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Coronavírus: medidas para proteger as mulheres no transporte público

16/04/2020 por Karisa Ribeiro - Lorena Borges Dias - Giovanna Monique Alelvan 7 Comentarios


O transporte público é fundamental para garantir o acesso aos serviços de saúde e atividades essenciais durante a pandemia. Entre as ações governamentais de combate ao coronavírus, mais do que assegurar o deslocamento de profissionais de saúde e de populações vulneráveis, os setores de transporte e mobilidade urbana também podem exercer papel importante para a promoção da igualdade de gênero e aplicação de medidas de proteção às mulheres.

Estudos já mostraram que as mulheres estão na linha de frente do combate ao coronavírus e, por isso, são as mais expostas a ele. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em um levantamento feito em 104 países, 67% dos profissionais da área da saúde e de assistência social são mulheres, sendo elas: assistentes sociais; biólogas; biomédicas; dentistas; educadoras físicas; enfermeiras; farmacêuticas; fisioterapeutas; fonoaudiólogas; médicas; médicas veterinárias; nutricionistas; psicólogas; técnicas em radiologia e terapeutas ocupacionais.

As mulheres representam também parcela expressiva entre os trabalhadores dos setores de serviço e comércio. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que quase metade da força laboral feminina está em condições de informalidade, sendo que cerca de 17 milhões de mulheres realizam trabalho doméstico – setor em que as taxas de informalidade são extremamente elevadas, cerca de 70%.

Além de desempenhar as atividades profissionais, observa-se que as mulheres ainda carregam grande parte da responsabilidade pelos cuidados de crianças e de parentes idosos. Isso faz com que elas sejam particularmente afetadas em situações de pandemia, devido ao fechamento de escolas, creches e asilos. Além disso, a OIT estima que as mulheres realizam 76,2% dos trabalhos de cuidado não remunerado, um número 3,2 vezes maior que o dos homens. Na América Latina, calcula-se que as mulheres destinam entre 22 a 42 horas semanais às atividades de trabalho doméstico e de cuidados.

Devido às condições de trabalho exaustivas e jornadas múltiplas que essas mulheres enfrentam diariamente, são gerados estados de estresse e esgotamento mental. Essas condições podem ser exacerbadas por dificuldades ligadas às dinâmicas de mobilidade diária: insegurança (devido à violência ou ao contágio), tempo de espera em pontos de parada, atrasos, lotação, entre outros. Por isso, é tão importante que medidas adotadas pelos sistemas de transporte público analisem a interseção entre a mobilidade urbana e a pandemia a partir de um enfoque de gênero.

O transporte público como agente de proteção

Na tentativa de diminuir pontos de conflito, a manutenção dos serviços públicos e atividades essenciais é imprescindível no enfrentamento e na superação da situação atual de emergência de saúde. Neste sentido, o transporte público deve manter suas atividades, mesmo que em regime de operação reduzida, visando garantir a mobilidade dessas profissionais e mantendo certa demanda, o que auxilia também as empresas concessionárias a superar esse período de crise.

O desafio é: garantir condições assépticas de mobilidade, com segurança e conforto nos trajetos de ida e volta do trabalho dessas guerreiras que colocam suas vidas em risco, dia após dia. Para tanto, algumas ações têm sido tomadas para garantir a melhoria do atendimento do transporte de mulheres, especialmente durante a atual crise de saúde pública, destacamos algumas delas:

Ações de segurança buscam garantir a proteção das usuárias em relação à violência no transporte público

● Veículos/vagões exclusivos para mulheres profissionais da saúde e auxiliares, com o objetivo de: (i) evitar o assédio; (ii) facilitar a locomoção de ida e volta dos locais de trabalho; (iii) resguardar de eventuais contágios entre os demais usuários.

● Publicar os horários das linhas e incluir sistema de rastreamento georreferenciado, para permitir um monitoramento em tempo real. Isso faz com que se mitigue o tempo de espera nas paradas e estações.

● Criar mecanismos de comunicação de emergência nas paradas de ônibus e estações de transporte ferroviário.

● Disponibilizar informações sobre canais de atendimento psicológico e denúncias de violência.

