Banco Interamericano de Desenvolvimento
facebook
twitter
youtube
linkedin
instagram
Abierto al públicoBeyond BordersCaribbean Development TrendsCiudades SosteniblesEnergía para el FuturoEnfoque EducaciónFactor TrabajoGente SaludableGestión fiscalGobernarteIdeas MatterIdeas que CuentanIdeaçãoImpactoIndustrias CreativasLa Maleta AbiertaMoviliblogMás Allá de las FronterasNegocios SosteniblesPrimeros PasosPuntos sobre la iSeguridad CiudadanaSostenibilidadVolvamos a la fuente¿Y si hablamos de igualdad?Inicial
Administração pública Água e saneamento Ciência, Tecnologia e Inovação Conhecimento Aberto Comércio e integração regional Desenvolvimento da primeira infância Desenvolvimento urbano e habitação Educação Efetividade no desenvolvimento Energia Gênero e diversidade Indústrias Criativas Meio ambiente, mudança climática e salvaguardas Política e gestão fiscal Saúde Segurança pública e Justiça Trabalho e pensões
  • Skip to main content
  • Skip to secondary menu
  • Skip to primary sidebar
  • Skip to footer

Gestión fiscal

  • Página Inicial
  • Categorias
    • Descentralização
    • Gasto Público
    • Impostos
    • Política Fiscal
  • autores
  • Publicacações
  • Português
Governaçca das estatis

Fortalecimento da governança corporativa das empresas estatais: Lições do Brasil

July 31, 2024 by André Martínez Fritscher - Renata Motta - Samuel Ceccon Deixe um comentário


As empresas estatais federais desempenham um papel importante na economia brasileira, representando um quarto do investimento público do país, ou aproximadamente 6,2% do PIB em 2023.

Embora possam gerar benefícios sociais e econômicos, a gestão eficaz dessas empresas pode ser desafiadora devido à maior burocracia estatal em relação ao setor privado e à necessidade de manter um equilíbrio entre os objetivos sociais e econômicos. Além disso, as estatais estão sujeitas a problemas de governança que podem afetar sua eficiência, transparência e desempenho.

Foi por isso que em anos recentes o Brasil implementou uma série de ações para fortalecer a sua governança, incluindo uma nova legislação em 2016 – a Lei das Estatais, em um momento no qual as empresas enfrentavam importantes desafios de gestão. Também implementou um Índice de Governança para estatais federais, uma métrica desenvolvida pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) para acompanhar e mensurar o desempenho das empresas estatais federais em relação às boas práticas de governança corporativa.

Qual foi o impacto dessas reformas até o momento? Neste blog, explicaremos quais foram as medidas tomadas e discutiremos os resultados obtidos através de uma avaliação que foi publicada recentemente pelo BID intitulada “Monitorando a governança das empresas estatais: Avaliando o impacto das reformas de governança corporativa no Brasil” (originalmente publicada em inglês).

As empresas estatais no Brasil

As empresas estatais são entidades geralmente estabelecidas para atender a objetivos específicos de políticas públicas, como garantir o acesso universal a serviços básicos ou promover o desenvolvimento regional. De um lado, elas podem ofertar bens e serviços essenciais que o mercado privado não consegue oferecer eficientemente devido a falhas de mercado. Por outro, podem gerenciar ativos estratégicos que garantem segurança econômica e geram receitas importantes, além de atender objetivos sociais do governo.

No Brasil, as estatais possuem um papel significativo na economia, sendo de propriedade total ou parcial do governo. Atualmente, há 123 empresas públicas federais, divididas em 44 de controle direto e 79 de controle indireto pela União[1].

Quando totalmente controlada pelo governo, o Estado detém 100% das ações ou cotas da empresa, exercendo controle direto sobre suas operações, gestão e estratégias. Já em estatais de propriedade parcial, o governo detém parte das ações ou cotas, enquanto o restante é de propriedade privada, seja de indivíduos ou de outras empresas que possuem direito de voto nas decisões da empresa e têm participação nos lucros. Neste caso o controle do governo é indireto, já que pode influenciar certas decisões da empresa.

Problemas de governança nas estatais

A governança pode ser compreendida como mecanismos e princípios que instituições possuem para auxiliar a tomada de decisões e administrar as relações com a sociedade, alinhado a boas práticas de gestão e normas éticas.

Problemas de governança nas empresas estatais derivam de dois principais tipos: de governança corporativa, que se refere ao conjunto de práticas, políticas e estruturas que regulam a maneira como as empresas são dirigidas, administradas e controladas, e de governança fiscal, definido como o conjunto de práticas e processos destinados a garantir a transparência, legalidade e eficiência na gestão dos recursos financeiros e fiscais das empresas. A figura abaixo sintetiza os principais desafios em relação aos problemas de governança para as estatais.

Figura 1 – Problemas de governança nas empresas estatais


Fonte: Elaboração própria

A Lei das Estatais e o IG-SEST

Dado os problemas que podem ocorrer devido a falhas de governança nas empresas estatais, identificou-se no Brasil a necessidade de aprimorar a gestão e o controle dessas empresas através da implementação de boas práticas de governança e maior transparência.

