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Novo hub impulsiona a transformação do setor de resíduos sólidos na América Latina e Caribe

16/05/2023 por Sergio I. Campos G. Deixe um comentário


A região da América Latina e Caribe enfrenta grandes desafios na gestão de resíduos sólidos. Para se ter uma ideia, em 2021:

  • Foram geradas cerca de 230 milhões de toneladas de resíduos sólidos municipais, dos quais apenas 4,26% foram reciclados ou utilizados;
  • 40,8% desses resíduos foram despejados diretamente no meio ambiente, o que afeta a saúde pública e a sustentabilidade;
  • As emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor de resíduos atingiram 345,48 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), principalmente metano. O setor de resíduos é o que mais produz metano (18% das emissões antropogênicas), depois da energia e da agricultura;
  • Apenas 49,76% dos resíduos sólidos municipais coletados são manipulados em instalações controladas, de acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11.6.
  • 9,44% dos resíduos não possuem rastreabilidade para que se saiba qual a sua destinação final.

Um dos desafios prioritários na gestão de resíduos sólidos na América Latina e no Caribe é a disponibilidade limitada de dados confiáveis ​​e comparáveis, o que dificulta a avaliação de políticas e estratégias, a definição de metas realistas e a medição de resultados.

Hub de Resíduos Sólidos e Economia Circular

Nesse contexto, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e outros parceiros estratégicos, nos últimos três anos, promoveu a criação de um Hub para melhorar a disponibilidade de informações sobre o setor.

O Hub de Resíduos Sólidos e Economia Circular para a América Latina e o Caribe é um sistema de informação regional com indicadores que fornecem uma compreensão abrangente do fluxo de resíduos sólidos urbanos. Entre os dados reunidos na plataforma estão os listados no início deste texto.

O Hub permitirá comparar informações entre países e regiões. Também será possível verificar a evolução por séries históricas e o progresso relacionado aos ODS 11.6 e 12.5. O Hub segue o padrão estatístico internacional do Marco Central do Sistema de Contas Econômicas Ambientais (SCEA).

Esperamos que a plataforma, a curto prazo, contribua para:

  1. Acelerar a transformação da gestão de resíduos sólidos,
  2. Avançar rumo a uma economia circular,
  3. Promover a colaboração entre entidades setoriais, e
  4. Apoiar a transformação digital para uma gestão mais eficiente e sustentável dos resíduos.

Acelerando a transformação do setor

O Hub representa uma ferramenta valiosa para melhorar a gestão de resíduos na região e avançar para uma economia mais circular e sustentável.

A plataforma é um ponto de partida para melhorar a gestão de resíduos sólidos na região, pois fornece informações estatísticas periódicas, atualizadas e confiáveis ​​por meio de um visualizador de dados aberto, que utiliza inteligência de negócios e análise de dados. O visualizador tem como base um conjunto de indicadores que permite conhecer o cenário da gestão de resíduos, por meio de informações como:

  • A quantidade de resíduos gerados por pessoa em diferentes países;
  • A forma como os resíduos são eliminados, se forem aplicadas técnicas de reciclagem, compostagem ou outras utilizações;
  • A quantidade de gases de efeito estufa associados ao gerenciamento de resíduos;
  • O custo do serviço de gestão de resíduos;
  • O número de empregos gerados no setor.

À medida que mais países da região aderirem ao Hub, mais dados estarão disponíveis para facilitar a comparação e a interpretação. A aplicação de normas internacionais sobre o assunto também contribuirá para a harmonização das informações.

Ponto de encontro regional

Outros parceiros estratégicos estão se juntando ao Hub, procurando também melhorar a disponibilidade de informações sobre a gestão de resíduos na região e promover a colaboração entre entidades setoriais. Estes parceiros apoiam a transformação digital e a implementação de soluções tecnológicas para uma gestão de resíduos mais eficiente e sustentável.

Tem sido animador receber o apoio e ver o interesse de entidades que se querem vincular ao processo. Em breve formalizaremos a adesão desses parceiros para transformar o Hub em um ponto de encontro regional e facilitar a criação de uma comunidade de prática em torno da informação e da transformação digital do setor.

Também é gratificante contar com o interesse de países como o Brasil e operadores de serviços de gestão de resíduos em cidades como Rumiñahui, no Equador, que já estão incorporando os indicadores desenvolvidos no âmbito do Hub em seus sistemas de informação, para que possamos compartilhar informações harmonizadas e atualizadas de maneira mais efetiva.

O que você encontrará no Hub?

Além de visualizadores de dados sobre gestão de resíduos sólidos, a plataforma também contém publicações relacionadas ao assunto, ferramentas técnicas úteis para geração de dados e prestação de serviços de gestão de resíduos, links para os sites oficiais dos sistemas de informação dos países e suas normas e regulamentos aplicados na região e links para o portal de publicações e blogs do BID e de seus parceiros.

Como uma plataforma em constante evolução, o Hub incorporará novos tópicos e informações sobre importação e exportação de resíduos, destinos e origens desses resíduos, caminhos dos materiais mais procurados.

Participe do lançamento do Hub!

Nesta quarta-feira, dia 17, a partir das 11h (Brasília), será realizado o evento de lançamento do Hub de Resíduos Sólidos e de Economia Circular para a América Latina e o Caribe. Haverá tradução simultânea para o português. Convidamos você a se inscrever no Webinar gratuito e a visitar o site www.hubresiduoscirculares.org.

Clique aqui e saiba mais sobre o evento.


Arquivado em:Cidades, Meio ambiente Marcado com:economia circular, gestão de resíduos sólidos, resíduos sólidos

Sergio I. Campos G.

Sergio I. Campos G. é chefe da Divisão de Água e Saneamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento. É economista com experiência em banco de investimento e políticas públicas. Atualmente é responsável por projetos de água, saneamento e resíduos sólidos, cooperação técnica e produção de conhecimento setorial, gestão do Fundo Espanhol de Água e Saneamento na América Latina e Caribe e AquaFund, além de outras iniciativas. Antes de ingressar no Banco, atuou em áreas como financiamento de infraestrutura, aquisições, private equity, engenharia e consultoria empresarial.

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