Geraldo Aguiar, um dos líderes comunitários da comunidade de Rio Preto, se reúne com jovens da comunidade para discutir oportunidades de trabalho em ecoturismo.
“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país”. Essa talvez seja a citação mais conhecida do discurso feito pelo presidente John. F Kennedy em sua cerimonia de posse, em 1961. Sempre achei essa declaração muito perspicaz, mas só há pouco tempo entendi realmente a diferença que pode fazer na vida das pessoas. E aprendi isso com uma visita a uma comunidade no interior de São Paulo.
A comunidade de Rio Preto, que fica ao lado do parque Carlos Botelho, em Sete Barras, basicamente ainda vive da extração ilegal do palmito Jussara, mas graças a uma recém-formada liderança comunitária está começando a mudar de perspectiva.
Tudo começou quando um dos moradores, Geraldo Aguiar, procurando montar uma pousada às margens do parque, descobriu pela internet um programa de capacitação oferecido pela Secretaria do Meio Ambiente dentro de um projeto financiado pelo BID. Ele saiu de porta em porta e conseguiu que vários moradores da fizessem diversos cursos de capacitação. A tarefa não fácil, uma vez que as estradas sem pavimentação e as limitações de telefonia celular dificultam o acesso a região.
Ainda assim, meses depois da conclusão do projeto – a comunidade resolveu tomar as rédeas da situação e deixou e ser um ator passivo. Vários moradores estão se organizando e buscando alternativas ao extrativismo ilegal, uma iniciativa liderada pelo Geraldo.
Juntos criaram uma associação que está trabalhando para trazer novas capacitações e outras oportunidades econômicas para a comunidade, incluindo o ecoturismo, o cultivo de hortaliças e produtos relacionados ao fruto do palmito Jussara que podem ser vendidos para municípios vizinhos.
Não posso dizer que as coisas estão sendo exatamente fáceis. Mudar é sempre difícil. Mas vi esperança e famílias que aos poucos estão caminhando para um a vida em harmonia com a natureza. Tudo isso graças à formação de uma liderança que trabalha por uma comunidade que não pára de se perguntar o que ela mesma fazer para melhorar a sua qualidade de vida.
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