A foto que ilustra esse post foi tirada durante uma viagem recente a um dos lugares mais bonitos do litoral brasileiro: a Ilha Grande, um pequeno paraíso no sul do Rio de Janeiro. Pensei que só traria de lá boas recordações e o sentimento de depressão pós-férias, mas a imagem acima me fez pensar sobre o que eu faria se precisasse descartar algum eletroeletrônico.
Jamais jogaria um micro-ondas ou qualquer outra coisa na rua, mas se você está entre os que consideram que essa é uma opção, saiba que a multa para quem é flagrado descartando lixo irregularmente pode chegar a até R$ 15 mil.
Instituída em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu o conceito de logística reversa, que na prática deveria permitir que quando o consumidor quisesse/precisasse descartar um eletrodoméstico ou eletroeletrônico ele acionasse o fabricante, que diretamente ou por meio de postos/associações receberia o produto de volta. De acordo com Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), é assim que funciona no setor de óleos lubrificantes. No caso dos eletroeletrônicos, porém, ainda não se chegou a um acordo. Mas então o que o consumidor deve fazer quando precisar descartar um eletrodoméstico ou eletrônico?
Em primeiro lugar, o cliente deve procurar saber, antes de efetuar a compra, qual a política do fabricante, se há algum mecanismo de recoleta do produto quando ele deixar de funcionar ou precisar ser substituído. A fabricante de computadores Dell, por exemplo, garante reciclar gratuitamente todos os aparelhos da sua marca. O consumidor tem o poder de pressionar as empresas a mudarem suas práticas, ressalta Silva, que também acredita que campanhas que recompensem o consumidor como aquelas nas quais quem entrega um produto usado ao fabricante recebe desconto na aquisição de um novo bem são muito efetivas.
Mas quem já possui um equipamento, como o micro-ondas da foto acima, e não pode contar com o fabricante deve procurar o poder público local. Muitas prefeituras têm postos de coleta ou fazem acordos com comerciantes para dar uma destinação adequada ao lixo eletrônico.
“Historicamente, no Brasil, vivemos esse mito da abundância, de que há muita terra, de que tudo sobra”, explica Silva, antes de lembrar que a recente crise de abastecimento de água que afeta vários estados brasileiros e só mais um alerta de que precisamos preservar recursos e o meio ambiente.
O descarte adequado de produtos eletrônicos nos ajuda a garantir que a Ilha Grande seja apenas o paraíso da foto abaixo e que a vida em grandes cidades seja vivida com racionalidade em vez de racionamentos.
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