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Desigualdades de gênero e étnico-raciais na educação em países da América Latina e Caribe

06/12/2024 por Gregory Elacqua - Danielle Nascimento Deixe um comentário


Contar com uma mão de obra escolar diversificada e representativa da população estudantil tem múltiplos efeitos positivos nos resultados escolares. As diversas evidências internacionais sobre esta questão destacam aspectos que vão da importância de os docentes serem um modelo para os estudantes, até o fato de que uma equipe diversa desmistifica estereótipos e promove o respeito entre diferentes culturas.

E qual é o retrato dessa diversidade nos países da América Latina e do Caribe (ALC)? Quão desigual é a distribuição da mão de obra, quais os fatores associados a essas desigualdades e quais as consequências e caminhos possíveis? Essas questões motivaram a produção de dois estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com foco na região.

América Latina e Caribe: desigualdades de gênero e étnico-raciais entre docentes e diretores

A primeira publicação, ‘Diversidade e lacunas de representação na força de trabalho escolar da América Latina e do Caribe’ apresenta resultados de 21 países e analisa desafios relacionados ao gênero de docentes e diretores.

A docência é uma carreira majoritariamente feminina na região, com as mulheres representando 73% da força de trabalho. Mas essa participação das mulheres diminui quando se chega a postos de liderança. Entre diretores de escolas, por exemplo, a participação das mulheres passa para 62% na região. Apenas em dois dos países pesquisados isso não ocorre: Argentina, onde as mulheres representam 75% da força de trabalho entre docentes e 84% na direção de escolas, e Brasil, onde as professoras são 81% e as diretoras, 82%.

Também é possível identificar que participação feminina na docência não se distribui de maneira uniforme nos diferentes níveis de ensino. No ensino pré-primário, as mulheres são 97%, passando a 76% no fundamental e chegando a 59% no ensino médio. O estudo encontrou algumas explicações para essas diferenças, dentre os quais a persistência de estereótipos de gênero e de ações de cuidado com as crianças, que afastam os homens da carreira nos anos iniciais. Além disso, a presença de mulheres em carreiras especializadas do médio, como ciências, matemática e física, é menor.  

Em relação à raça/etnia, apenas seis países da região contavam com dados disponíveis, e os resultados mostram uma força de trabalho diversa, menos branca. Neste cenário, o principal desafio está relacionado à qualidade dos postos de trabalho ocupados por docentes pretos, pardos (identificados como grupo de mestiços, para manter a compatibilidade entre os países da região) e indígenas.

No caso do Brasil, a questão racial apresenta ainda mais lacunas contratuais quando se trata de cargos de direção escolar: diretores brancos efetivos são 91%, enquanto os efetivos dentre pretos, pardos e indígenas são 80%, 72% e 38%, respectivamente. Uma segunda nota técnica foi elaborada pelo BID para explorar exclusivamente este tema.

Brasil: desigualdades étnico-raciais ao longo do ciclo educacional

A segunda publicação ‘O Círculo Vicioso da Desigualdade Racial na Educação do Brasil’,analisa as heterogeneidades territoriais e étnico raciais a partir das principais bases de dados nacionais – Censo Escolar, Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), Enem, Censo da Educação Superior. O objetivo foi entender as condições encontradas por diferentes grupos raciais em diferentes territórios (escolas convencionais, em assentamento, quilombolas e em território indígena), desde a educação básica pública até o mercado de trabalho docente. Ao longo do estudo, os dados foram apresentados e discutidos com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, com o intuito de apoiar o entendimento e interpretação de resultados.

Proporção de estudantes matriculados em escolas com acesso à infraestrutura mínima,
segundo etnia do estudante e localização da escola

Fonte: O Círculo Vicioso da Desigualdade Racial na Educação do Brasil, com base nos microdados do Censo Escolar 2020 (INEP).

Na educação básica, estudantes pretos, pardos e indígenas estão matriculados em escolas com menos infraestrutura e acesso a materiais de ensino aprendizagem. Enquanto 98% dos estudantes brancos estão matriculados em escolas convencionais (ou seja, aquelas que não estão em territórios como assentamentos, quilombos ou territórios indígenas) que contam com acesso a água, energia, saneamento e coleta de lixo, apenas 21% de estudantes indígenas que estudam em território indígena têm a mesma infraestrutura mínima à disposição.

