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Locação Social: um caminho emergente para o direito à moradia no Brasil

25/07/2025 por Clementine Tribouillard - Guillermo Rolando - Roberta Carolina A. Faria - Maria Eduarda Medicis - Maria Júlia Menezes-Firmino - Vitor Tavares Bahia - Beatriz Carneiro Menezes Deixe um comentário


A Locação Social é uma alternativa habitacional em que o Estado, em parceria ou não com o setor privado, oferece moradias a preços acessíveis, mediante o pagamento de aluguéis e/ou suas taxas, com ou sem subsídios, sem transferir a propriedade à pessoa beneficiária.

Os programas de aluguel social buscam apoiar principalmente famílias de baixa renda que utilizam parte elevada de sua renda com moradia, ou pessoas que possuem capacidade de fazer pagamentos mensais, mas que, sem uma ajuda externa, não teriam a possiblidade de acessar o mercado formal de aluguel – por exemplo, por não ter renda formal ou regular.

No Brasil, as famílias que ganham até 3 salários-mínimos (ou seja, R$ 4,5 mil, aproximadamente US$ 800) e gastam mais de 30% dessa renda em custos associados à moradia (aluguel e despesas como condomínio e contas de energia ou água), encontram-se em situação chamada de “ônus excessivo com aluguel”. De acordo com a Fundação João Pinheiro, esta situação corresponde a mais da metade do déficit habitacional quantitativo do país (52,2% dos 6,2 milhões de moradias). A grande maioria dos núcleos familiares que se encontram em situação de ônus excessivo com aluguel possui uma renda familiar mensal ainda menor, de R$ 2.850 ou cerca de US$ 500 (85,2%). Esses núcleos são foramdos por mulheres chefe de família (64,2%) e pessoas pretas e pardas (60,4%).

Fonte: Fundação João Pinheiro

Para agir em torno deste cenário, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está atuando em conjunto com atores de diferentes níveis de governo para construir novos instrumentos. Em nível nacional, a Locação Social faz parte das áreas de aprimoramento das políticas de habitação de interesse social analisadas na coletânea “Habitação de Interesse Social no Brasil”, compreendendo elementos de diagnóstico e um volume específico com “Propostas sobre Locação Social”, em parceria com BID e Governo Federal. Em 2023, a locação social integrou a reformulação do programa Minha Casa, Minha Vida, e o BID apoiou o Ministério das Cidades a operacionalizar a abordagem em programas concretos, mediante uma metodologia de trabalho denominada MESA.

Fonte: BID e Secretaria Nacional de Habitação, 2021

Já em nível subnacional, a cidade do Recife se destaca por incluir a Locação Social como um novo eixo de atendimento da Política Municipal de Habitação. Neste eixo, é proposto um componente de apoio à oferta de novos apartamentos para alugar, mediante uma parceria público-privada instituída pela Lei 19.175/2023. Essa parceria constrói ou reforma unidades habitacionais em lotes e edifícios disponibilizados pelo Município e depois passa a administrá-las.

Também é proposto um componente de apoio à demanda, ou seja, às famílias de baixa renda com dificuldades em acessar o mercado de aluguel. Com o programa Tô em Casa, instituído pela Lei 18.967/2022, essas famílias recebem um voucher para pagamento de parte do valor do aluguel pela Prefeitura diretamente ao proprietário locador. Assim, o valor do aluguel é dividido entre o órgão público, que oferece o voucher, e as famílias ou indivíduos beneficiados, que complementam o pagamento com o valor equivalente a até 25% da sua renda familiar mensal.

Existem dois grupos específicos de beneficiários: as pessoas que vivem em domicílios sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada (domicílios rústicos), localizados em áreas de intervenção municipal, e as pessoas sujeitas ao ônus excessivo com aluguel e à coabitação involuntária. O valor do subsídio varia de acordo com a renda da família, segundo cálculo apresentado no Decreto 35.925/2022.

O desenho do programa de voucher contou com o apoio do BID, no âmbito da operação de crédito Promorar Recife, e incluiu a análise de outras iniciativas similares dentro e fora do Brasil, sempre considerando as particularidades locais. A fase piloto, realizada em 2023 e focada especificamente em apoiar mães solo, já apresentou resultados, como relata Jaqueline, uma das moradoras que utilizou o novo programa de voucher:

“Aqui neste imóvel, eu e minhas filhas temos finalmente
o espaço ideal para morar e a privacidade que elas precisam.”

Antes de se mudar, Jaqueline pagava R$ 700 por mês pelo aluguel de um quarto onde morava com suas duas filhas, ao lado de um bar, na zona oeste do Recife. Com uma renda familiar reduzida, ela ainda transformou a casa em local de trabalho, atendendo clientes que procuram seus serviços de cabelereira e manicure. Agora, com o apoio mensal do subsídio oferecido pela Prefeitura do Recife, ela pôde encontrar, no mesmo bairro, um imóvel com três quartos, e sua contribuição para o pagamento do aluguel da nova moradia é significativamente menor.

“Com ajuda da Prefeitura hoje só pago R$ 300 mensais para completar um aluguel mensal de R$ 800”, diz Jaqueline enquanto prepara seu salão de beleza no terraço do seu novo imóvel alugado.

O acompanhamento social também é um diferencial do programa. Apoiar as famílias durante todo o processo, buscar os imóveis, realizar as vistorias técnicas e garantir que os pagamentos sejam feitos regularmente são alguns pontos essenciais para o sucesso do programa. Para atuar no planejamento, execução e monitoramento de todas essas etapas, uma empresa especializada foi selecionada, por meio de processo de licitação.

