porto de Cagliari, na Sardenha, devido ao tráfego reduzido de barcos se tornaram virais por mostrar a natureza retornando às áreas normalmente ocupadas pela atividade humana. Em Lima, um raro alto número de pássaros voltou às praias. Embora essas imagens possam refletir um vínculo positivo entre a natureza e a pandemia do COVID-19, a realidade é muito mais alarmante. 

As doenças infecciosas vêm, principalmente, da vida selvagem e estão aumentando 

As doenças infecciosas são um problema ambiental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que aproximadamente um quarto das mortes no mundo vem de fatores ambientais. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA estima que três quartos das doenças novas ou emergentes que infectam seres humanos – como Ebola, Dengue, Zika ou Febre Amarela – são originárias da vida selvagem. 

Existem várias maneiras pelas quais a perturbação dos ecossistemas pode acentuar as doenças infecciosas. Por exemplo, estamos cada vez mais invadindo florestas tropicais que abrigam inúmeras espécies de animais; dentro deles existem vírus potencialmente novos. Quando perturbamos e estressamos esses ecossistemas e espécies, corremos o risco de os vírus se transferirem de seus hospedeiros naturais para os seres humanos. 

O HIV, possivelmente, passou de chimpanzés para humanos na década de 1920, quando caçadores os matavam e os comiam na África, por exemplo. No sudeste da Ásia, o vírus Nipah surgiu dos morcegos devido à intensificação da criação de porcos. Outro estudo mostrou que um aumento de cerca de 4% no desmatamento na Amazônia aumentou  a incidência de malária em quase 50%, à medida que os mosquitos transmissores de doenças prosperaram em áreas recentemente desmatadas. 

Essas doenças podem ter consequências catastróficas. A pandemia do COVID-19 já está causando uma trágica perda de vidas e pode custar bilhões de dólares à economia global.

A conexão entre animais selvagens, doenças e pessoas não é nova. Contudo, as doenças emergentes quadruplicaram nos últimos 50 anos, em grande parte devido à fragmentação do habitat, uso da terra e mudança climática. A perda de florestas causada pela exploração madeireira, mineração, estradas, expansão agrícola, urbanização rápida e crescimento populacional aproxima as pessoas das espécies animais pela primeira vez. É provável que surjam doenças, tanto em ambientes urbanos quanto nos mais naturais, devido à maior proximidade entre pessoas, animais selvagens, animais de fazenda, e animais de estimação. A contaminação também pode aumentar a suscetibilidade a infecções virais e bacterianas.  

Além disso, é provável que os vírus e outros patógenos passem de animais para humanos em mercados informais que fornecem “carne fresca” às pessoas. Acredita-se que o mercado onde produtos e carne fresca são vendidos, em Wuhan, tenha sido o ponto de partida da pandemia da Covid-19. 

A crise climática também mudou e acelerou os padrões de transmissão de doenças infecciosas como a malária. A OMS estima  que o aumento da temperatura global em 2-3ºC poderá aumentar, em cerca de 3 a 5%, o número de pessoas em risco de pegar malária. A mudança climática está minando também  os determinantes sociais e ambientais da saúde, incluindo o acesso das pessoas à água potável, especialmente nas comunidades mais pobres e vulneráveis.  

Proteger a biodiversidade e o clima é também proteger nossa própria saúde 

O Brasil é o país que detém a maior biodiversidade do mundo: abriga de 10% a 20% do total de espécies do planeta. A região da América Latina e o Caribe detém 40% da biodiversidade mundial. Esse capital natural nos fornece bens e serviços vitais, como a água fresca que bebemos. Pagamentos por serviços ecossistêmicos podem promover o reflorestamento, reavivar a atividade econômica e melhorar o manejo florestal. As soluções baseadas na natureza também desempenham um papel crítico no enfrentamento da crise climática por meio do sequestro de carbono e do fornecimento de barreiras aos perigos naturais relacionados ao clima. 

No entanto, atualmente não estamos fazendo o suficiente para proteger o capital natural. Apesar dos inúmeros benefícios para as pessoas e para a economia,  todos os anos, região perde a maior taxa de cobertura de árvores do mundo devido à expansão da fronteira agrícola. As decisões continuam sendo tomadas com pouca atenção às consequências para a biodiversidade. 

Proteger a natureza e garantir o uso sustentável dos recursos naturais poderia ajudar a prevenir a próxima pandemia. Uma combinação acertada entre proteger a natureza, utilizar os recursos naturais de forma sustentável e educar as comunidades locais sobre os perigos das doenças zoonóticas pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento sustentável, com importantes benefícios colaterais para as pessoas, a biodiversidade e o clima. 