Neste contexto, foi promulgada em junho de 2016 a Lei das Estatais no Brasil[2]. A legislação representou um marco importante na regulamentação das empresas estatais no país, e embora a Lei englobe toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, foram estabelecidos requisitos mais rigorosos para empresas com receita bruta anual acima de R$ 90 milhões, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Critérios para exigência de requisitos de governança para empresas estatais

Fonte: Elaboração própria

Além de requisitos extras para empresas de maior receita, foram desenvolvidos mecanismos de maior controle para empresas estatais a nível federal. No mesmo ano de criação da Lei das Estatais, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) implementou um índice de governança, o IG-SEST, criado para monitorar empresas controladas pelo governo federal e verificar a implementação de boas práticas especificadas pela Lei das Estatais.

O índice é composto por diversos indicadores e critérios, abordando transparência, responsabilidade corporativa, e outros aspectos cruciais para a governança empresarial. Os resultados do IG-SEST oferecem uma visão das atuais práticas de governança nas estatais e possibilitam às empresas identificar e implementar medidas para reforçar sua governança e elevar seu desempenho no índice.

A avaliação é realizada periodicamente e os resultados são divulgados publicamente, desempenhando um papel crucial como instrumento de prestação de contas e transparência para o público interessado nos melhores resultados das empresas estatais, como o governo, acionistas, investidores e a sociedade em geral.

Avaliação das reformas de governança

Em nosso estudo, testamos a hipótese de que essas reformas mitigaram os problemas de governança, resultando em maior desempenho financeiro e operacional para as empresas estatais.

Segundo o estudo, não há indícios de que estatais sujeitas somente a regras mais rígidas tiveram melhor desempenho financeiro e operacional que estatais parcialmente sujeitas aos novos requisitos de governança (aquelas com receita bruta anual menor que R$ 90 milhões)[3].

No entanto há evidências de que a combinação de mudanças institucionais e de monitoramento (o IG-SEST juntamente com a Lei das Estatais) possivelmente aumentou o desempenho financeiro das estatais federais em comparação com outras estatais estaduais e municipais (não sujeitas ao índice) com características semelhantes, definidas através da metodologia Propensity Score Matching (PSM). Isso mostra que a Lei das Estatais e o IG-SEST agiram de maneira complementar para aumentar a adesão e a conformidade com os novos requisitos de governança.

Uma questão apontada no trabalho é o possível papel das reformas de governança fiscal e seu efeito complementar sobre o desempenho das estatais.  Tanto a Lei das Estatais quanto o IG-SEST visavam à criação de regras e à melhoria do monitoramento das empresas estatais, mas nenhuma delas eliminou a possível discricionariedade do governo em relação aos recursos das empresas estatais.

Assim, o trabalho sugere que as reformas de governança corporativa que combinam regras e monitoramento podem ser uma forma de melhorar o desempenho das empresas públicas, mas também abre a possibilidade de avaliar como outras reformas, incluindo mudanças nas reformas de governança fiscal, podem gerar resultados mais fortes e persistentes.

Conclusão

A Lei das Estatais foi o resultado dos avanços institucionais do Brasil em tópicos relacionados à governança e à gestão pública e representa um importante marco na busca pela transparência, eficiência e responsabilidade no âmbito das empresas estatais. Ao estabelecer diretrizes claras de governança, a legislação visa assegurar a gestão responsável dos recursos públicos.

A eficácia da Lei depende não apenas da sua promulgação, mas também da implementação efetiva de suas disposições e da vigilância contínua por parte da sociedade e dos órgãos de controle. Nesse contexto, é fundamental que os gestores públicos, a sociedade civil e demais partes interessadas estejam engajados no monitoramento e na avaliação constante da aplicação dessa legislação, a fim de garantir que as empresas estatais desempenhem seu papel de forma eficiente, transparente e em consonância com os interesses da população.

Assine nosso boletim informativo para se manter atualizado sobre as últimas publicações, blogs e eventos. Certifique-se de selecionar a opção boletins informativos após escolher o tópico de política e gestão fiscal.

Blog relacionados

Como administrar o risco fiscal das empresas estatais

Leitura adicional:

  • Fixing State-Owned Enterprises: New Policy Solutions to Old Problems (2019)
  • Smoldering Embers: Do State-Owned Enterprises Threaten Fiscal Stability in the Caribbean? (2022)
  • It is Time to Do Away with Boards in State – Owned Enterprises and Create a New Model of Monitoring
  • Monitoring the Governance of State-Owned Enterprises: Assessing the Impact of Brazilian Corporate Governance Reforms

[1] Fonte: Panorama das Estatais Federais.

[2] Lei nº 13.303/2016 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm.

[3] O desempenho financeiro foi medido através do Returno of Assets (ROA) (Lucro Líquido/Total Ativos), Margem líquida (Lucro Líquido/Receita Bruta) e o operacional através da Produtividade do trabalho (Receita Bruta/Total de Funcionários).


