German Sturzenegger*
Mede-se a geração per capita de resíduos sólidos pela quantidade de resíduos que uma pessoa gera por dia. De acordo com a avaliação regional feita em conjunto pelo BID, OPS e AIDIS, cada habitante no Brasil gera 0,67 quilo de resíduos sólidos domiciliar (RSD) diariamente (acima da média latino-americana, que é 0,63 kg/hab/dia). Quando levamos em conta os resíduossólidos municipais (RSM), ou seja, o lixo domiciliar somado ao de origem comercial ou ao que resulta da limpeza de jardins, parques e ruas, o número sobe para 1kg/hab/dia. Nos EUA,segundo dados da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), a geração de RSM salta para 1,9 kg/hab/dia, quase um quilo acima da média brasileira.
Com base no dado de que o brasileiro gera 0,67 kg/hab/dia, aos 75 anos essa pessoa terá produzido 17.2 toneladas de resíduos. Já a típica família de quatro pessoas produziria 70 toneladas, o equivalente ao volume aproximado de 1 milhão de latas de alumínio. Bastante, não?
Há três maneiras de combater esse “seu” problema de geração de lixo:
1) Mudar os padrões de consumo para reduzir/evitar a geração de resíduos;
2) Reutilizar produtos/embalagens para outros fins;
3) Reciclar ou tratar os resíduos de alguma forma para que eles tenham um ciclo de vida mais longo.
As três opções são bem conhecidas e deveriam ser adotadas pela ordem 1) reduza, 2) reutilize e, caso não possa mais valer-se das opções 1 e 2, tente a 3) recicle.
Todos os anos, no dia 17 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Reciclagem. Se reduzir e reutilizar são as melhores alternativas, vale a pena continuar separando nossos resíduos para reciclagem? Sem dúvida. A implementação de sistemas de reciclagem gera benefícios ambientais e, quando feita de maneira adequada, também pode resultar em benefícios financeiros. A reciclagem, ao reduzir o volume de resíduos que são descartados, contribui para o aumento da vida útil de aterros sanitários e gera economia para os sistemas de manejo, tanto de resíduos como também de matérias-primas, reduzindo os custos associados à produção de novos materiais e melhorando o efeito pós-consumo de muitos produtos. A elaboração de uma lata a partir de alumínio reciclado, por exemplo, requer 95% menos energia do que a que seria necessária na produção de uma latinha totalmente nova.
* German Sturzenegger é especialista da Divisão de Água e Saneamento do BID
Rúbio diz
Qual peso/percentual de Água existente no lixo domiciliar? Obrigado.