Ações de comodidade: objetivam o conforto das viagens diárias dessas profissionais que trabalham em condições, muitas vezes, estressantes

● Garantir uma quantidade máxima de passageiras, de forma que possam fazer o percurso sentadas (como em Tallahassee, Estados Unidos);

● Facilitar o acesso à internet nos meios de locomoção e nas estações, permitindo o recebimento de informações, mesmo em locais onde não há cobertura de internet móvel;

● Espaço adequado para colocar os equipamentos, utensílios e pertences pessoais para evitar a contaminação de outras áreas do veículo ou dos vagões.

Ações operacionais: visam reduzir o tempo de viagem e facilitar o acesso ao transporte público

● Disponibilizar vagões e ônibus exclusivos, especialmente nos horários de pico;

● Substituir os tickets de papel por cartão, para reduzir o contato nas estações (como em Auckland, Nova Zelândia);

● Utilizar sistema para recarga dos cartões online ou via aplicativos de celular (como em Auckland, Nova Zelândia);

● Estabelecer tarifa zero ou reduzida para as profissionais que estão atuando no Sistema Único de Saúde (SUS) e para a população vulnerável cadastrada em algum programa de assistência do governo;

● Diagnosticar rotas urbanas estratégicas para atender essa demanda de forma otimizada, com horários que considerem os regimes de plantões.

Ações de profilaxia: medidas para evitar o contágio da COVID-19 e outras doenças infecciosas que podem levar ao afastamento dessas profissionais

● Utilizar sistemas de triagem para medição de temperatura (como nas estações de metrô da China, em Recife-PE ou em supermercado de Guarulhos-SP);

● Limitar o número de passageiras por veículo/vagão (como em Tallahassee, Estados Unidos);

● Fornecer álcool em gel (como em São Paulo-SP), máscaras, luvas, sacolas plásticas descartáveis, lixeiras e outros itens de segurança pessoal;

● Apresentar material informativo sobre profilaxia, como: lavagem de mãos e alimentos; indicação de locais adequados para acomodação dos equipamentos, roupas e utensílios utilizados em ambiente hospitalar; distância mínima entre passageiras (como em São Paulo).

Ações governamentais: melhoria do transporte que atende especificamente o público feminino

● Oferecer transporte em casos de cursos práticos presenciais voltados ao combate da pandemia;

● Oferecer transporte para creches públicas, centros de convivência, “mães-crecheiras” (para filhos de mãe-solteira ou sem rede de suporte familiar);

● Oferecer transporte para locomoção de profissionais que são requisitadas entre estados e municípios;

● Promover acordos de cooperação com as empresas concessionárias do transporte público, para assegurar a sobrevivência financeira delas no período de crise e, ao mesmo tempo, garantir a oferta de transporte para os profissionais de saúde.

Vale salientar que as medidas citadas acima não possuem ordem a ser seguida, isto é, podem ser implementadas de forma paralela, de modo a potencializar seus efeitos positivos. É importante também que o setor de transportes tenha em mente que esse período de crise deve ser visto como uma oportunidade de reinvenção, para que a recuperação e o restabelecimento das atividades sejam pautados por melhorias e não retorno ao status quo anterior à pandemia.

Fica evidente que essas ações devem ser coordenadas de forma estratégica entre entes governamentais de diferentes esferas e em cooperação com as empresas concessionárias, visando a otimização do uso do transporte público, a sobrevivência das operadoras e o atendimento a essa demanda essencial para o enfrentamento da COVID-19. Esse tipo de coordenação aumenta as possibilidades de repensar os sistemas de mobilidade das cidades e também de avançar tanto em questões de operação quanto de segurança do usuário. Acima de tudo, esta é uma oportunidade para refletir sobre como os sistemas de transporte público podem evoluir para tornarem-se verdadeiros catalisadores da igualdade de gênero.


Arquivado em:Cidades, Gênero Marcado com:cidades, gênero, mulheres, saúde, sistemas de transporte público, transporte, transporte público

Karisa Ribeiro

É engenheira de transporte com especialização em planejamento e mobilidade urbana, gerenciamento de grandes projetos de infraestrutura, estudos de análise de viabilidade econômica, planejamento e modelagem de sistemas de transporte. Possui mestrado e doutorado em Engenharia Civil, Nagoya, Japão, e graduação em Engenharia Civil, Belo Horizonte, Brasil. Com 20 anos de experiência adquirida trabalhando no Brasil, Japão, Austrália e Nova Zelândia, Karisa atuou e coordenou equipes multidisciplinares, buscando desenvolver diversos negócios e oportunidades nos setores público e privado, com foco nas áreas de: gestão de projetos, estudos de análise de viabilidade econômica, mobilidade e acessibilidade urbana, otimização de recursos e capital em grandes projetos de infraestrutura. Como especialista sênior em transporte do BID, Karisa se dedica à concepção, gestão e monitoramento de grandes projetos de infraestrutura no Brasil e ao portfólio do Banco na região. Siga Karisa no twitter: @KarisaRibeiro