Arquivado em:Gasto Público

André Martínez Fritscher

André Martínez Fritscher es Especialista Senior de la División de Gestión Fiscal del BID. Anteriormente se desempeñó como Economista de país en el mismo BID y como Gerente de Análisis de las Finanzas Públicas en el Banco de México. Cuenta con estudios de licenciatura en el Centro de Investigación y Docencia Económicas en México y un doctorado en economía por la Universidad de Boston. Sus áreas de interés son política macrofiscal, descentralización fiscal y eficiencia del gasto público, temas sobre los cuales ha escrito artículos de investigación.

Renata Motta

Renata Motta Café é especialista de Gestão Fiscal na Representação do BID no Brasil, onde lidera projetos de modernização da gestão fiscal. Antes de ingressar no BID, trabalhou como pesquisadora no Centro de Estudos de Regulação e Infraestrutura (FGV CERI) e como analista de políticas públicas. Tem graduação em Economia pela Universidade de Brasília, com experiências acadêmicas na Universidad Carlos III de Madrid e na London School of Economics. É Mestre em Economia pela Fundação Getulio Vargas (EPGE/FGV) e atualmente cursa Doutorado na mesma instituição. Sua carreira tem sido focada em aprimorar a eficiência e a transparência da gestão fiscal pública, buscando contribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável e o bem-estar da sociedade.

Samuel Ceccon

Samuel Ceccon é consultor da Divisão de Gestão Fiscal do BID no Brasil. É graduado pela Universidade de São Paulo, tem mestrado em economia pela Universidade de Brasília e atualmente está fazendo doutorado na mesma instituição. Suas áreas de interesse incluem macroeconomia, política fiscal, finanças e eficiência dos gastos públicos.

Reader Interactions

Leave a Reply Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Primary Sidebar

Siga-nos

Subscribe

RECAUDANDO BIENESTAR

Bem-vindo ao blog Recaudando Bienestar da divisão de Gestão Fiscal do BID. Este é um ponto de encontro para conversar sobre a política e a gestão fiscal nacional e subnacional da América Latina e do Caribe. Conversemos!

Pesquisar

Postagens Recentes

  • Avaliações de impacto sobre o Profisco demonstram o poder da transformação digital para combater a fraude e evasão fiscal
  • Uma proposta de indicador para medir o desempenho das políticas ambientais e sociais das empresas públicas brasileiras
  • Como o PNAFM ajudou a impulsionar as receitas locais por meio da modernização da gestão fiscal municipal
  • O Imposto Mínimo Global é um divisor de águas: conheça os principais dilemas de política tributária
  • Fortalecimento da governança corporativa das empresas estatais: Lições do Brasil

Categorias

  • Descentralização
  • Gasto Público
  • Impostos
  • Não categorizado
  • Política Fiscal

Footer

Banco Interamericano de Desarrollo
facebook
twitter
youtube
youtube
youtube

Blogs escritos por funcionários do BID:

Copyright © Inter-American Development Bank ("IDB"). Este trabalho está sob a licença de Creative Commons IGO 3.0 Attribution-NonCommercial-NoDerivatives. (CC-IGO 3.0 BY-NC-ND) e pode ser reproduzido com atribuição ao BID para fins não comerciais. Trabalhos derivados não são permitidos. Qualquer disputa relacionada ao uso dos trabalhos do BID que não possam ser acordados de maneira amigável deve ser submetida à arbitragem de acordo com as regras da UNCITRAL. O uso do nome do BID para qualquer finalidade além de atribuição e o uso da logo do BID está sujeita a um acordo de licença separado entre o Banco e o usuário e não é parte da licença de CC- IGO. Note que o link proporcionado sobre a licença Creative Commons inclui termos e condições adicionais.


Blogs escritos por autores externos:

Para qualquer dúvida relacionada ao direito de copyright de artigos produzidos por autores que não são funcionários do BID, por favor preencher o formulário de contato para este blog.

As opiniões expressadas neste blog são dos autores e não refletem necessariamente as opiniões do BID, seu Conselho Executivo, ou de seus países membros.

Atribuição: além de atribuir o trabalho ao autor respectivo e ao dono do direito de copyright, conforme o caso, apreciamos se você pode incluir um link para o blog do BID.



Política de privacidade

Copyright © 2025 · Magazine Pro on Genesis Framework · WordPress · Log in

Banco Interamericano de Desarrollo

Aviso Legal

Las opiniones expresadas en estos blogs son las de los autores y no necesariamente reflejan las opiniones del Banco Interamericano de Desarrollo, sus directivas, la Asamblea de Gobernadores o sus países miembros.

facebook
twitter
youtube
Este site usa cookies para otimizar a funcionalidade e oferecer a melhor experiência possível. Se você continuar a navegar neste site além desta página, os cookies serão colocados em seu navegador.
Para saber mais sobre cookies, clique aqui.
x
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Always Enabled
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Non-necessary
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
SAVE & ACCEPT