Q&A con Dr. Irineu de Brito, Profesor de Gestión de Riesgos y Logística Humanitaria
- Quantas famílias você alcança por dia e que sucessos você teve em conseguir que as famílias ficassem em casa?
A entrega de ajuda aos beneficiários é realizada diretamente pelas prefeituras. Existem grandes cidades como São Paulo, por exemplo, em que são atendidas milhões de pessoas, ou cidades menores com dezenas de pessoas. No total são cerca de 2 milhões de cestas básicas distribuídas por mês. Cada cesta básica contém alimentos suficientes para 1 família de 4 pessoas se manter durante 1 mês.
- Como foi a colaboração com o setor privado? Doações ou também com modelagem para identificar melhore balance de distribuição e transporte?
O setor privado forneceu alimentos e produtos de higiene e limpeza. Além de produtos, empresas de logística forneceram armazéns e veículos e empresas de tecnologia forneceram softwares como WMS (Warehouse Management System) e de simulações logísticas.
- Como é o mecanismo de distribuição final? Quantas famílias são servidas com os pontos de distribuição final?
Cada município é responsável pela distribuição final. Os municípios possuem os dados de famílias necessitadas e realizam a distribuição utilizando seus próprios recursos ou podem ser auxiliados por ONGs e outras instituições de caridade. Existe uma dificuldade para identificar pessoas que não constavam anteriormente como necessitadas, porém com a pandemia necessitam ser ajudadas. Parcerias com ONGs existem, e se faz necessário um esforço de coordenação e controle para a distribuição, a fim de evitar que uma família receba além do necessário e outra não venha a receber.
- É uma assistência única ou são esperadas várias entregas por família durante o período de crise?
O kit distribuído é suficiente para 1 mês de consumo. Caso o tempo de isolamento devido à pandemia se prolongue, novas distribuições serão necessárias.
- A contaminação das embalagens exige que a carga seja colocada em quarentena?
Depende muito da forma de manuseio e de como o produto encontra-se embalado. As doações não podem ser vetores para transmissão do Covid19. Estes produtos devem ser higienizados ou desinfetados antes de serem entregues a população.
Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine denominado Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1 avaliou o tempo necessário para que o vírus não sobreviva em uma superfície. No estudo se verifica que o vírus pode se manter viável até 4 dias em plásticos, 1 dia em papelão e até 3 dias em aço. Caso não seja possível a higienização ou desinfecção dos produtos doados é recomendado quarentenar os produtos durante esse períodos de acordo tipo de embalagem.
- Pensando além da crise, poderiam ser incorporados mecanismos de rastreabilidade de carga para situações similares (e.coli, salmonela, etc)?
Depende de estudos científicos que demonstrem o tempo necessário para que a contaminação não ocorra. Manter produtos em estoque por até 4 dias é relativamente fácil em termos operacionais e de gestão, porém se o tempo necessário for muito longo, pode ser inviável devido ao espaço necessário para tal.
- Como esta iniciativa poderia ser replicada em outras cidades do Brasil? O que seria necessário?
As medidas tomadas não requerem esforços tecnológicos elevados. É necessário somente capacidade de mobilização e coordenação por parte dos gestores.
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