A implementação do voucher será gradual, por meio de chamamentos públicos com base em critérios de vulnerabilidade social. O objetivo é que o programa conceda subsídios a cerca de 1,2 mil famílias nos próximos 4 anos, tornando-se uma importante ferramenta para redução do déficit habitacional no Recife.

Reduzir o custo mensal com moradia para as famílias e, ao mesmo tempo, oferecer uma habitação adequada, são os principais objetivos do programa de locação social, iniciativa que pretende multiplicar histórias como a de Jaqueline.


Arquivado em:Cidades Marcado com:aluguel social, habitação, moradia

Clementine Tribouillard

Clémentine Tribouillard has been a specialist in the Housing and Urban Development Division of the IDB in Brazil since 2018. She is French, has a degree in political science, a master’s degree in Urban Policy from the Paris Institute of Political Studies and a specialization in Urban Sociology from UERJ. Clémentine worked for 3 years at Caixa Econômica Federal in Rio de Janeiro designing social housing programs and rehabilitating Brazilian urban centers, before working for 6 years in Africa on programs to improve urban services (water, sanitation, solid waste) for various donors. After the earthquake, she lived in Haiti for 5 years, working on the reconstruction of low-income neighborhoods and resettling families. She has worked in 35 countries on urban planning, economic and social development, gender inclusion, civil society and private sector participation. She is currently leading programs on slum upgrading, risk management, resettlement, social housing and smart cities, with a particular focus on climate change and social inclusion issues.

Guillermo Rolando

Engenheiro Civil pela Universidade Católica de Chile, com mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard, tem 25 de anos de experiência em desenho e execução de programas sociais em diferentes países. Foi chefe da divisão de Política Habitacional do Ministério de Habitação e Urbanismo do Chile durante 4 anos e subsecretário do mesmo Ministério, também por 4 anos. Consultor do BID e do Banco Mundial em tópicos relacionados a políticas habitacionais. Cofundador das ONGs Fútbol Más e América Solidaria.

Roberta Carolina A. Faria

Roberta Carolina é consultora em Habitação e Desenvolvimento Urbano do BID desde 2021 atuando em projetos sobre habitação de interesse social, gênero e cidades e habitação ambientalmente sustentável. É arquiteta e urbanista formada pela Universidade de Brasília (UnB) com trabalho de conclusão de curso sobre edifício de balanço energético nulo. Atualmente cursa seu mestrado também na UnB pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo com pesquisa na área de tecnologia, ambiente e sustentabilidade. Em 2020, participou do concurso de projetos de edifícios de balanço energético quase nulo fomentado pela Eletrobrás com a equipe formada pela UnB, sendo uma das equipes vencedoras da chamada pública. Trabalhou por dois anos da divisão de transporte do BID apoiando o programa de mobilidade de baixo carbono financiado pelo Global Environmental Facility (GEF). Em 2017, trabalhou como voluntária na empresa júnior de engenharia e arquitetura da UnB.

Maria Eduarda Medicis

Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco, em Administração pela Universidade de Pernambuco e com especialização em Direito Urbanístico e Ambiental pela PUC de Minas Gerais. É sócia fundadora da empresa AC Arquitetura, escritório de projetos de arquitetura, paisagismo e urbanismo, tem também atuação no poder público estadual, com passagem pela Unidade de Parcerias Público-Privadas, pela Secretaria das Cidades, pela Secretaria Extraordinária da Copa 2014 do Governo de Pernambuco e pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão. Foi Secretária de Habitação da Prefeitura do Recife de 2021 a 2023, atuando na estruturação da Política Municipal de Habitação. Atualmente está à frente da Coordenação de Inovação, Riscos e Políticas Habitacionais do Gabinete de Gerenciamento do ProMorar Recife.

Maria Júlia Menezes-Firmino

Engenharia Civil, Mestra e Doutoranda em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é Gestora de Inovação, Riscos e Controle Urbano no Gabinete de Gerenciamento do ProMorar Recife. Atua no poder público municipal desde 2021, com passagem pela Secretaria de Planejamento, Gestão Estratégica e Transformação Digital e pela Secretaria de Habitação, com experiência na estruturação e monitoramento de projetos estratégicos e políticas públicas de habitação.

Vitor Tavares Bahia

Sociólogo, Doutor e Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é Gestor de Inovação e Políticas Habitacionais do ProMorar Recife. É pesquisador do NEPS/UFPE e do LIPAPS/UERJ. Atua na gestão pública desde 2020, quando foi Superintendente de Assistência Social do Distrito Estadual de Fernando de Noronha/Governo do Estado de Pernambuco e coordenou a Política Habitacional Distrital e a política socioassistencial durante a pandemia da COVID-19. Desde 2012, atuou no Terceiro Setor em projetos do Ministério da Justiça, Ministério da Saúde e Governo do Estado de Pernambuco.

Beatriz Carneiro Menezes

Engenheira civil formada pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e Project Management Professional - PMP pelo PMI. Foi secretária-executiva de Captação de Recursos na Prefeitura do Recife, coordenou equipe multidisciplinar na captação do maior plano de investimentos já realizado no Município, trabalhou no Gabinete de Crise em resposta aos eventos das Ondas de Leste e coordenou a equipe de preparação do ProMorar Recife, programa financiado pelo BID, durante todo o seu desenho e processo de captação, assumindo em 2023, a coordenação geral do programa.

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