O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado, foi criado em 1975 pelas Nações Unidas como forma de lembrar os esforços do sexo feminino na busca pela igualdade. Antes disso, já era celebrado em diferentes datas e países, mas sempre com o mesmo intuito: valorizar as mulheres e combater o preconceito. Atualmente, o uso comercial do 8 de março pode causar a falsa impressão de que a igualdade de gêneros já foi alcançada. Contudo, pelos oito motivos listados abaixo (e certamente há outros mais), as mulheres ainda enfrentam um fardo pesado. Rebelar-se contra ele é tarefa diária, que exige esforços nossos e também dos homens, já que a desigualdade, que nos atinge tão diretamente, prejudica a todos nós.
1) Mulheres ganham menos que os homens. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 as mulheres ganhavam, em média, 72,9% do recebido pelos homens. A desigualdade salarial é um problema mundial. Nos EUA, a proporção também desfavorece as mulheres: elas ganham, em média, US$ 0,77 de cada dólar pago a um homem.
2) Em grandes metrópoles latino-americanas, como Cidade do México e Rio de Janeiro, há trens com vagões especiais só para mulheres. A medida, que busca preservar a integridade de passageiras que são constantemente vítimas de desrespeito e até de abusos sexuais no transporte público, é um atestado da vulnerabilidade das mulheres em pleno século XXI.
3) Meninas e mulheres são as maiores vítimas de agressões sexuais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estudos internacionais mostram que 20% das mulheres relataram ter sido vítimas de abuso sexual na infância – entre os homens, o porcentual varia de 5% a 10%. As agressões ocorrem em todos os lugares do mundo e são praticadas contra mulheres de todas as classes sociais e etnias. Pobreza e baixa escolaridade, contudo, são reconhecidos como fatores que agravam a incidência de casos, contribuindo para um ciclo vicioso de abuso físico e psicológico.
4) No Brasil, apesar da Lei Maria da Penha, criada para punir agressões contra mulheres com penas mais duras, a taxa de mortalidade de mulheres manteve-se estável. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que antes da lei, sancionada em 2006, a taxa de mortalidade de mulheres vítimas de violência de gênero era de 5,28 a cada mil; depois da lei, a taxa recuou levemente, para 5,22 a cada mil.
5) Apesar de sermos metade da população, ainda somos minoria no Congresso. Na Câmara, dos 541 deputados em exercício, apenas 45 são mulheres, enquanto no Senado somente oito, em 81, são do sexo feminino. Entre os municípios, há até mesmo capitais, como Florianópolis, sem nenhuma representante nas câmaras de vereadores;
6) Mulheres continuam a ser punidas pela chamada tripla jornada e ainda tem que conciliar carreira, maternidade e cuidados do lar.
7) Em casos de violência sexual, ainda é comum, mesmo entre mulheres, culpar a vítima pelo ocorrido. São muitos os casos em que os agressores tentam justificar suas atitudes alegando que foram provocados, que as mulheres provocam usando roupas curtas e/ou provocantes.
8) Falta estímulo para que meninas abracem carreiras científicas, o que reforça a falsa crença de que as mulheres não podem ser bem sucedidas nessas profissões.
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