O ensino remoto, considerado uma das estratégias para alcançar estudantes em territórios diferenciados, esbarra em uma lacuna de acesso, já que menos da metade dos estudantes indígenas estão em escolas com acesso à internet. No caso de estudantes pretos, pardos e indígenas de áreas quilombolas ou de assentamento, o acesso fica em torno de 60% a 70%.

Com relação ao acesso ao ensino superior, observa-se um desempenho mais baixo de estudantes pretos, pardos e indígenas no Enem, o que tem impacto na escolha de carreira, que acaba se restringindo a cursos de menor concorrência. Desta forma, estudantes brancos são maioria em medicina, ciências econômicas, ciência da computação e engenharias, enquanto pretos, pardos e indígenas são maioria em biblioteconomia, pedagogia, e serviço social.

E o que acontece no mercado de trabalho? Em termos contratuais, enquanto 7 a cada 10 professores brancos são efetivos, apenas 2 a cada 10 indígenas possuem este tipo de contrato. Entre pretos e pardos, são 6 a cada 10. E o ciclo se repete, com professores pretos, pardos e indígenas lecionando em escolas com menos infraestrutura e acesso a equipamentos de ensino-aprendizagem.

Caminhos para superar desafios educacionais nos países da região

A escassez de dados é um dos desafios identificados nos países da América Latina e do Caribe. Embora pareçam informações simples, características pessoais como sexo, gênero e raça/etnia geralmente não são disponibilizadas em plataformas públicas. O Brasil está à frente na coleta de dados, mas ainda precisa planejá-los e analisá-los de forma desagregada para facilitar a identificação de lacunas.

Outro ponto importante para a região está relacionado à necessidade de mais investimento em escolas localizadas em território diferenciado. Com mais recursos, será possível superar desigualdades estruturais, incluindo melhorias da infraestrutura e oferta de condições salariais atrativas para que bons professores permaneçam nos territórios.

Além disso, é preciso atrair e reter estudantes ao longo da educativa básica e da formação superior em pedagogia, e fortalecer a carreira docente a partir de uma abordagem ampla que permita atrair, treinar, selecionar, motivar, dar suporte e reter os melhores professores, buscando também assegurar a diversidade, a fim de fortalecer o aprendizado em todas as etapas do ciclo educacional.


Arquivado em:Educação, Gênero Marcado com:diversidade, educacao, gênero

Gregory Elacqua

Gregory Elacqua é responsável por uma extensa pesquisa sobre educação na América Latina e atua na reforma de políticas educacionais. Atualmente é o Economista Principal da Divisão de Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington D.C. Sua pesquisa concentra-se em políticas educacionais com três principais focos: economia e financiamento da educação, aliados à gestão financeira escolar; equidade educacional, passando por valorização docente e atribuições centralizadas de professores e estudantes; além de economia política do sistema educacional como um todo. Publicou diversos livros e artigos acadêmicos, comparando os mais variados aspectos da educação em muitos países. No passado recente, foi diretor do Instituto de Políticas Públicas da Escola de Negócios e Economia da Universidade Diego Portales (UDP) e professor da Escola de Governo da Universidade Adolfo Ibáñez, ambos no Chile. Também tem atuado no mundo da política educacional, tendo sido assessor de três ministros da Educação e de um membro da Comissão de Educação do Senado também no Chile. Esteve envolvido na concepção e implementação de reformas educacionais no Chile e em outros países da América Latina. Gregory é Ph.D. em Políticas Públicas pela Universidade de Princeton.

Danielle Nascimento

Danielle Nascimento é economista e mestra em economia pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), membro da Rede de Economistas Pretas e Pretos (REPP) e, atualmente, consultora da Divisão de Educação do BID. É cofundadora da Todos – Analistas de Negócios e Projetos, responsável pela produção de evidências e gerenciamento de projetos. Atuou como consultora de organismos internacionais como PNUD, UNFPA, GIZ, OEI e atuou por mais de 10 anos liderando equipes de dados e produção de informação. Foi vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (CORECON-ES) e desde 2009 atua no desenvolvimento de informação.

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