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Desigualdade racial na educação: desafios e oportunidades para a juventude afrodescendente

25/11/2024 por Laísa Rachter - Ana Tereza Libânio - Maria Eduarda Perpétuo Deixe um comentário


Na América Latina, jovens afrodescendentes continuam enfrentando desigualdade racial. Isso se reflete em desafios significativos para acessar e concluir a educação, decorrentes de desigualdades históricas e estruturais que têm origem na época colonial. Desde as baixas taxas de conclusão dos estudos primários e secundários até as altas taxas de abandono escolar e a limitada representação no ensino superior, essas barreiras impedem o progresso acadêmico e social de estudantes afrodescendentes em toda a região.

As raízes dessas desigualdades remontam a séculos de escravidão e marginalização que contribuíram para criar uma hierarquia racial que persiste até hoje, resultando em desvantagens sociais e econômicas para afrodescendentes. Estudos mostram que as regiões com uma elevada presença histórica da escravidão experimentam níveis maiores de desigualdade de renda e educacional. No Brasil, por exemplo, a proporção da população descendente de pessoas que foram escravizadas é maior nas famílias com renda mais baixa. As taxas de alfabetização também são menores nos lares afrodescendentes.

Fatores que contribuem para as assimetrias educacionais

Embora as taxas de frequência à escola primária sejam altas na América Latina, sem grandes diferenças entre grupos raciais, observam-se disparidades significativas nas taxas de conclusão. Estudos realizados no Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Uruguai destacam que apenas dois terços dos estudantes afrodescendentes que começam a escola primária concluem o ensino secundário, em comparação com três quartos de seus colegas não afrodescendentes. Essa diferença aumenta no ensino superior, já que em alguns países apenas 29% dos estudantes afrodescendentes se formam na universidade, em comparação com 71% dos não afrodescendentes.

Vários fatores sociais e econômicos se somam aos desafios educacionais enfrentados pelos estudantes afrodescendentes:

  1. Pobreza crônica: nos países da América Latina, as famílias afrodescendentes têm 2,5 vezes mais chances de viver na pobreza e, muitas vezes, não contam com os recursos para apoiar a educação dos filhos.
  2. Barreiras geográficas: para as comunidades afrodescendentes que residem em assentamentos urbanos informais, os deslocamentos são mais longos, a exposição à violência é maior e a qualidade escolar é menor.
  3. Preconceitos sistêmicos: a discriminação nas escolas agrava ainda mais as desigualdades. Pesquisas apontam que estudantes afrodescendentes costumam receber notas mais baixas do que seus colegas devido a preconceitos dos professores, o que contribui para uma sensação de exclusão e para um desempenho inferior.

Impacto da representatividade nos currículos escolares

A baixa representatividade nos programas escolares também influencia as experiências acadêmicas dos estudantes afrodescendentes. Os afrodescendentes costumam estar sub-representados nos livros didáticos e, quando incluídos, são retratados por meio de estereótipos. Segundo um estudo do Banco Mundial, embora os afrodescendentes constituam uma parte importante da população do Brasil, apenas 19,5% das imagens dos livros didáticos brasileiros mostram pessoas afrodescendentes. Com isso, as identidades não são afirmadas, o que pode afetar a autoestima e o senso de pertencimento dos estudantes.

Políticas e programas em resposta à desigualdade

Para preencher essas lacunas educacionais, os países da América Latina começaram a implementar políticas específicas:

  • Ação afirmativa: ações afirmativas melhoraram o acesso ao ensino superior de estudantes afrodescendentes no Brasil, Colômbia e Uruguai. No Brasil, por exemplo, 80% das universidades estaduais e todas as instituições federais adotaram sistemas de cotas para estudantes sub-representados. Pesquisas mostram que essas políticas influenciam positivamente as taxas de conclusão e as oportunidades de emprego.
  • Proteção da trajetória: iniciativas que fornecem apoio contínuo, como programas de mentoria, tutoria e recursos acadêmicos, podem ajudar estudantes afrodescendentes a terem sucesso. Sistemas educacionais que incorporam flexibilidade e apoio nas diferentes etapas acadêmicas podem ajudar a mitigar os efeitos da pobreza e da discriminação racial.
  • Adaptação curricular: a inclusão da história e cultura afrodescendentes nos programas escolares promove a inclusão e o respeito à diversidade. A Lei 10.639 do Brasil, por exemplo, ordena o ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas primárias, promovendo uma compreensão mais precisa da identidade e do patrimônio nacionais.
  • Tecnologia como aliada: a pandemia de COVID-19 destacou a lacuna digital, mas também criou uma oportunidade para reformas educacionais. Modelos de aprendizagem híbridos que combinam aprendizado presencial e online podem aumentar o acesso de grupos vulneráveis a uma educação de qualidade. Para isso, no entanto, é necessário melhorar a infraestrutura digital e capacitar professores para garantir que os estudantes afrodescendentes tenham acesso equitativo ao aprendizado digital.

O papel do BID na promoção da educação inclusiva

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) contribui ativamente com iniciativas destinadas a eliminar essas desigualdades educacionais. No Brasil, as ações têm como foco a formação de professores para reduzir vieses inconscientes, o desenvolvimento de materiais culturalmente relevantes para comunidades indígenas e afrodescendentes e a implementação de Sistemas de Alerta Precoce para prevenir a evasão escolar. Esses programas pretendem criar um ambiente educacional mais inclusivo que apoie o desenvolvimento acadêmico e pessoal de estudantes afrodescendentes.

Criar as condições para que haja equidade educacional para jovens afrodescendentes na América Latina é um objetivo que requer uma abordagem integral. As políticas devem enfocar não apenas as barreiras econômicas e sociais, mas também os preconceitos arraigados nos sistemas escolares. Governos e organizações podem trabalhar juntos para apoiar o sucesso de estudantes afrodescendentes, promovendo ações afirmativas, adaptando os currículos e melhorando o acesso à tecnologia. Alcançar esta meta vai beneficiar os estudantes individualmente e contribuir para o desenvolvimento social e econômico da região como um todo.

Texto disponível também em inglês e espanhol


Arquivado em:Educação Marcado com:desigualdade racial, diversidade, educacao

Laísa Rachter

Especialista da Divisão de Gênero e Diversidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), onde trabalha para melhorar o acesso a oportunidades econômicas e fortalecer a representação de mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQ+ no Brasil. Doutora em economia pela FGV EPGE com experiência em avaliar como as políticas e instituições públicas influenciam as oportunidades econômicas e o bem-estar das mulheres, minorias e famílias de baixa renda. Trabalhou como consultora de avaliação de impacto na unidade de Eficácia Estratégica de Planejamento e Desenvolvimento do BID, onde apoiou o desenho de projetos e avaliações de efetividade das operações. Anteriormente, trabalhou como pesquisadora no Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) e como consultora do Banco Mundial.

Ana Tereza Libânio

Consultora na Divisão de Gênero e Diversidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), onde trabalha para melhorar o acesso a oportunidades econômicas e fortalecer a representação de mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQ+ no Brasil. Mestre em economia pelo CEDEPLAR/UFMG com experiência em avaliar como as políticas públicas e a tributação influenciam as oportunidades econômicas e o bem-estar social. Trabalhou como Analista de Estudos Econômicos no Sistema OCB, onde apoiou o desenho de estudos e avaliações do cooperativismo. Anteriormente, trabalhou como Analista de Políticas Públicas na Fundação João Pinheiro (FJP) e na Falconi Consultores de Resultado.  

Maria Eduarda Perpétuo

Maria Eduarda Perpétuo é formada em Economia pela PUC-Rio e tem Mestrado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É consultora externa da Divisão de Diversidade do BID, com foco em dados e pesquisas relacionadas a mulheres, população afrodescendente e indígena, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQ+, principalmente no Brasil. É pesquisadora associada na Universidade de Michigan, apoiando avaliações de impacto e operações de campo. Anteriormente, trabalhou na Escola de Educação de Stanford pesquisando desigualdades educacionais. Seus interesses incluem temas de desenvolvimento, gênero e criminalidade.

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