Lorena Borges Dias

Consultora Externa da Divisão de Transporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento, graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB). Possui experiência na área de Urbanismo, Mobilidade Urbana, Arquitetura, Design Gráfico e Video Making, tendo estagiado no Centro de Planejamento Oscar Niemeyer, no Escritório Arquitetos de Sucesso, na Empresa Quali-A-Conforto Ambiental e Eficiência Energética, e na Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Foi integrante de equipes em concursos de projetos urbanos, como o Masterplan da Orla do Lago Paranoá, em Brasília, e da equipe premiada no concurso BID UrbanLab Brasil com intervenção em Natal, Rio Grande do Norte. Também teve a oportunidade de aprimorar seu conhecimento de como a gestão urbana holandesa evoluiu ao longo dos séculos, na Universidade de Groningen. Seus principais interesses profissionais são mobilidade urbana, desenvolvimento e planejamento urbano.

Giovanna Monique Alelvan

Consultora externa na Divisão de Transporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Giovanna é Engenheira Civil e possui mestrado em Engenharia Geotécnica pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é aluna de doutorado também pela UnB. 

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Comments

  1. Lissa Albuquerque diz

    22/04/2020 at 6:24 pm

    Excelente! Referência para implantar em qualquer gestão! Importante informação para sensibilizar tomadas de decisão em relação à política de gênero!

    Reply
  2. Sandra Helena diz

    20/04/2020 at 5:23 pm

    Eu como mulher e usuária do transporte público me sinto mais confiante em saber que medidas estão sendo propostas para nós. Acho importante aproveitar esse momento para discutir pautas como segurança no transporte público, já que agora além da ameaça do assédio temos a ameaça de um vírus.
    Parabéns pelo blog!

    Reply
  3. Tadeu Alelvan diz

    19/04/2020 at 8:00 pm

    As ações de proteção às mulheres no transporte público propostas pelas autoras são muito oportunas e necessárias, especialmente nesse momento de grave crise de saúde pública provocada pelo surto do coronavírus. Não há dúvida do protagonismo das mulheres em todo o mundo, nem sempre reconhecido pela sociedade, mas revelado em momentos de grandes dificuldades como esse. Ganha relevo, a proteção das mulheres profissionais da saúde, que com esforço redobrado, utilizam-se dos meios de transporte de massa no deslocamento para o trabalho. Urge, portanto, que políticas públicas de amparo e proteção às mulheres trabalhadoras sejam implementadas no Brasil, como uma justa resposta ao alto grau de suas responsabilidades.

    Reply
  4. Luciana Maiza diz

    17/04/2020 at 5:19 pm

    Olá!
    Muito importante esse cuidado com as mulheres que necessitam do transporte público para se deslocarem até o trabalho ou para as suas necessidades pessoais ou apoio à familiares ou outros, especialmente nesse momento de pandemia correndo o risco de serem contaminadas pela COVID-19, sem deixar de atentar quanto a proteção dessas mulheres que também estão vulneráveis à violência urbana.

    Parabéns às autoras pelo artigo!

    Abraços!

    Reply
  5. Chan diz

    17/04/2020 at 5:06 pm

    Parabéns pela iniciativa do Blog e por tratarem de um tema atual e importante. Vou divulgar esse blog!

    Reply
  6. Luciana Maiza diz

    17/04/2020 at 5:03 pm

    Olá!
    Muito importante essa iniciativa do cuidado e proteção às mulheres que necessitam do transporte público para chegarem aos seus trabalhos ou se deslocarem para cuidar de familiares. Especialmente nesse momento de pandemia atentando não só para o risco de contaminação pela COVID-19, mas também para o risco que elas correm de sofrerem com a violência urbana.

    Parabéns às autores desse artigo pela iniciativa!

    Abraços!

    Reply
  7. Juliana diz

    16/04/2020 at 8:18 pm

    Muito interessante! Seria bom se nossos governantes se atentassem mais para essa questão e se inspirassem nos exemplos que deram certo no Brasil e no mundo.

    Reply

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