Da mesma forma, há oportunidades para catalisar os serviços de capital natural na região. Soluções baseadas na natureza e na biodiversidade são importantes para o bem-sucedido desenvolvimento de medicamentos para novos tratamentos. Estima-se que entre 50.000 e 70.000 espécies de plantas sejam colhidas para a medicina tradicional ou moderna, enquanto cerca de 50% dos medicamentos modernos foram desenvolvidos a partir de produtos naturais, os quais estão ameaçados por colheitas insustentáveis ​​e perda de biodiversidade. 

Os programas de bioeconomia podem apoiar a pesquisa e o desenvolvimento desses medicamentos, além de incentivar a proteção da biodiversidade. O Laboratório de Capital Natural do BID apoia mecanismos para investir em empreendimentos de bioeconomia, assegurando, ao mesmo tempo, que as populações indígenas locais, que administram e possuem esses recursos, sejam compensadas pelo uso de material genético local. 

Reduzir o desmatamento e a degradação também pode trazer benefícios socioeconômicos relevantes. No Brasil, o projeto Rural Sustentável do BID beneficiou diretamente mais de 18.000 agricultores e evitou o desmatamento de 8.550 hectares. A abordagem dos riscos relacionados ao clima e a redução da degradação do solo por meio de estratégias de descarbonização de longo prazo, e soluções baseadas na natureza, podem garantir o “direito à saúde” das pessoas, conforme estabelecido no Acordo de Paris

O fato de tantas pessoas terem gostado de vídeos (verdadeiros ou não) mostrando a vida selvagem retornando a áreas dominadas por humanos ilustra como as pessoas querem acreditar no poder da natureza para se recuperar. No entanto, nossa destruição e perturbação do ecossistema estão aumentando a probabilidade de mais pandemias. Se não enfrentarmos a crise climática, protegermos a biodiversidade e usarmos os recursos naturais de maneira sustentável, nós que lutaremos para nos recuperar de consequências trágicas.  


Arquivado em:Meio ambiente Marcado com:biodiversidade, clima, coronavirus, doenças infecciosas, emergência ecológica, mudança climática, Painel de Impacto do Coronavírus, saúde

Guy Edwards

Guy Edwards is a senior consultant in the Fiscal Management Division at the Inter-American Development Bank. Previously, he was a senior consultant in the IDB’s Climate Change Division and a research fellow at the Institute at Brown for Environment and Society and co-director of the Climate and Development Laboratory at Brown University. He has a Master’s Degree in Latin American Area Studies from the University of London. He is the co-author of the book, A Fragmented Continent: Latin America and Global Climate Change Policies (MIT Press 2015). His work has been published by El Espectador, Climate Policy, Brookings Institution, E3G, The New York Times, Washington Post, Project Syndicate, Chatham House, Real Instituto Elcano, El Universal, El Comercio, Americas Quarterly, La Tercera, and The Guardian.

Andrea Garcia Salinas

Andrea specializes in strategic communication on climate change, development, and migration. Previously, she worked as a consultant at the IDB Invest’s Advisory Services. Between 2019 and 2022, she was part of the IDB's Climate Change Division where she focused on narratives around sustainable recovery, decarbonization, resilience, nature and biodiversity, among others. Her previous work includes managing digital campaigns and reporting UNFCCC summits in Lima, Paris, Marrakech, Bonn, and Katowice. Andrea has also worked with conservation associations in the Peruvian Amazon, the Ministry of Environment in Peru and the UNDP. Andrea holds an MA in International Development, with a concentration in Environment and Migration from PSIA - Sciences Po, a BA in Communication for Development from Pontificia Universidad Católica del Perú, and a certification in Strategic Media Communications from NYU.

Graham Watkins

Graham Watkins es Jefe de la División de Cambio Climático y Sostenibilidad del Banco Interamericano de Desarrollo y lidera los esfuerzos del Banco para apoyar las políticas y planificación climática en los gobiernos de América Latina y el Caribe (ALC), aumentar la disponibilidad de financiamiento para impulsar la transformación climática, integrar el clima en las operaciones bancarias y promover conocimiento sobre infraestructura sostenible, riesgo climático y descarbonización. Graham tiene treinta años de experiencia en ALC liderando iniciativas de biodiversidad, infraestructura sostenible y cambio climático en América Latina y el Caribe y ha publicado más de 60 artículos, incluyendo dos libros sobre Galápagos y Rupununi en Guyana. Anteriormente fue Director Ejecutivo de la Fundación Charles Darwin en Galápagos y Director General del Centro Iwokrama en Guyana. Graham tiene un doctorado de la Universidad de Pensilvania y una maestría de la Universidad de Oxford.

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